Vestido rodado de prenda no lugar do caipira, bombacha e bota em vez de calça remendada, música nativista na gaita e no violão embalando os casais. No mês de junho, é assim que o Rio Grande do Sul comemora os dias de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo.
Bairrista que só, o gaúcho faz questão de diferenciar sua festa junina dos arraiais que acontecem em outros estados do país - e as irmãs Estima não ficam atrás.
Nossa festa junina não é country nem caipira. Os homens usam a pilcha, roupa tradicional com bombacha, camisa e lenço, e as mulheres vão de prenda. E lá não tem essa de festa julina, os festejos só acontecem mesmo em junho" Laura Estima, doceira
"Os vestidos são rodados, sofisticados, cheios de rendas, fitas e passamanarias. A gente dança arrumada", emenda Luiza.
A dupla mora em São Paulo faz tempo. Luiza é escritora e promove eventos de escrita criativa ao redor da comida e do café, seus temas favoritos. Laura é doceira de mão cheia, dona da confeitaria Doce de Laura, na Vila Madalena.
As receitas das festas juninas gaúchas, claro, estão entre as lembranças mais vivas das irmãs, que cultuam a tradição até hoje. Laura contou para Nossa qual é o quitute mais vendido em sua doceria e, no final desta reportagem, ensina o preparo tintim por tintim.