Franceses terminam o ano sem fogos de artifício e fazendo filas para teste anticovid
Como no resto do mundo, a França se prepara para o segundo Réveillon consecutivo marcado por restrições sanitárias ligadas à pandemia de Covid-19. O uso de máscaras voltou a ser obrigatório em grandes centros e os fogos de artifício foram proibidos. Com o avanço da variante ômicron, muito mais contagiosa e que já se tornou prevalente no território francês, o país também assiste a um recorde de testes anticovid, com filas nas farmácias e laboratórios.
A prefeitura de Paris já havia anunciado na semana passada o cancelamento de todas as festividades, inclusive a tradicional queima de fogos de artifício, que reúne milhares de pessoas na avenida Champs-Elysées. Mas nos últimos dias, diante da evolução da pandemia, com o país registrando, pelo segundo dia consecutivo, mas de 200 mil novos casos diários, outras medidas restritivas foram tomadas para esta virada.
Os bares de Paris terão que fechar as portas às 2h e, a partir desta sexta-feira (31), o uso de máscaras passou a ser obrigatório em ambientes externos para os maiores de 11 anos. As boates, fechadas desde 10 de dezembro, continuarão assim pelo menos nas primeiras três semanas de janeiro.
Para a noite da virada, as aglomerações foram proibidas em várias regiões do país, inclusive na capital. O consumo e a venda de bebidas alcoólicas em modo "take away" também não será possível, em uma tentativa de evitar festas improvisadas nas ruas e praças. A venda, compra e transporte de fogos de artifício também está proibida em praticamente todo o território francês.
Quem não respeitar as regras pode levar uma multa de 135 euros (cerca de R$ 850). Um forte dispositivo de segurança também foi implementado, com 95 mil policiais mobilizados em todo o país, dos quais 9.000 estarão apenas em Paris. Bombeiros e militares da força Sentinela (antiterrorismo) também ficarão em alerta.
Só entra na festa com teste negativo na mão
Diante de tantas restrições, a população está optando por celebrar a virada em casa, com amigos e familiares. A consequência foi uma corrida pelos testes anticovid - principalmente de antígenos, com resultado disponível em 15 minutos -, pois todos querem ter certeza que não estão contaminados antes de se reunirem com familiares e amigos para a contagem regressiva. Filas gigantescas foram registradas nas últimas horas diante de laboratórios e farmácias.
Como os testes são gratuitos na França para quem já foi vacinado, tem gente se testando a cada dois ou três dias para evitar passar o Réveillon sozinho. Principalmente porque em algumas festas privadas os anfitriões exigem a apresentação de um teste negativo para quem quiser fazer parte da comemoração - algo que já havia começado nas celebrações do Natal, na semana passada.
Ômicron prevalente na França
Esse fenômeno é estimulado pela aceleração dos contágios provocados pela variante ômicron, que já representa a maioria das infecções por Covid-19 na França. "62,4% dos testes apresentavam perfil compatível com a variante ômicron" no início desta última semana do ano, contra 15% na anterior, apurou a agência de saúde pública francesa em seu relatório semanal. Segundo o governo, uma em cada dez pessoas do país esteve em contato com o vírus.
Esse contexto também deu origem a outro fenômeno: as festas de Réveillon organizadas apenas com pessoas que já estão contaminadas. Anúncios do gênero já circulam pelas redes sociais. Mas os médicos desaconselham essa prática, alertando que ainda não se sabe exatamente qual pode ser o risco de uma exposição à variante ômicron para alguém que já esteja contaminado com a variante delta, por exemplo.
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