Paris: polícia multa em um dia 170 clientes de restaurantes que desafiam restrições da pandemia
A polícia de Paris autuou na madrugada de sexta-feira para sábado (10) mais de 110 pessoas que jantavam às escondidas num restaurante do 19º distrito da capital francesa. O estabelecimento e os participantes desrespeitaram o toque de recolher em vigor e o decreto que proíbe aglomerações e o funcionamento de bares e restaurantes. O organizador do jantar e o gerente da casa estão detidos e são interrogados sob as acusações de "colocar em risco a vida de outras pessoas e trabalho dissimulado".
Em um tuíte publicado nesta manhã, a polícia de Paris diz que foi chamada por vizinhos que reclamaram de "ruído noturno" proveniente do restaurante. Os policiais colocaram fim à aglomeração de uma centena de pessoas que jantavam numa sala fechada, em um momento em que faltam leitos nas UTIs para atender pacientes com a forma grave da covid-19.
Os convidados foram "multados por descumprimento de medidas sanitárias", pagando na hora o montante de 135 euros, cerca de 900 reais. Já "o organizador e o gerente foram presos", explica o comunicado da polícia. Caso eles venham a ser indiciados por colocar em perigo a vida de terceiros e posteriormente condenados, as penas previstas no Código Penal francês são de até um ano de prisão e pagamento de 15 mil euros de multa, aproximadamente 100 mil reais.
Segundo o canal BFMTV, outras 62 pessoas tinham sido multadas na tarde de sexta-feira quando faziam uma refeição em um restaurante clandestino de Saint-Ouen, subúrbio ao norte da capital. Neste incidente, o gerente do estabelecimento também foi detido.
Jantares e festas desafiam toque de recolher
Essas autuações acontecem em meio a um escândalo envolvendo o chef Christophe Leroy e o colecionador de antiguidades Pierre-Jean Chalençon. Eles também foram detidos para interrogatório nesta semana, e já relaxados pela polícia, em uma investigação da Brigada de Repressão ao Crime contra Pessoas (BRDP) que apura a organização de festas e jantares secretos destinados à elite parisiense.
No fim de semana passado, o canal de televisão M6 exibiu uma reportagem sobre esses eventos proibidos devido à crise sanitária. Nas imagens, é possível ver garçons e convidados sem máscara, como se não houvesse pandemia. Os cardápios, elaborados por Christophe Leroy, custavam entre 160 e 500 euros (cerca de 1.000 a 3.300 reais). Chalençon insinuou que vários ministros teriam participado de suas festas, antes de se retratar dizendo que era "brincadeira".
Desde 30 de outubro do ano passado, quando o governo instituiu um toque de recolher noturno para frear a epidemia de Covid-19, o Ministério do Interior afirma já ter multado mais de mil clientes de restaurantes que desrespeitaram as restrições sanitárias.
A França mantém o comércio fechado em todo o território nacional e toque de recolher diário das 19h às 6h pelo menos até o fim de abril, para conter a terceira onda da epidemia de Covid-19. Segundo o boletim divulgado pelas autoridades sanitárias na sexta-feira (9), o país registrou 41 mil novas contaminações em 24 horas. Havia 5.757 pacientes hospitalizados nas UTIs, número que indica uma alta de 52 doentes graves, necessitando de suporte respiratário, em relação aos dados levantados na véspera.
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