Os Alpes para brasileiros

Nas míticas montanhas europeias, estação La Rosière é opção para ser recebido em português e começar a esquiar

Gabrielli Menezes Gabrielli Menezes/UOL

Todos os anos, a neve acumulada sobre as montanhas dá uma indireta para os praticantes de mountain bike e trekking. É hora de eles cederem espaço aos loucos e curiosos pelos esportes de inverno, cuja temporada vai de dezembro a abril no Vale do Tarentaise, o coração francês dos Alpes.

O local é quase um parque de diversões para as crianças e os adultos que sabem esquiar — ou que sonham em aprender. É lá que estão várias estações queridinhas, como Courchevel, Val d'Isere, Méribel, Les Arcs e La Rosière.

A última é a única com nacionalidade dupla: seus 160 quilômetros de pistas estão em zona franco-italiana. Isso significa que dá para cruzar a fronteira deslizando na neve e almoçar no país vizinho. Uma atração e tanto para os craques de esqui e de snowboard.

Já os visitantes de primeira viagem encontram outras vantagens. Quase metade dos trajetos apresentam nível de dificuldade equivalente às (poucas) habilidades dos principiantes e, de alguns pontos, é possível avistar o Mont Blanc, o monte mais alto da parte ocidental do continente (4.810 m), se as nuvens permitirem.

De olho nos profissionais, nos amadores e especialmente em quem sai do Brasil no verão e chega ao inverno europeu, o Club Med inaugurou em La Rosière um novo resort homônimo, com escola de esqui e acesso direto às pistas da estação.

'Bienvenue' a La Rosière

As 83 trilhas da estação se estendem pelo Passo do Pequeno São Bernardo, área batizada em homenagem ao santo padroeiro das montanhas.

O complexo oferece atividades como caminhada nórdica, patinação no gelo e dois tipos trenós, o individual e o coletivo. Boa parte das pessoas, no entanto, está focada em aproveitar a boa cobertura de neve (considerada uma das dez melhores do país) para esquiar ou praticar snowboard.

A estação fica a 1.850 metros de altitude e o ponto mais alto, com trechos íngremes, está mil metros acima. Para transitar pela cordilheira, os aventureiros devem usar o lift, teleférico essencial para viabilizar o esporte — descer a montanha é difícil, mas subir é impossível.

O acesso ao transporte é liberado com a aproximação do passe de esqui na catraca. Num movimento circular, o banquinho chega pelas costas e obriga os esquiadores a se sentarem. Uma trava de segurança desce até o peito e, enfim, todos aproveitam a vista até desembarcarem na próxima pista.

O trâmite é bem simples para os habitués. Iniciantes, porém, precisam se certificar de onde estão indo. Há um mapa disponível no aplicativo da estação, por onde também se pede ajuda em caso de imprevistos.

Não dá para bobear. A primeira vez esquiando na neve (veja como foi a minha experiência aqui) exige uma série de cuidados, a começar pelas roupas, acessórios e equipamentos.

Esqui para leigos

Quem quer esquiar geralmente reserva um dia do roteiro de viagem para a missão. Acorda bem cedo, aluga os equipamentos e parte rumo à montanha a bordo de um transfer. Chegando na estação, compra a entrada e decide se prefere se aventurar solo ou se vale pagar para fazer uma aula breve com um instrutor.

Ao fim do turno, ou quando cansar da brincadeira, espera o resto do grupo para pegar a van e retornar ao ponto de encontro na cidade. Trata-se de um esquema de excursão que está à disposição de turistas em destinos de inverno mais populares.

Em La Rosière, onde as metrópoles próximas ficam a três horas de distância (Genebra, na Suíça, e Lyon, na França), a forma mais confortável de desfrutar do esqui é em resort. O Club Med oferece o serviço de transporte do aeroporto e o empréstimo de equipamentos.

Cada hóspede passa o tamanho do pé no momento da reserva e encontra a bota, o esqui, o capacete e os bastões selecionados por especialistas dentro de um armário.

Esse compartimento fica na sala que dá acesso às pistas de La Rosière. A poucos passos da porta é possível descer na primeira pista ou chegar à escola de esportes na neve instalada no local.

O auxílio dos professores faz parte do pacote all inclusive, assim como o ski pass para os teleféricos e o banquete de comes e bebes montado para os esquiadores no fim da manhã e da tarde.

Com check-in realizado apenas aos domingos, a proposta da rede é que os visitantes passem a semana toda nos Alpes e evoluam no esporte ao terem práticas de segunda a sexta com a supervisão de profissionais.

Quer ter vontade de voltar a esquiar? Veja essas três dicas

Invista num instrutor

Esquiar é um esporte único, feito em meio à natureza e com equipamentos mirabolantes. Ter um professor como guia é essencial para uma boa experiência. Nem os movimentos básicos (seguir, parar, virar, subir) são intuitivos.

Pegue leve com você

O maior objetivo da atividade é se divertir. Lembre-se disso ao cair, enfiar os esquis na neve fofa ou esbarrar em alguém sem querer. É comum acontecer com quem está aprendendo. Ninguém pretende virar atleta olímpico nas férias, né?

Respeite o seu limite

É perigoso descer trajetos quando não se tem conhecimento, prática e habilidade suficientes. Acredite: os trechos marcados de verde, voltados para esquiadores principiantes, serão desafiadores o bastante.

Da cerveja trincando ao clube infantil

Dono de outros treze resorts de inverno na França, o Club Med está de olho nos turistas brasileiros. No início da temporada, a empresa somava 18 mil reservas feitas daqui.

O Brasil é o segundo maior mercado dos nossos resorts de neve. Só fica atrás dos próprios franceses".

Janyck Daudet, CEO do Club Med para a América do Sul

A "invasão tupiniquim" impulsionou a equipe a fazer adaptações ao jeitinho brasileiro. Embora as culinárias italiana e francesa dominem as panelas do restaurante principal, quase sempre há um espaço reservado para o feijão nosso de cada dia.

"Também tem cerveja gelada de verdade", diz o CEO, lembrando que os europeus bebericam sem se importar com a temperatura.

Outros pontos que prometem agradar ao público são comer a qualquer hora do dia (mesmo se acordar tarde ou se atrasar para o almoço) e ouvir música brasileira na programação noturnas. "São detalhes que fazem a diferença".

Também para agradar este público, foram deslocados para La Rosière funcionários portugueses, brasileiros e de outras nacionalidades que falam português.

Um dos motivos está na quantidade de crianças que o resort recebe. Cerca de 75% dos 438 quartos foram planejados para casais com filhos.

"Se ninguém da família viu neve ou fala inglês, há grandes chances da viagem à neve dar errado. Aqui, as crianças entendem o funcionamento e se sentem à vontade logo que chegam".

Enquanto os pais aproveitam a piscina, o spa ou as aulas de ioga, os filhos podem ficar no mini club, área de recreação com capacidade para 300 pequenos cujas salas são separadas por idade e idioma. A partir dos 4 anos, quando o serviço passa a ser gratuito, a programação de atividades inclui aula de esqui.

* A repórter viajou a convite do Club Med.

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