França, Reino Unido e Espanha anunciam restrições a viajantes chineses temendo onda de covid-19
A consequência do fim das políticas de controle da covid-19 na China está assombrando países europeus com a possibilidade da transmissão de novas variantes da doença. França, Reino Unido e Espanha anunciaram nesta sexta-feira (30) novas medidas de controle que restringem o acesso a viajantes vindos do país asiático, na tentativa de evitar uma nova onda da doença em seus territórios.
Apesar de o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças ter considerado desnecessária a recomendação de triagem de viajantes oriundos da China para a entrada na União Europeia, os governos da França e da Espanha decidiram adotar medidas em suas fronteiras.
A França vai exigir um teste negativo 48 horas antes do embarque de todos os viajantes que chegarem ao seu território vindos da China, seja em voos diretos ou com escala. Além disso, o governo francês fará testes PCR aleatórios entre os viajantes no momento da chegada em seus aeroportos.
A Espanha, por sua vez, decidiu exigir um teste negativo para a covid-19 ou a prova da vacinação contra a doença. A mesma medida será adotada pelo Reino Unido, de acordo com a imprensa local.
Pouco a pouco os países seguem os passos já tomados pela Itália, Estados Unidos e Japão, colocando restrições para evitar a entrada de possíveis novas variantes do coronavírus oriundas da grande explosão de casos na China.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou como compreensíveis as medidas de precaução tomadas por países tão afetados pelas mortes da pandemia.
Fim da política de Zero Covid
Três anos após o surgimento dos primeiros casos de coronavírus em Wuhan, a China decidiu por fim de uma hora para outra a sua rígida política de controle "Zero Covid".
Desde 2020, os chineses adotaram uma política de testes de Covid universalizados e monitoramento rigoroso da circulação de pessoas para conter a propagação do vírus. Essa política teve resultado, mas quase três anos depois ainda obrigava com frequência os chineses a ficarem presos em confinamento ou sob quarentenas intermináveis.
Estas medidas extremas, que mantiveram o país amplamente isolado do resto do mundo, infligiram um duro golpe à segunda maior economia do mundo e provocaram grandes protestos em novembro, que fizeram o governo abrir mão do controle.
Como resultado, os hospitais chineses foram lotados por uma enxurrada de pacientes, a maioria deles idosos ou pessoas vulneráveis, que ao longo de todo este tempo não foram vacinados contra a covid-19.
Com o aumento de casos, centenas de subvariantes da variante ômicron da covid foram registrados no país, que tem 1,4 bilhão de habitantes.
Falta de informações confiáveis
Chamado a se posicionar sobre a necessidade de triagem nas fronteiras da União Europeia, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças considerou que a medida não se justifica. Para a agência, os altos índices de vacinação na comunidade europeia e a circulação de subvariantes em seu território são suficientes para manter essa população protegida.
Contudo, alguns países europeus decidiram adotar precauções próprias frente à falta de confiança sobre os dados que chegam da China.
"Na ausência de informações completas da China, é compreensível que os países tomem as medidas que eles acreditam que protegerão seu povo", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus..
Na sexta-feira, apenas 5.515 novos casos e uma morte foram relatados pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Entretanto, estes números não parecem mais refletir a realidade, com hospitais lotados e em um país que deixou de fazer testes.
(Com informações da AFP)
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