Pelas portarias do edifício mais famoso de São Paulo ouvem-se mais de 5 mil bom-dias todas as manhãs. São os donos de generosos apês de 210 m², mas também de quitinetes com enxutos 25 m². Decidimos abrir as portas de quatro dessas valentes que esbanjam identidade.
O cheiro de café foi irrecusável em nossa chegada. No térreo do edifício, a cafeteria famosa parecia um bom lugar para entrar no espírito do condomínio. Uma xícara, em pé mesmo, Copan-raiz. Depois do primeiro gole é que a gente vê a placa "Não aceitamos cartões", ri e comecei o dia indo ao banco sacar dinheiro. 1 x 0, Copan.
O restante do percurso por entre suas 72 lojas é sinuoso, instigante. Niemeyer foi mesmo genial ao traçar suas célebres "curvas livres e sensuais" para os 32 andares do Copan. Ainda hoje é o maior prédio residencial de concreto erguido no Brasil. Um gigante simpático. Até demais.
No sobe-e-desce de elevadores a gente entende a dimensão de morar nesse caleidoscópio vivo que concentra os estilos de vida de 5 mil pessoas em 1160 apartamentos. São famílias inteiras. Gente nova ou das antigas, que chegou logo na entrega, em 1966, e viu tudo. O glamour do começo, a decadência em 1980 e a retomada - dizem que o síndico usou até espingarda para despejar traficantes.
Após o caos, o Copan voltou à glória. É o endereço de famosos - veja Walério Araújo passar, diga olá à chef Janaína Rueda, do Dona Onça, no térreo - mas também de jovens seduzidos pelas linhas modernistas. Nesse caso, o endereço é certo: Bloco B. Concentram-se nele as quitinetes de 25 m² a 45 m², dependendo da curva do prédio. Vamos a elas.