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França flexibiliza entrada de viajantes no país, mas Brasil fica fora da lista

Gárgula de Notre Dame, em Paris, de máscara: covid afetou severamente o setor do turismo - Getty Images/iStockphoto
Gárgula de Notre Dame, em Paris, de máscara: covid afetou severamente o setor do turismo Imagem: Getty Images/iStockphoto

04/06/2021 19h54

O governo francês anunciou nesta sexta-feira (4) as novas regras para entrada no país. Enquanto praticamente todos os europeus terão acesso facilitado, os viajantes vindos do Brasil e de 15 outros países continuam com entrada restrita no território francês em razão da propagação contínua do coronavírus e suas variantes.

O governo francês anunciou nesta sexta-feira (4) as novas regras para entrada no país. Enquanto praticamente todos os europeus terão acesso facilitado, os viajantes vindos do Brasil e de 15 outros países continuam com entrada restrita no território francês em razão da propagação contínua do coronavírus e suas variantes.

As autoridades francesas dividiram ao mapa do mundo em três cores: verde, laranja e vermelho. O sistema, que passa a valer a partir de quarta-feira (9), foi criado para determinar quem pode ou não entrar no país, além das regras a serem respeitadas por aqueles autorizados a cruzar a fronteira com a França.

O grupo "vermelho" é composto por países considerados de alto risco em função do avanço das variantes da covid-19, segundo os critérios do governo francês. O Brasil faz parte desta lista, assim como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Suriname e Uruguai, no continente americano, além de África do Sul, Bahrein, Bangladesh, Índia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka e Turquia.

Os viajantes provenientes desses países só podem entrar no território francês se tiverem um motivo considerado indispensável, que justifique a viagem. Eles também terão que apresentar testes de covid-19 negativo, mesmo que já tenham sido vacinados, e serão obrigados a respeitar uma quarentena de 7 dias para os já imunizados e de 10 dias para quem ainda não recebeu nenhuma vacina.

Durante esse período, o viajante estará sujeito a visitas da polícia para verificar se o isolamento está sendo respeitado. E quem não seguir a regra, pode levar uma multa de 1.500 euros (mais de R$ 9 mil), e o dobro em caso de reincidência.

Street art em Paris em homenagem aos trabalhadores da linha de frente contra a covid-19 - Getty Images - Getty Images
Street art em Paris em homenagem aos trabalhadores da linha de frente contra a covid-19
Imagem: Getty Images

Europeus liberados, menos os vindos da Grã-Bretanha

O grupo "laranja" reúne países como Estados Unidos ou Grã-Bretanha, no caso deste último principalmente por causa das variantes do vírus, ainda preocupam as autoridades. Para eles, um teste negativo será exigido se o paciente foi vacinado. Já os que ainda não foram imunizados terão que apresentar, além do teste PCR ou antigênico, uma razão indispensável para a viagem e deverão ficar em um sistema de autoisolamento durante 7 dias.

Já no grupo "verde" estão os países que, segundo o governo, controlam atualmente a circulação da covid-19 e não enfrentam índices elevados de nenhuma variante do vírus considerada "preocupante". Nesta categoria estão praticamente todos os países europeus, mas também Austrália, Coreia do Sul, Israel, Líbano, Nova Zelândia e Cingapura.

Os viajantes vindos desses locais não precisam justificar o motivo de sua viagem, como era exigido até então. Além disso, os que já foram vacinados não precisarão mais apresentar um teste negativo de Covid-19. No entanto, apenas aqueles que foram totalmente imunizados há pelo menos 14 dias com as vacinas autorizadas na França (Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson) serão isentos dos testes.

"Precisamos de segurança sanitária", disse na manhã desta sexta-feira o ministro francês do Turismo, Jean-Baptiste Lemoyne. "Temos que evitar a importação das variantes ou de formas de evolução do vírus que possam afetar todos os esforços feitos até agora pela população francesa", insistiu.

Riscos para o turismo

A capital Paris parou por um longo período de "desconfinamento", com etapas de abertura de parques, museus, bares e restaurantes - Getty Images - Getty Images
Paris parou por um longo período de "desconfinamento", com etapas de abertura de parques, museus, bares e restaurantes
Imagem: Getty Images

A França era o primeiro destino turístico mundial antes da pandemia, com um setor que representava 7,5% do PIB do país e gerava 2,87 milhões de empregos. E as autoridades são conscientes do risco dessas medidas para a indústria do turismo, principalmente com o período das férias de verão no hemisfério norte (em julho e agosto) que se aproxima. Uma campanha de 10 milhões de euris chegou a ser lançada em maio para atrair viajantes europeus, temendo que concorrentes como Grécia, Espanha ou Itália desbanquem a França da liderança pré-pandemia.

Paris também tenta deixar a porta entreaberta para os norte-americanos e os asiáticos, assinalando uma possível flexibilização em breve. O ministro francês dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, explicou que boa parte dos norte-americanos imunizados têm apenas um documento impresso como comprovante, o que torna difícil os controles na entrada do país. "Mas estamos em discussão com Estados Unidos e Canadá", disse ele, que espera também reabrir as fronteiras da França para viajantes vindos de alguns países asiáticos e africanos antes da alta temporada de férias, que começa em pouco mais de um mês.