Parece que os botecos de São Paulo vivem o seu melhor momento. Numa retomada do conceito boêmio do passado, uma nova geração de chefs decidiu investir nesse tipo de estabelecimento e reviver — com toques de modernidade — o clima informal dos endereços chamados "pé-sujos".

Isso inclui colocar mesas na calçada, implementar um sistema de serviço que permita ao público curtir a noite de pé e garantir um cardápio com friturinhas feitas com o mesmo cuidado de qualquer prato de alta gastronomia.

O resultado de Melhor Boteco do Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes divide o ranking entre essa nova leva e a velha guarda, que, sem dúvidas, serve de inspiração para os debutantes do ramo. Confira onde ser feliz dividindo uma garrafa de cerveja e uma porção de bolinhos com os amigos.

O Prêmio Nossa é a eleição dos melhores bares e restaurantes de São Paulo, eleitos por um júri de 40 pessoas composto por jornalistas e especialistas do setor, influenciadores com foco em gastronomia e celebridades que amam circular pela cidade. Oito categorias também tiveram votação popular. Toda semana, até agosto, revelamos vencedores dos prêmios antecipados: conheça os bares e restaurantes campeões aqui.

Especialista em churrasco, Romulo Morente viajou o Brasil com o seu fogo de chão e um sonho na cabeça: abrir um boteco democrático com cerveja gelada e comida boa. Inspirado por endereços cariocas e mineiros, onde a galera ocupa a calçada sem medo, o paulistano inaugurou o Moela com a ajuda de um grupo de sócios.

Há 4 anos, a trupe oferece ótimos bolinhos por preços que cabem em muitos bolsos. Entre eles, o de carne enriquecido pelo tutano do boi e o de milho com gorgonzola. O bolovo, um clássico da botecagem que foi "resgatado" pela nova geração de bares, aqui leva massa de abóbora abóbora com rabada. Diferentão, o croquete mistura com esperteza a costela cozida ao vinho tinto ao purê de mandioquinha. Ambas as unidades, instaladas na Santa Cecília e em Pinheiros, exibem uma vitrine dedicada a receitas frias, que incluem os miúdos favoritos do chef: moela em salsa verde e língua ao vinagrete.

O público, já acostumado com o jeitão do bar, pede cerveja de 600 mililitros para dividir com a turma ou fica na batida de cachaça da casa e leite condensado mais maracujá ou leite de coco. O caju amigo, preparado com compota da fruta, limão e cachaça, é outra pedida frequente que não cansa nem quem bate ponto todos os finais de semana no Melhor Boteco de São Paulo pelo Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes.

Moela
Rua Canuto do Val, 136, Santa Cecília.
@barmoela

Embora sem piso de taco e samambaia pendurada ao teto, o Bagaceira é orgulhosamente um "Santa Cecilier". Para ser mais específico, um "Vila Buarquer". Isso porque o bar nasceu na região após os fundadores, donos do vizinho Koya88, toparem solucionar os problemas do antigo responsável, angariando o espaço. Na esquina das ruas da Jesuíno Pascoal com a Frederico Abranches, o estabelecimento reforçou o agito do quarteirão com simplicidade.

As conservas abrem o apetite. Tem jiló e escabeche de berinjela, abobrinha, cebola e cogumelos com creme de ricota para passar no pão. Entre os bolinhos, o bolovo, clássico paulistano preparado aqui com copa lombo e morcilla, é abocanhado com o centro da gema ainda mole.

Para uma sustância a mais, o coração de galinha na cachaça, servido com salsa verde, é boa opção, assim como o sanduíche de pernil, queijo meia cura, picles e mostarda. Quem se cansa da cerveja gelada pode investir na batidinha de maracujá ou nos drinques. O cajá sour, que leva purê da fruta, cachaça de jambu e calda de hortelã, apresenta toque cítrico.

