Pão de queijo na Suíça? Mineira abriu fábrica e vende 360 mil por mês
Há uma fábrica na Suíça que produz, por mês, 360 mil pães de queijo. Esse produto tão típico do Brasil ganhou ingredientes locais, como o queijo gruyère, e o paladar de muita gente — não só de brasileiros.
Eles já estão em 400 pontos de venda país afora. Quem vai às principais redes de supermercado, por exemplo, encontra o pão de queijo fabricado pela Boule d'Or, empresa criada em 2016 por Jussara Soares de Gusmão e o marido, Alexandre Gusmão, que fica na cidade de Nyon, entre Genebra e Lausanne.
"Eu sou mineira (de Cambuquira), a terra do pão de queijo. Chegando aqui, eu tinha saudade da culinária, das coisas do Brasil, e comecei a fazer pão de queijo para a família e depois para os amigos. Mais tarde, comecei a achar que estava bom, que dava para comercializar e passei a vender em lojas da região", explica Jussara, desde 2003 na Suíça.
O que aconteceu em seguida foi que a demanda foi crescendo e a venda, aumentando. Em 2016, então, o marido, que já tinha sido executivo em uma multinacional, entrou no negócio e a empresa foi criada. Hoje, eles e mais quatro pessoas trabalham na Boule d'Or.
Eu venho de uma família de mãe, tia, avó, todas excelentes cozinheiras. Acabei abraçando esse dom, essa herança que deixaram. Eu agradeço, porque é muito amor quando a gente está na cozinha".
Na embalagem do produto, aliás, há uma explicação, em francês, de como tudo começou, acompanhada de uma pequena fotografia da avó de Jussara.
"Tudo começou com minha avó, nas montanhas de Minas Gerais, no Brasil. Ela preparava esses deliciosos pães de queijo para toda a família. Eu assumo agora, misturando o melhor do Brasil e da Suíça", diz o texto da embalagem que vem com 340 gramas do produto, já enrolados e prontos para irem ao forno.
Jussara explica que a maioria dos ingredientes é comprada localmente, como o gruyère AOP, mas, por ano, 20 toneladas de polvilho vêm do Brasil.
"O único ingrediente que nós importamos do Brasil é o polvilho, que é a farinha de mandioca, por isso que o produto não tem glúten, aliás, não tem conservante, não tem aromatizante, não tem nada de ruim", diz ela.
Trezentos e sessenta mil peças são fabricadas por mês e comercializadas em 400 pontos de venda, incluindo pequenas cidades suíças. Uma "aventura", segundo ela.
"Eu venho de uma outra área, fazia arte gráfica no Brasil, e passei a fazer pão de queijo na Suíça. É muito interessante, mas as coisas andam juntas. Eu acho que a arte está em tudo, em todo tipo de trabalho", afirma.
Sucesso na terra do queijo
E por que ela acha que esse produto típico do Brasil faz sucesso na Suíça? "Tive o melhor queijo para fazer, num país que tem tudo a ver com pão de queijo. Só tem que dar certo. Nós temos muitos brasileiros que são nossos queridos clientes e são eles também que propagam a nossa história. Por conta da saudade dos produtos brasileiros, da culinária brasileira, eles levam também para os seus amigos suíços e mostram o nosso pão de queijo", explica.
Para ela, "a Suíça também tem muito a ver com Minas Gerais, um estado do Brasil onde tem montanhas, fazendas, lagos, cachoeira, natureza".
Para quem está querendo abrir o próprio negócio, Jussara aconselha, antes de tudo, que a pessoa acredite naquilo que está fazendo e faça bem. "E que seja de excelência. A Suíça é um país muito de excelência, então, tem que fazer muito seriamente, ser preciso. E amar o que faz. Fazer com prazer".
Todas as vezes em que estou na fábrica, não tem um dia em que eu fale assim: não é aqui que quero estar. Eu quero estar lá, produzir, fazer o melhor. Quero que as pessoas gostem do que eu estou fazendo. Isso é muito importante. No trabalho, você tem que ser muito sério no que está fazendo".
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