Era fevereiro de 2020, fim do inverno japonês, quando o fotógrafo paulistano Pedro Silvestre, de 60 anos, começou a notar "algo diferente no ar".
Há 25 anos radicado no Japão, hoje na cidade de Yokohama, a 35 km de Tóquio, Silvestre costuma perambular sempre munido de sua máquina fotográfica e registrar cenas curiosas do cotidiano. Depois de tanto tempo no arquipélago, ele já tinha se acostumado a ver milhares de mascarados no dia a dia -- lá, o uso de máscaras faciais já é comum há décadas.
Nos primeiros dias de março, porém, Silvestre notou algo de diferente no boom de máscaras na região metropolitana de Tóquio. A quebra da normalidade que o fotógrafo sentira no ar, ao fim, se desdobraria na declaração de pandemia global de covid-19 pela OMS (Organização Mundial de Saúde), dia 11 de março de 2020.
Desde então, ele passou a registrar cenas de um hábito nipônico que, pouco tempo depois, se tornaria um fenômeno mundial. Um tipo de objeto de análise: as máscaras, que sob as lentes do fotógrafo se tornaram "personagem" principal de um ensaio feito em Tóquio e arredores, que Nossa mostra a seguir com exclusividade.