Bagaceira
Rua Frederico Abranches, 197, Vila Buarque.
@barbagaceira

É a zona norte que tem a sorte de hospedar o lugar que é referência quando o assunto é boteco. Hoje com três unidades na região, o Bar do Luiz Fernandes foi inaugurado em 1970, após a mercearia da família sofrer o baque da ascensão das redes de supermercados.

Desde essa época, uma receita tomou o posto de protagonista. É o bolinho de carne da Dona Idalina: crocante por fora, úmido por dentro e temperado como só ele. Um par perfeito para a vinagrete levemente picante que pode dividir espaço na mesa com outras delícias criadas pela matriarca e seus filhos.

O mineirinho é o pão de queijo frito com interior repleto de pernil desfiado, queijo e pimenta biquinho. Já o brasileirinho equilibra o defumado do recheio de feijoada à doçura da massa amarela de mandioquinha. Os dois merecem um toque da pimenta da casa, que vai bem também no pastel recheado de camarão. Se o banquinho de plástico não incomodar, dá para passar a tarde provando os petiscos junto das batidas ou das caipirinhas.

Bar do Luiz Fernandes
Rua Augusto Tolle, 610, Santana.
@bardoluizf

A cremosidade da coxinha, de frango clarinho bem temperado e uma generosa porção de catupiry, fez o bar ser reconhecido por todo o país.

A casa que ocupa uma esquina da Vila Mariana coleciona prêmios da crítica especializada, mas também agrada o público leigo. Por isso, leva o título de Melhor Boteco do Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes, segundo a opinião do júri popular.

Além do salgado, outras três pedidas conquistam os estômagos dos paulistanos que frequentam o local há quase 20 anos: o pastel recheado de bobó de camarão, o chope com colarinho perfeito servido na tulipa rabo-de-peixe e as caprichadas caipirinhas. Vão no copo alto misturas como caju, abacaxi e limão-siciliano ou tangerina, maracujá e gengibre. A lista de combinações é extensa, assim como a de marcas de cachaça.

Pelas paredes, espalham-se referências de futebol e de música — o próprio nome do estabelecimento é uma homenagem ao botequim carioca em que Vinicius de Moraes e Tom Jobim avistaram a Garota de Ipanema (Helô Pinheiro) a caminho do mar.

Veloso
Rua Conceição Veloso, 54, Vila Mariana
@velosobar

Destaques da categoria

Os botecos que também foram finalistas na votação do júri e no voto popular no Prêmio Nossa

Reprodução

Bar do Luiz Nozoie

O endereço familiar é, há mais de sessenta anos, o destino certo para quem gosta de um bar autêntico e sem firulas. A cerveja geladíssima casa perfeitamente com friturinhas como o espeto de camarão, o bolinho de milho e a rã à milanesa.
Avenida do Cursino, 1210, Bosque da Saúde. @bardoluiznozoie

Reprodução Instagram

De Primeira Botequim

Em uma esquina badalada da Vila Madalena são servidos chopes gelados e batidas ?de primeira?. Boas para compartilhar, as porções apresentam uma releitura dos tradicionais pratos de boteco. O risole de rabada leva pimenta-de-cheiro e kimchi.
Rua Aspicuelta, 271, Vila Madalena. @deprimeira.botequim

Divulgação

Pirajá

Com o título de ?patrimônio cultural carioca fora do Rio de Janeiro?, a rede está em mais de dez endereços de São Paulo. Embalado pelo samba, o bar conta com um cardápio caprichado, que vai de petiscos a pratos feitos.
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64, Pinheiros. Mais dez endereços. @barpiraja

Reprodução

São Cristóvão

Boêmia em um reduto futebolístico. É esse o resumo do bar que exibe em suas paredes centenas de camisas de time e serve chope gelado acompanhado de petiscos clássicos. Entre eles, a língua ao molho da própria carne com pimenta biquinho e alho assado.
Rua Purpurina, 370, Vila Madalena. @saocristovaobar

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