Chuva, depressão, pistas falsas e até uma espécie de sequestro-relâmpago foram alguns dos perrengues dignos de uma verdadeira Caixa de Pandora que o garçom Reinaldo Júnior, 39 anos, viveu durante os 45 dias em que sua cachorrinha com nome do mito grego ficou perdida entre o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e sabe-se lá onde mais.
Na lenda, Pandora mantém a esperança presa na caixa presente de Zeus, após libertar as tragédias humanas. E foi justamente este sentimento que nunca deixou de acompanhar o tutor Reinaldo, ou "pai da Pandora", como ele prefere ser chamado.
No dia 15 de dezembro, ele saiu do Recife, sua terra natal, e ficaria um mês em Navegantes, Santa Catarina, antes de partir para a Suíça, onde tinha uma proposta para trabalhar como chapeiro. Pandora foi transportada no bagageiro do avião e perdida no voo de conexão em Guarulhos.
Se, antes da viagem ao país europeu, deixar a filha no Brasil estava fora de cogitação, ao perdê-la por um mês e meio, Reinaldo também não pensava na possibilidade de nunca mais ter a companheira de volta.