CARIBE
NORTE-AMERICANO


Emerald Coast: descubra a costa da Flórida que não perde em nada para as praias caribenhas


Por Natália Manczyk, de Pensacola, Flórida

O nome dessa região não deixa espaço para dúvidas. Joga na cara que naquele pedaço da Flórida o mar é de um tom verde-esmeralda impactante. A água é mansa, transparente e brilhante — uma referência perfeita à pedra preciosa. Já as areias poderiam dar o apelido de "salt coast". São tão brancas e finas como o sal.

Banhada pelo Golfo do México — aquele mesmo que dá o tom ao mar de Cuba e Cancún — a região está em um trecho da Flórida que pouca gente se dá conta que existe. No Noroeste do estado, e não na famosa península que acolhe Miami e Orlando. São seis horas de carro de Orlando. Ou quatro horas de New Orleans e cinco de Atlanta.

A geografia dita a regra que a Emerald Coast se estende por toda a costa que vai de Pensacola a Port St. Joe. Mas salve esses dois nomes: Destin e Panama City Beach. É o trecho entre essas duas cidades o mais desejado pelos norte-americanos.

A água dessa região já hipnotiza naturalmente, mas ainda assim ninguém desvia o olho do mar. É para não perder os golfinhos que saltam livres e podem ser vistos da areia mesmo. Ou de barcos e jet skis, avistados pulando a metros de distância, por conta da transparência daquela água.

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Panama City Beach é das praias mais alegres da Flórida, tanto que é a escolhida pelos jovens para passar dias de balada durante o spring break. É naquelas areias brancas onde o pessoal se encontra, mas a melhor vista não é dali: é do Píer Russel Fields, que avança 457 metros pelo Golfo do México.

Essa alegria toda não fica só na praia. É só virar as costas para o mar e encontrar o Pier Park, a região com 124 lojas, bares e restaurantes. Mas não vá pensando que é igual a qualquer downtown. A sensação é de estar dentro de uma história em quadrinhos graças às fachadas com desenhos e às placas com fontes no maior estilo Comic Sans.

É fácil se localizar no Pier Park. Afinal, ele termina na roda-gigante SkyWheel. A cabine, que chega a 61 metros de altura, tem vista para o azul cintilante do Golfo do México. Sentado no conforto do ar-condicionado, todo mundo tem tempo para ficar admirando a praia.

O auge da beleza na região é Shell Island, a ilha inabitada rodeada por um mar absurdamente verde. São 11 km de natureza e só. Não tem um sinal de civilização: hotéis, banheiros ou mesmo lixeiras. Por lá, só mesmo a areia branca, tartarugas, ninhos de pássaros e golfinhos que adoram nadar ali.

Tem cara de remota, mas nada disso. Na Shell Island só se chega de barco, mas não faltam opções. Há um shuttle por US$ 24,95, mas o mais divertido com amigos é alugar um barco (a partir de US$ 200 para meio dia). É a definição de férias: ser levado para uma ilha deserta enquanto abre uma cerveja, ouve música e vê golfinhos pulando.

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Para chegar na Shell Island com estilo, esta é mais uma opção: dirigindo o próprio jet-ski. O tour é guiado e o foco são os golfinhos no caminho. Eles são tantos que é bem provável que você pilote indo de um lado para o outro feito barata tonta tentando chegar mais perto desses simpáticos bichinhos.

A uma hora de Panama City Beach, Destin é conhecida como a vila de pesca mais sortuda do mundo. Isso porque é o ponto com a maior variedade de peixes na região. Tudo bem que não é mais vila, mas o que vale é que é lugar para comer peixes e frutos do mar excelentes em restaurantes coloridos como este, o Lulu's.

Essa área cheia de barcos é a Crab Island. Apesar do nome, é uma antiga ilha de areia que foi coberta pelo mar e hoje é "só" um banco de areia. Ali, a água bate na cintura e ostenta um tom verde cor de Caribe. Por isso, o negócio é ali é ficar batendo papo em uma roda de amigos no meio do mar.

A Crab Island é mais uma aonde só dá para chegar de barco. Uma forma é pegando um passeio que sai da marina HarborWalk e leva só cinco minutos. Outra é ir remando um caiaque transparente. A liberdade é maior, já que nesse caso não existe hora para voltar. Mas, dependendo do vento e habilidade no remo, o percurso tem chance de levar cinco vezes mais tempo.

O HarborWalk é daqueles calçadões típicos americanos. E é dali que sai mais um passeio adorado: o cruzeiro para ver golfinhos livres no mar. A probabilidade é tanta que, caso eles não apareçam justo naquele dia, a empresa permite remarcar o cruzeiro para outra data.

São 10 mil golfinhos vivendo no Golfo do México. Eles passam o ano todo na região e não migram, já que a água por lá é quente o ano todo. Está aí mais uma prova que a garantia de vê-los é quase total. O único risco nessa viagem é de perder a conta da quantidade de golfinhos que aparecem durante os dias na Emerald Coast.

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Reportagem: Natália Manczyk
Edição: Eduardo Burckhardt
Design: Kiki Tohmé
Imagens: Natália Manczyk, Anderson Spinelli, Destin Drone Solutions, Orange Video, Visit Florida, Emergent Media, Getty Images