França: novas regras para viajantes entram em vigor na luta contra onda epidêmica
Diante da violenta onda epidêmica, a França impõe novas exigências para entrada em seu território, que começam a ser aplicadas neste sábado (4). Brasileiros vacinados poderão entrar no país, mas deverão realizar um teste PCR ou um de antígenos de menos de 48 horas antes do embarque e na chegada ao território francês.
Sem imunização, as autoridades francesas restringirão o acesso a viajantes brasileiros com "motivos imperiosos", que possuam, por exemplo, vistos de permanência ou estejam inscritos em universidades ou outras instituições de ensino. As vacinas aceitas pelo país, de acordo com o documento disponibilizado no site do governo francês, são a Pfizer, Moderna e AstraZeneca, a duas doses, além da Johnson & Johnson.
Ja a Coronavac passou a ser aceita após a aplicação da terceira dose de reforço, sendo essa Pfizer ou Moderna. O Brasil integra a chamada lista vermelha estabelecida pela França, que inclui países onde o vírus circula ativamente, com variantes consideradas preocupantes.
Alguns países do sul da África, onde há forte propagação da variante ômicron, entram na categoria vermelho escuro, com maior número de restrições. Os viajantes desses locais só podem vir à França em casos específicos, mesmo vacinados. Apenas viajantes imunizados que venham de um país europeu, de Andorra, Islândia, Liechtenstein, Mônaco, Noruega, Saint-Marin ou da Suíça estarão isentos do teste.
Nesta sexta-feira (3), a França registrou quase 50 mil casos de Covid-19. A onda epidêmica ainda é provocada pela delta, a cepa dominante, apesar da alta taxa de vacinação do país — cerca de 90% da população de mais de 12 anos está imunizada. A alta de contaminações repercute nos hospitais, que recebem atualmente 11.103 pacientes de Covid-19. Cerca de 2.058 estão internados nas unidades de terapia intensiva, a maior parte não está vacinada.
Restrições contra não vacinados?
Diante da explosão dos contágios, o país não exclui a adoção de novas medidas restritivas na próxima semana. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou na quinta-feira (2) que um novo Conselho Sanitário está previsto para segunda-feira (6). "A nova onda epidêmica é particularmente forte e a situação é preocupante", declarou.
Questionado sobre o possível retorno das restrições, como o toque de recolher, a três semanas do Natal, o presidente francês, Emmanuel Macron, em visita a Dubai, respondeu que o governo agirá "com pragmatismo, proporção, e a mesma filosofia, avaliando a situação e as ações necessárias."
Neste sábado, a imprensa francesa questiona se o país, a exemplo da Alemanha, visará os não vacinados para controlar a epidemia. O governo alemão proibiu aos reticentes o acesso a restaurantes, museus e outros espaços de lazer. A Bélgica também anunciou, nesta sexta-feira, que as pré-escolas e os estabelecimentos de ensino primário encerrariam o ano letivo uma semana antes do recesso escolar previsto no Natal.
País já registra 12 casos da ômicron
De acordo com um novo balanço, atualizado nesta sexta-feira pela agência de saúde francesa Santé Publique France, o país já registra 12 casos da variante ômicron, descoberta na África do Sul e que se espalha rapidamente pelo planeta. Mais de uma semana depois de o país anunciar a detecção na nova variante, a lista de países afetados e o número de casos não param de crescer.
Em todo o Espaço Econômico Europeu (União Europeia mais Noruega, Islândia e Liechtenstein), 109 casos foram relatados até o meio-dia desta sexta-feira, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). A nova variante parece ser altamente contagiosa, mas o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Christian Lindmeier, disse nesta sexta-feira que não havia recebido "nenhum relato de mortes relacionadas à ômicron".
À medida que mais países detectam a nova variante, "teremos mais casos, mais informações e — embora espero que não — possivelmente mortes", disse ele. No total, a ômicron foi detectada em 38 países. É "provável" que a variante se espalhe pelo mundo, segundo a OMS, com base em um estudo indicando que o risco de contrair a Covid-19 novamente é três vezes maior com a ômicron do que com as variantes beta e delta. Na África do Sul, a nova variante já prevalece e as autoridades de saúde relataram um aumento nas infecções em crianças.
A ômicron também possui um número maior de mutações na proteína Spike, usada pelo SARS-CoV-2 para entrar nas células humanas, e os cientistas ainda não sabem se ela teria uma menor sensibilidade às vacinas disponíveis.
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