Brasileiros seguem submetidos a quarentena na França; país adota relaxamento gradual de medidas de restrição
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, detalhou nesta quinta-feira (22) o cronograma para o relaxamento gradual das medidas tomadas para combater a pandemia na França, com o fim das restrições para viagens interregionais a partir do dia 3 de maio e a reabertura de negócios não essenciais "em meados de maio". Passageiros vindos do Brasil continuarão a passar por quarentena de dez dias, assim como aqueles vindos do Chile, África do Sul, Argentina e Índia.
"O pico da terceira onda da epidemia parece ter ficado para trás com uma queda real da circulação viral em dez dias", disse o primeiro-ministro francês em entrevista coletiva nesta quinta-feira (22). A França também atingiu "o topo da onda de hospitalizações e podemos esperar o início de uma diminuição em alguns dias", acrescentou.
"A partir de 3 de maio também, poderemos tirar as restrições de viagens durante o dia e considerar, dependendo da evolução da situação de saúde, uma nova reabertura em meados de maio que poderá começar com lojas e comércios, algumas atividades culturais e esportivas, além dos terraços [com serviço de cafés e restaurantes]", especificou Jean Castex.
"Esta lista não está fixada definitivamente; será acompanhada de condições especiais, se necessário territorializadas, que irão evoluindo ao longo de etapas. Teremos a oportunidade de dar as orientações e detalhamentos necessários nos próximos dias", acrescentou. .
No que se refere às escolas, segundo Castex o início do ano letivo será conforme o planejado "a partir de segunda-feira, 26 de abril", com a reabertura das creches e escolas prmárias, e "3 de maio", para os alunos do ensino fundamental e médio.
Passageiros do Brasil continuarão a passar por quarentena de dez dias
O ministro do Interior da França, Gérard Darmanin, detalhou as condições para passageiros de outros países que tenham como destino final o país. Todos os passageiros do Brasil, Chile, África do Sul, Argentina e Índia estarão sujeitos a uma "quarentena de 10 dias decidida por decreto municipal", "seja qual for o resultado de seu teste, positivo ou negativo" na chegada à França, anunciado.
O Ministro do Interior explicou que este "decreto de quarentena será aplicado no lugar do compromisso de respeitar um isolamento de 7 dias que deve ser seguido hoje pelos viajantes em geral que chegam à França". Os passageiros deverão ainda apresentar na chegada um "teste de PCR de menos de 36 horas", e serão "sistematicamente" novamente testados por um "teste de antígeno", logo depois do desembarque.
Protocolo rígido na volta às aulas
O retorno às aulas será feito com um "protocolo muito rígido" e um "reforço maciço de testes anticovid", incluindo a implantação de autotestes nas escolas de ensino médio: 64 milhões deste tipo de teste foram encomendados para funcionários do sistema de educação nacional da França, detalhou Castex.
A epidemia de Covid-19 parece estar em declínio na França, mas muitos cientistas ainda alertam sobre a fragilidade deste declínio: a pressão sobre o sistema de saúde continua forte, com 30.634 pacientes hospitalizados, incluindo quase 6.000 em unidades de terapia intensiva, de acordo com os últimos números divulgados nesta quinta-feira.
Viagens entre regiões continuam atualmente proibidas, com viagens limitadas a 10 km durante o dia e toque de recolher entre 19h e 6h. O presidente francês Emmanuel Macron tinha marcado para meados de maio a reaberturados primeiros bares, restaurantes e espaços culturais, prometendo um protocolo sanitário rígido.
O fim das restrições é esperado com impaciência misturada com preocupação por comerciantes ou donos de restaurantes; estes últimos acumulam cerca de oito meses de fechamento desde o início da pandemia, há mais de um ano.
As principais federações comerciais e cerca de 150 proprietários, franqueados e afiliados de redes de retalho, publicaram nesta quinta-feira um "apelo à reabertura imperativa de todas as lojas até 10 de maio", um mês "muito importante em termos de atividade" para as 150 mil lojas fechadas desde 3 de abril.
Além disso, os franceses com mais de 55 anos poderão, "a partir deste sábado", ser vacinados contra a Covid-19 com a vacina da Johnson & Johnson, a quarta disponível no território, anunciou quinta-feira o ministro da Saúde Olivier Véran .
A França recebeu a primeira entrega de 200.000 doses dessa vacina no final da semana passada, mas aguardava as conclusões da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre o imunizante, que acabou sendo liberado, apesar de um risco "muito raro" de coágulos sanguíneos.
As autoridades apostam na aceleração da campanha de vacinação. Mais de 13 milhões de franceses - de um total de 67 milhões - receberam pelo menos uma dose da vacina.
A pandemia já matou oficialmente mais de 102.000 pessoas na França.
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