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Europa se prepara para o verão com ilhas "covid free" e turistas vacinados

The Blue Lagoon, Malta - Paul Biris/Getty Images
The Blue Lagoon, Malta Imagem: Paul Biris/Getty Images

14/05/2021 18h38

A França reabre suas fronteiras aos turistas estrangeiros em 9 de junho, mas principalmente para europeus e mediante apresentação de um passaporte sanitário, ou seja, pessoas vacinadas ou que tenham um teste negativo de Covid-19 de países sem a presença de variantes.

O governo francês lançou uma campanha publicitária destinada a atrair turistas de dez países europeus. O Reino Unido, que está bem avançado na vacinação, foi incluído, bem como Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica e Suécia, entre outros. É provável que americanos e canadenses também sejam aceitos pelo avanço da vacinação nesses países, mas essas nacionalidades não são as principais visadas.

O passaporte sanitário vai ser a peça essencial neste verão. A França já desenvolveu um modelo próprio, que pode ser carregado no celular. A Comissão Europeia deve anunciar em breve a sua versão do documento.

Para os turistas brasileiros, a possibilidade de visitar a França neste verão parece remota. O Brasil segue na lista de países submetidos a restrições rígidas por causa das variantes do coronavírus, assim como Índia, Argentina e Chile, entre outros.

Nesta sexta-feira (14), o governo francês incluiu mais quatro países nessa lista: Colômbia, Uruguai, Costa Rica e Bahrein. Só pessoas provenientes desses locais com visto de residência e familiares no território francês estão autorizadas a entrar. Nos primeiros dez dias depois da chegada, todos são obrigados a respeitar uma quarentena estrita.

Até domingo (16), a França deve chegar perto de 20 milhões de pessoas vacinadas e que receberam pelo menos uma dose de imunizante contra a Covid-19. No último mês, o país conseguiu a duras penas reduzir o número de contaminados a cerca de 15 mil novos casos por dia, às custas de um segundo lockdown que está sendo suspenso em etapas. Após tantos sacrifícios, as autoridades francesas não querem perder o controle sobre as variantes, mesmo que os custos para a economia sejam altos.

Em 2019, antes da crise, a França faturou ? 57 bilhões com o turismo, uma soma que caiu à metade no ano passado. Para o verão de 2021, a intenção do governo é receber entre 20% e 40% de turistas adicionais em relação à última temporada.

Cada país, uma regra

Na Europa, cada país decide e decreta as condições de entrada dos estrangeiros. Não existe uma regra geral. É um tema soberano, uma decisão de cada governo.

A Grécia acabou de abrir oficialmente a temporada turística depois de passar seis meses em lockdown. O governo grego impõe como única condição de entrada no país estar vacinado ou apresentar um teste de Covid-19 negativo, de acordo com o local de procedência.

A Grécia reconhece como vacinado qualquer visitante que apresente um certificado de imunização das seguintes vacinas: Pfizer/BioNtech, Moderna, AstraZeneca/Oxford, Novavax, Johnson e Johnson, Sinovac, Sputnik V, Cansino Biologics e Sinopharm. Porém, no caso dos brasileiros, é absolutamente necessário buscar informações detalhadas nos consulados da Grécia no Brasil, para ter confirmação sobre a aceitação dos imunizantes e eventual período de quarentena.

Ilhas na moda

Grécia - Getty Images - Getty Images
Grécia
Imagem: Getty Images

Neste segundo ano da pandemia, já se nota uma concorrência entre os países mais turísticos do sul do continente.

O turismo nas ilhas, por exemplo, está sendo apresentado como uma opção segura na Europa. A Grécia se concentrou inclusive na vacinação massiva dos moradores das ilhas para gerar confiança nos turistas e proteger os trabalhadores do setor.

As ilhas "Covid free" estão sendo os lugares mais promovidos pela imprensa. A concorrência é tanta que Malta, por exemplo, está dando ? 200 para os turistas que visitarem a ilha mediterrânea neste verão.

O arquipélago da Madeira, em Portugal, oferece teste PCR gratuito para todos os viajantes. A ilha de Corvo, nos Açores, a primeira a vacinar toda a população, também está bem cotada. Korkula, na Croácia, criou um selo de segurança para tranquilizar os visitantes, enquanto Capri e Ischia, na Itália, também se vendem como "Covid free".

Apesar desse entusiasmo, muitos epidemiologistas temem que aconteça o mesmo fenômeno do ano passado: uma retomada de contaminações depois do verão, por causa das variantes. Os governos, por outro lado, apostam nos benefícios da vacinação.