Com mais da metade da população vacinada contra covid-19, Israel reabre bares e restaurantes
Sentar-se em um café, comer em um restaurante, ir para a escola. Aos poucos, a vida parece voltar ao normal em Israel, onde desde este domingo (7) várias restrições começaram a ser suprimidas, a quinze dias de novas eleições legislativas.
As medidas validadas na noite de sábado (6) pelo governo eram aguardadas com ansiedade pelos israelenses, desde a saída gradual do país de seu terceiro lockdown, em meados de fevereiro, possibilitada por uma campanha massiva de vacinação contra a covid-19.
"Regresso quase ao normal", "Aberto", "Regresso ao normal, com cautela", diziam as manchetes dos principais diários do país.
"É um grande dia, abrimos os restaurantes com o passaporte verde, voltamos à vida", afirmou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, sentado no terraço de um café em Jerusalém, na manhã ensolarada deste domingo.
Passaporte verde
Até ontem, os israelenses ainda eram obrigados a comprar a bebida para levar, mas desde este domingo eles podem se sentar e consumir no terraço. Bares e restaurantes podem reabrir para clientes portadores do "passaporte verde", uma permissão concedida a pessoas que receberam as duas doses da vacina contra a covid-19 ou já se curaram da doença.
Esta reabertura também é oportuna para o premiê, Benjamin Netanyahu, que aposta no slogan "o país da vacina" e neste quase retorno à normalidade, favorecido por uma vacinação intensiva, para tentar ganhar as eleições legislativas de 23 de março, a quarta em menos de dois anos.
De acordo com as últimas pesquisas eleitorais, o partido de Netanyahu, o Likud (à direita), está em primeiro lugar nas intenções de voto, mas sem apoio suficiente, até o momento, para formar um governo com seus aliados.
Mais da metade dos 9,3 milhões de israelenses já recebeu a primeira dose da vacina Pfizer/BioNtech, à qual Israel tem acesso privilegiado, sob um acordo para compartilhar dados biomédicos sobre os efeitos da vacinação. Até o momento, cerca de 40% dos israelenses receberam a segunda dose da vacina.
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Os estudantes israelenses também poderão retomar as aulas presencialmente, em áreas do país onde o índice de contaminação continua baixo.
As restrições para locais de culto também foram relaxadas: 50 pessoas ao ar livre e 20 em recintos fechados. O país ainda autorizou a reabertura de salas de recepção e refeitórios em hotéis, que poderão acomodar até 50% de sua capacidade normal, no limite máximo de 300 pessoas.
Os eventos e congressos culturais e desportivos poderão ser retomados com um máximo de 500 pessoas em espaços fechados e 750 em áreas abertas, também mediante a apresentação do "passaporte verde".
Aeroporto aumenta movimento
O aeroporto internacional Ben-Gurion, em Tel Aviv, que estava fechado desde o final de janeiro, exceto para voos de carga e voos especiais que permitiam a entrada de no máximo 200 pessoas por dia no país, teve a capacidade ampliada para 1.000 passageiros por dia. Os voos são oriundos, principalmente, de Frankfurt, Paris, Londres, Kiev, Toronto e Hong Kong. Esse número deve subir para 3.000 pessoas, ao longo da semana.
A campanha de vacinação, iniciada no dia 19 de dezembro de 2020, permitiu reduzir o número de contaminações em Israel, que passou de um pico de 10.000 por dia, em meados de janeiro, para cerca de 3.600, na semana passada.
Apesar do afrouxamento de certas normas, as autoridades de saúde do país permanecem cautelosas, enquanto as variantes do coronavírus continuam a circular. "Se não agirmos com responsabilidade, se não seguirmos as diretrizes, há a possibilidade de um quarto lockdown antes das eleições", alertou neste final de semana Nachman Ash, coordenador da luta contra a covid-19 no país.
(Com informações da AFP).
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