Quando se chega a Quioto, a capital imperial do Japão entre 794 e 1868, o primeiro impacto recai, quase sempre, sobre os jardins, os templos majestosos e o casario bem-conservado de machiya, as antigas residências de madeira. Em seguida, outra imagem talvez traga de vez o visitante ao cenário de um filme histórico: a de mulheres (e homens) trajando quimono a passos curtos pela cidade.
É possível ver pessoas usando a vestimenta tradicional japonesa por todo o país, de senhoras carregando as compras a casais paramentados em um passeio a beira-rio. Mas é em Quioto que a tradição sobrevive com mais força -- de acordo com a Kyoto City Tourism Association, que promove o turismo local, há cerca de mil empresas de quimono na cidade, entre lojas e fabricantes.
Esse número não inclui as kimono rental, como são chamadas as lojas de aluguel do traje, pois não há um número oficial de quantas existem, diz o órgão. Em geral, as lojas de aluguel são procuradas por turistas que querem passear e tirar fotos especialmente na primavera, durante a floração das cerejeiras, e no outono.
É de se imaginar que o setor amargou os efeitos do fechamento das fronteiras com a pandemia de covid-19, mas o turismo interno ajuda a alimentar esse mercado, tal como moradores que alugam quimonos para ocasiões como casamentos e jantares formais -- por ser caro (pode custar milhares de dólares) e difícil de vestir, muitas japonesas preferem usar o serviço.