Tem todo aquele papo de que São Paulo é cosmopolita, recebe gente de todas as partes do Brasil e do mundo, abraça vanguardas, novos pontos de vista, modas e tendências com mais velocidade do que qualquer outra cidade brasileira.
Bairrismos e orgulhos à parte, a música sempre teve morada segura em São Paulo — e em toda sua diversidade, apesar de o poeta Vinicius de Moraes definir a capital como "o túmulo do samba".
Espaços dedicados ao som ao vivo, íntimos ou mastodônticos, sempre brotaram na cidade. Mas o conceito de sair para ouvir música tem sofrido algumas transformações nos últimos tempos.
Os listening bars (ou hi-fi bars) aparecem como grande novidade. Têm inspiração nos jazz kissa japoneses, cafés que, desde os tempos da Segunda Guerra Mundial, reúnem aficcionados em jazz (e outros estilos) para a audição cuidadosa de discos de vinil.
A tendência, é claro, não apaga do nosso mapa musical os bares de música ao vivo de rock, MPB, samba, blues, jazz e outras vertentes. Continuam fervilhando. Mas a opção do público por lugares com acústica e som impecáveis tem sido uma constante na busca pela boa música — e os campões do Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes podem provar. Alta fidelidade é a pedida da vez.