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Portugal barra entrada de brasileiros sem teste negativo para covid-19

Miradouro Nossa Senhora do Monte, em Lisboa: A capital portuguesa, assim como o restante do país, passará a exigir um protocolo mais rígido de brasileiros - Getty Images
Miradouro Nossa Senhora do Monte, em Lisboa: A capital portuguesa, assim como o restante do país, passará a exigir um protocolo mais rígido de brasileiros Imagem: Getty Images

Caroline Ribeiro

Correspondente da RFI em Lisboa

08/12/2021 09h41

Desde o dia 1° de dezembro, Portugal entrou em "estado de calamidade", situação que trouxe uma série de restrições de volta. Agora, qualquer pessoa que desembarque no país precisa apresentar teste negativo para a covid-19, até mesmo quem tem o certificado de vacinação da União Europeia. O anúncio surpreendeu alguns brasileiros que chegaram ao país.

De acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, responsável pelo controle de imigração em Portugal, 6.825 brasileiros desembarcaram no aeroporto de Lisboa nos primeiros cinco dias de dezembro. Entre eles, nove foram barrados por não apresentarem um teste negativo para a covid-19.

Diagnósticos negativos e comprovantes de vacinação também voltaram a ser exigidos para entrada em diversos estabelecimentos portugueses, como restaurantes, hotéis, academias, bares e alguns eventos. O uso de máscara também voltou a ser obrigatório dentro de qualquer ambiente fechado.

Foi também no dia 1° de dezembro que os primeiros casos da nova variante, identificada pela África do Sul, foram confirmados no país. São 37 no total associados à variante ômicron até o momento.

Vacinação de crianças

Para tentar conter o avanço da pandemia, a Direção-Geral de Saúde (DGS) de Portugal recomendou na na terça-feira (7) a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. No entanto, ainda não há data definida para o início da imunização desta faixa etária.

Portugal comprou ao todo 700 mil doses pediátricas da vacina da Pfizer/BioNTech, que é a única aprovada pela Agência Europeia do Medicamento para aplicação em crianças de 5 a 11 anos. Os imunizantes começam a chegar ao país em 13 de dezembro.

A DGS aconselha que a prioridade sejam crianças com doenças pré-existentes, que possam agravar o quadro da covid-19. O órgão justifica a autorização com o aumento de novos casos da infecção em menores.

"Esta recomendação surge na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19, que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária", informa a nota enviada à imprensa.

A DGS também ressalta que os menores que se contaminam com a doença têm desenvolvido sintomas leves, embora formas graves também sejam registradas. "O risco de hospitalização é maior em crianças com doenças de risco, contudo, muitas das internações ocorrem em crianças sem doenças de risco", lê-se na nota enviada à imprensa.

A vacina não será obrigatória, mas, assim como ocorreu com a campanha geral, considerada bem-sucedida e que deu o rótulo de "país mais vacinado do mundo" a Portugal, o governo também espera que haja adesão dos pais. A expectativa é que as cerca de 630 mil crianças desta faixa etária no país sejam imunizadas contra a covid-19.

Fim de ano "com contenção"

As festas de Réveillon das duas maiores cidades de Portugal, Lisboa e Porto, já foram canceladas, e, em breve, deverão ser anunciadas restrições específicas para o período.

Entre os dias 2 e 9 de janeiro já está programado o que o governo chamou de "semana de contenção". Esse será um período de maior controle das contaminações para permitir a volta às aulas após o recesso escolar de fim de ano. Empresas vão ser obrigadas a adotar o home office para os funcionários, bares e boates vão fechar e o retorno do período letivo será adiado em alguns dias, ficando para 10 de janeiro.

"Mais do que confiança nas normas, tenho confiança no comportamento individual de cada um. Acho que todos já aprendemos o suficiente ao longo destes dois anos", disse o primeiro-ministro, António Costa, ao anunciar as novas medidas.