Se um grupo de pessoas tivesse o desafio de fechar os olhos e imaginar um bar com comida boa, é provável que cada resultado tivesse o seu jeitinho particular. O melhor sabor não está num tipo específico de estabelecimento, nem num único formato de receita.

É por isso que numa cidade multicultural como São Paulo, o resultado de Melhor Cozinha de Bar, do Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes, só poderia ser assim: diverso.

Entre lugares que prezam pela tradição, como o Bar do Luiz Fernandes e seus bolinhos crocantes, e cozinhas que bebem de referências internacionais, caso do Tan Tan e de combinações como batata frita com ovas de salmão, o que há em comum entre os vencedores é a vontade de proporcionar a mordida que faz o público querer voltar. Conheça o ranking completo abaixo.

O Prêmio Nossa é a eleição dos melhores bares e restaurantes de São Paulo, eleitos por um júri de 40 pessoas composto por jornalistas e especialistas do setor, influenciadores com foco em gastronomia e celebridades que amam circular pela cidade. Oito categorias também tiveram votação popular. Toda semana, até agosto, revelamos vencedores dos prêmios antecipados: conheça os bares e restaurantes campeões aqui.

Em quase dez anos de operação, o Tan Tan nunca perde o ar de novidade. A euforia do público na porta vai crescendo à medida que o endereço ganha projeção internacional.

Embora os coqueteis, criativos e equilibrados, chancelam o bar como um dos melhores do mundo, são as comidinhas — únicas na cidade — que viciam os clientes. Não à toa, a Melhor Cozinha de Bar, para o júri do Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes, é a de Thiago Bañares.

A união do seu repertório profissional — com passagens pelo D.O.M., Arturito e Z Deli — às raízes da família parte chinesa dá origem a petiscos como o wonton de camarão incrementado com chili crunch (molho à base de de óleo de gergelim e pimenta), shoyu e gergelim.

Prepare-se para lambuzar os dedos com a asinha de frango crocante melada em chili adocicado, gergelim e amendoim. É um dos preparos queridinhos da casa, assim como a batata frita de interior macio empanada em massa de tempurá, que recebe maionese, pó de algas e ovas de salmão.

Para completar o banquete, a torta de chocolate inspirada na custard lemon pie mudou de textura desde que um estagiário deixou as gemas cozinharem demais e, sem querer, descobriu o segredo da textura perfeita para acompanhar o creme inglês.

Tan Tan
Rua Fradique Coutinho 153, Pinheiros.
@tantannb

Croquete de carne recheado com queijo e bolinho de arroz costumam passar pelo salão nas bandejas do garçom. São clássicos da casa, sempre requisitados em alguma mesa. Receitas como essas, que fazem do bar um ótimo lugar para beber e comer há mais de 20 anos, dividem espaço no menu com criações mais recentes, adicionadas por Marcelo Tanus, chef do grupo Cia Tradicional de Comércio.

Exemplo é o cachorro-quente preparado com salsicha artesanal de camarão, aioli, rabanete e pedaços do crustáceo. Pela fama e tradição dos pratos, o endereço também é destino na hora do almoço. Enquanto a feijoada só dá as caras de quarta e sábado, o filé-mignon na manteiga de alho, servido com arroz misturado a farofa e batata palha pode ser escolhido a qualquer dia.

Também faz sucesso o picadinho, que além de acompanhar arroz, banana à milanesa, farofa e ovo frito como de costume, traz duas boas surpresas: caldinho de feijão e pasteis de queijo.

Atualmente, o estabelecimento conta com filiais no Shopping JK Iguatemi, nos Jardins (Rua Oscar Freire, 163) e na Bela Vista (Alameda Ministro Rocha Azevedo, 72)

Astor
Rua Delfina, 163, Vila Madalena.
@barastor

Elisa Fernandes, campeã da primeira temporada do MasterChef Brasil, tornou-se uma chef notável. E é neste bar de vinhos com jeitinho de bistrô que ela aplica as técnicas e filosofias aprendidas na temporada na França, onde estudou na Le Cordon Bleu.

Entre os guias da sua cozinha está a sazonalidade. São as estações do ano e seus impactos na agricultura que ditam quais alimentos serão substituídos no cardápio. Por isso, mudanças são comuns no menu.

Preparo que se mantém firme por lá (ainda bem) é a clássica torta folhada pithivier, recheada no capricho por costela, mandioquinha e couve manteiga ao molho de carne e mariscos. Como demora cerca de 25 minutos para chegar à mesa, vale investir nas conchas como entradinha. Além de ostras e vieiras, há a cobiçada dupla de moules-frites. Os mexilhões são servidos no creme que é um paraíso para mergulhar fatias de pão e batata frita.

Clos Wine Bar
Rua Girassol, 310, Vila Madalena.
@clos_winebar

O bar do Luiz Fernandes e da Idalina Amaro é tudo que você espera de um boteco raiz. É por isso que foi escolhido pelo júri popular como o dono da Melhor Cozinha de Bar de São Paulo e que os banquinhos de plástico das três unidades estão sempre ocupados.

Entre os clientes fieis da vizinhança, que batem ponto todo fim de semana, e os que chegam de outros cantos da cidade (ou até países), ninguém se importa com o desconforto do assento desde que role passar a tarde aproveitando batidas, caipirinhas e petiscos.

Agora mais sob o comando dos filhos, a cozinha expede as receitas da mãe. O bolinho de carne, úmido por dentro e sequinho e crocante por fora, é a grande perdição.

Se essa não for a sua praia, tudo certo. Você vai se dar bem com qualquer outra escolha. Tipo com o carequinha, bolovo com massa de linguiça e ovo de codorna, e com o 50tinha, joelho de porco envolto em massa de batata servido com chucrute e mostarda escura. Quem preferir, pode voltar no tempo e se servir do balcão de acepipes, à moda antiga.

Bar do Luiz Fernandes
Rua Augusto Tolle, 610, Santana
@bardoluizf