Carnavais artificiais

Como fotógrafo usou realidade e inteligência artificial para criar Carnavais imaginários

Osmar Portilho De Nossa Carnavais Artificiais

Cenários que não existem, mas parecem familiares. Figuras que causam certo desconforto, mas que poderiam ser reais. Uma arte meio homem, meio máquina.

Você pode conhecer Pedro Garcia pelo seu trabalho fotográfico como Cartiê Bressão no Instagram, mas sua jornada atual é mais digital. E com uma aliada: inteligência artificial.

"Carnavais que nunca foram, mas que poderiam ter sido", assim que ele define o projeto Carnavais Artificiais, onde usa um software para mesclar fotografias reais com a "imaginação" das informações que abastecem o algoritmo da inteligência artificial.

Uma colaboração.

Como funciona

@carnavais_artificiais

A foto de verdade entra...

No software MidJourney, Pedro insere suas próprias fotos reais e comandos como referência para o aplicativo.

@carnavais_artificiais

...e o computador devolve sua ideia

O programa lê todas as informações e imagens para gerar uma nova criação inspirada nos direcionamentos do autor.

Desde pequeno sempre me interessei por tecnologia pra dar vazão às minhas ideias, e quando vi o surgimento dessas ferramentas de geração de imagens por inteligência artificial, comecei a estudá-las.

Pedro Garcia, autor do perfil Cartiê Bressão

Distopia com pé na realidade

Pedro compara o trabalho com a inteligência artificial com a fotografia de rua. Principalmente porque boa parte das imagens geradas pelos software nascem de inspirações de cliques na vida real.

Assim como passear pela rua atrás de fotografias, com certeza o software te apresenta caminhos que podem acabar dando em lugares imprevisíveis"

Seu primeiro contato com um software foi o popular Dall-E, mas 'Carnavais Artificiais' nasceu no MidJourney.

"O nível do resultado final se elevou bastante, e passou a dar conta do que a cabeça pensava".

Com meu trabalho fotográfico como Cartiê Bressão, considero que tenho um universo visual de estudo, das coisas que me interessam. E eu sempre tentei através das legendas nas fotos, levá-las para algum lugar que a minha imaginação permitisse. Então, somando esse universo visual próprio, com essa característica da imaginação, foi um pulo usar essa nova tecnologia pra continuar fazendo essa ponte.

Pedro Garcia

A continuidade da fotografia

Como Cartiê Bressão, Pedro Garcia desenvolve uma modalidade popular: a fotografia de rua. Momentos cotidianos, registros reais e espontâneos.

Alguns desses momentos capturados por ele ganharam novos contornos e formas por meio dos códigos de software. Uma troca.

"Considero o processo muito parecido com a fotografia de rua. Eu estou passeando na rua e os momentos aparecem. Pode demorar, ou pode vir rápido. As ferramentas de IA também tem essa característica do acaso"

Uma nova arte de acaso

Será que existe um percentual entre artista e máquina? Para o fotógrafo, tanto a rua quando a inteligência artificial lhe proporcionam combustível criatito vindo da espontaneidade.

"Como estou gerando essas imagens inspiradas no universo que eu já explorava, sinto como se estivesse fazendo a mesma coisa, só que em vez de operar com o acaso da rua, estou operando com o acaso da máquina. Outro ponto é que muitas vezes utiliza imagens próprias como insumos para a geração das imagens novas, o que também dá uma sensação de continuidade com o meu trabalho".

"E por fim, considero que arte é a transmissão de sentimentos. E o que posso dizer é que essa série tem me despertado muitos sentimentos, os quais estou compartilhando."

Pedro Garcia

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