EasyJet diminui número de assentos em aviões devido a dificuldades para recrutar empregados
A companhia aérea de baixo custo EasyJet decidiu retirar seis assentos de seus voos de aparelhos A319 no Reino Unido para enfrentar o problema de falta de pessoal, que recentemente levou ao cancelamento de centenas de seus voos. A nova estratégia foi anunciada pela empresa nesta segunda-feira (9) como uma forma de limitar necessidades de mão-de-obra.
"Neste verão [no Hemisfério Norte], operaremos nossa frota de A319 no Reino Unido com um máximo de 150 passageiros a bordo [em comparação a 156 em outros voos] e três tripulantes" em vez dos quatro habituais, informou a EasyJet em um comunicado.
Essas adaptações dizem respeito aos 60 aviões que compõem a frota britânica de A319 da companhia. A EasyJet indica atuar de acordo com as regras da aviação civil no Reino Unido, com um tripulante de cabine para cada 50 assentos.
A empresa explica que os últimos seis lugares do avião são frequentemente reservados nos últimos dias antes da partida e a empresa estima que o impacto da medida será limitado na sua oferta de voos durante o verão no Hemisfério Norte, período de julho a setembro.
No início de abril, a britânica EasyJet teve de cancelar centenas de seus voos, sobre uma média de 1.600 diários. As anulações ocorreram porque os funcionários estavam contaminados pela covid-19. Setor particularmente atingido pelas restrições sanitárias, no auge da epidemia, a aviação começa a ver uma recuperação de demanda.
Dificuldade para recrutar empregados
A EasyJet tenta recrutar pessoal, mas essa é uma tarefa difícil no momento, já que aeroportos e companhias aéreas do Reino Unido, que haviam cortado funcionários durante a pandemia, procuram contratar funcionários todos ao mesmo tempo.
Reduzir o número de assentos em algumas aeronaves é "uma maneira eficiente de operar a nossa frota enquanto aumentamos a resiliência e a flexibilidade de nossas operações no verão, quando esperamos retornar próximo aos níveis de voo de 2019", estima a EasyJet.
A empresa havia indicado, em meados de abril, que esperava um prejuízo entre 535 a 565 milhões de libras, nos seis meses encerrados no final de março, perda inferior à do mesmo período de 2021. A empresa diz estar satisfeita com o aumento das reservas.
Aeroportos europeus: alta repentina de voos
Nos aeroportos europeus, o aumento inesperado do número de passageiros após o fim das restrições relacionadas à covid-19, representa um "desafio" para as empresas que reduziram o número de funcionários durante a crise.
"O desafio imediato é gerenciar a alta repentina do tráfego, já que um dos efeitos da pandemia foi a redução dos recursos dos aeroportos e de manutenção das aeronaves no solo", disse o diretor-geral do Conselho Internacional dos Aeroportos na Europa, Olivier Jankovec, em um comunicado divulgado na quinta-feira (5).
Ele salientou a necessidade de contratar novos funcionários, e disse que é impossível "realizar ajustes de um dia para o outro", levando-se em conta aspectos relacionados à segurança e os prazos necessários às formações. Na véspera, a IATA, a principal associação mundial de companhias aéreas, havia pedido que a situação fosse tratada com "urgência."
(Com informações da AFP e da RFI)
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