Restrições de viagens atrapalham férias de verão na Europa
As decisões limitando as possibilidades de se multiplicaram nos últimos dias e atrapalham as férias de verão de muitos turistas europeus.
Restrições súbitas nas fronteiras, testes nos aeroportos, listas que mudam a toda hora de países não-seguros... Viajar pelo Velho Continente está cada vez mais complicado nesta época em que as autoridades martelam sobre o aumento das contaminações.
As medidas tomadas unilateralmente chegam a surpreender os próprios governos. As autoridades espanholas tomaram um choque com a decisão do governo britânico de impor um isolamento de 14 dias a quem chegar ao país vindo da Espanha. O jornal Les Echos desta terça-feira (28) afirma que a medida pegou de surpresa até mesmo o ministro britânico dos Transportes, Grant Shapps, que está de férias na Espanha.
Os espanhóis não são os únicos viajantes que devem cumprir isolamento no Reino Unido. A medida também diz respeito aos portugueses, sérvios, suecos, russos, canadenses, norte-americanos e latino-americanos. Londres não exclui estender a decisão à França e à Alemanha.
Outros países, como a Dinamarca, a Áustria, a Bélgica e a Holanda, também impõem o isolamento aos viajantes originários dos Reino Unido, Suécia e Portugal. Já a Finlândia bloqueia os turistas que chegam da França por 14 dias. A Irlanda simplificou essa lista e impõe a quarentena de duas semanas a todos os europeus, com exceção de uma meia dúzia de pequenos países.
Outra medida que alguns governos europeus começaram a aplicar é a exigência de testes de Covid-19 negativos. Já a Grécia impõe o preenchimento de um formulário a ser apresentado pelo viajante no território grego e que pode resultar em um isolamento surpresa de 14 dias, caso as autoridades determinem.
Preocupação aumenta na Espanha e na Itália
As restrições, que variam de acordo com cada país, não acontecem à toa. De fato, alguns países começam a registrar um novo e preocupante aumento das contaminações. Na Espanha, a propagação da Covid-19 nas regiões da Catalunha, de Aragón e Navarro chama a atenção de toda a Europa.
Já a Itália, que foi a porta de entrada do vírus no Velho Continente e um dos países europeus mais castigados pela doença, registra atualmente poucas contaminações e mortes. O temor agora é que viajantes de países vizinhos - especialmente dos Bálcãs e do leste - piorem a situação no território italiano.
A Itália é altamente dependente dos milhares de trabalhadores sazonais nesta época do ano. Roma também hesita em impor medidas aos viajantes europeus porque o turismo é uma atividade essencial para a economia do país. Por isso, as autoridades investem no controle de gestos básicos de proteção contra a Covid-19. Em Milão, a multa para quem utilizar o metrô sem máscara é de 400 euros. Na região da Campânia, onde está Nápoles, esse valor foi elevado a 1.000 euros.
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