Escolher um novo restaurante para conhecer nem sempre é simples. O lugar ideal depende da especialidade, do preço, da atmosfera e, principalmente, da qualidade.

É para guiar os paladares gulosos e curiosos que moram ou visitam São Paulo que o UOL publica, pela primeira vez, o Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes.

Para chegar aos vencedores por especialidade, reunidos abaixo, montamos um júri e tanto. São vinte pessoas com experiências diversas. Jornalistas, cozinheiros, influenciadores e até celebridades apontaram os seus restaurantes favoritos em treze categorias.

A soma dos votos resultou nesta lista, que traz o que há de melhor na capital paulista para você visitar — ou revisitar. Conheça os campeões e bom apetite!

ÍNDICE

Keiny Andrade/UOL

Melhores restaurantes por especialidade

Você está aqui. Veja abaixo os campeões por categoria, de Pizzaria a Melhor Restaurante de Carnes

Keiny Andrade/UOL

Melhor Restaurante e prêmios especiais

Conheça o Melhor Restaurante de São Paulo, Melhor Chef e Melhor Estreia

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Keiny Andrade/UOL

Melhor Bar e prêmios especiais

Conheça o Melhor Bar de São Paulo pelo júri e voto popular, Melhor Bartender e Melhor Estreia

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Keiny Andrade/UOL

Melhores bares por especialidade

Do Melhor Boteco à balada campeã, conheça os vencedores da boemia em cada categoria

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Um típico bistrô francês se esconde na ruela dos fundos do cemitério da Consolação. Atrás das portas antigas de madeira, está o salão de teto baixo com mesas cobertas por toalhas brancas, que recriam a atmosfera charmosa e sofisticada de Paris.

Com exceção da mudança recente de endereço, nada mais no Melhor Restaurante Francês de São Paulo é novidade. Ao contrário, o mérito do chef Benny Novak e do restaurateur Renato Ades está em manter a proposta relevante na cena gastronômica paulistana por mais de duas décadas.

Para isso, a dupla se vale de clássicos que não saem de moda, desde o serviço educado até as receitas do menu. Comece pelo couvert, com ótimos pães de Flávia Maculan, esposa de Renato, ou pelas ostras frescas. O dry martini e a taça de vinho branco fazem boa companhia.

A escolha do prato principal só vai depender do espírito do freguês. Um básico sem erro é o filé ao molho de mostarda com batatas fritas finas, fartas e crocantes. Para uma refeição mais calorosa, peça o cassoulet (espécie de feijoada com feijão branco e linguiça de porco) com pato confit. Se a ideia é pegar leve, guarde a dica: steak tartare.

Entre as sobremesas mais pedidas da casa, o profiteroles é leve, delicado e crocante. Além de ser recheado de sorvete de baunilha, é banhado pela calda de chocolate que desperta um desejo tentador: raspar todo o prato.

Ici Bistrô
Rua Mato Grosso, 396, Higienópolis.
@ici_bistro

Se a sala da casa de Vítor Sobral fosse como um salão de boteco tradicional, as paredes seriam repletas de fotos. O chef lusitano serviu presidentes e papas ao longo da carreira de mais de três décadas. No Brasil, a sua empreitada ao lado do sócio e restaurateur Edrey Momo é uma extensão desse sucesso.

Considerado o Melhor Restaurante Português de São Paulo pelo júri do Prêmio Nossa, o estabelecimento trocou de endereço após treze anos nos Jardins. No novo imóvel de esquina em Pinheiros, a operação ficou maior e incorporou a churrasqueira deixada pelo antigo inquilino.

A degustação segue como a melhor forma de conhecer o trabalho executado pela equipe do cozinheiro — porções menores são servidas em cinco ou sete etapas a um preço fechado. Quem prefere o formato à la carte pode investir nas sardinhas crocante servidas junto a creme de abacate com limão e gengibre ou no bacalhau confitado sobre creme de cebolas assadas mais ovo mollet e azeitonas desidratadas como entrada.

Na nova localização, as receitas abriram espaço para influências brasileiras. Entre os pratos principais está, por exemplo, a fraldinha de porco caipira com emulsão quente de limão, mandioquinha e espinafre.

Tasca da Esquina
Rua Joaquim Antunes, 197, Pinheiros.
@tascadaesquinasp

Por muito tempo a chef Mari Sciotti preferiu não usar a palavra "vegetariano" para definir o seu restaurante, inaugurado em 2018. A ideia era não colocar o rótulo à frente das boas receitas — o fato de todas elas deixarem a carne de fora era, digamos, um acaso. Mas, de lá para cá, a comunidade vegetariana ganhou força e não há como negar o que se é. E o Quincho é o Melhor Restaurante Vegetariano de São Paulo na opinião do júri do Prêmio Nossa.

O ambiente amplo e iluminado é convidativo para o público. Inclusive para as crianças. Algo raro de se ver em bons estabelecimentos da capital, a casa conta com uma biblioteca para integrar todos os membros da família.

Criativos, os pratos consideram a combinação de texturas e a construção de sabor a partir de ingredientes naturais e do uso do fogo. As cenouras coloridas chamuscadas vão à mesa junto de homus de pistache, dukkah (mistura de especiarias) e o fruto caramelizado. É uma combinação de sucesso, assim como o tempurá de cogumelo enoki servido com purê de couve-flor e vinagrete de avelãs.

Desenvolvidas sob o olhar de Brenda Freitas, as sobremesas também abraçam a diversidade do que a terra dá. Exemplo é o figo assado com azeite de lavanda acompanhado de creme de mascarpone aromatizado pela flor, coulis de morango e amêndoas tostadas.

Quincho
Rua Mourato Coelho, 1447, Vila Madalena.
@quincho.sp

A ideia inicial do arquiteto Carlos Verna, em 2015, era abrir um restaurante especializado em pratos preparados na lenha.

O forno já estava lá, no imóvel recém-ocupado, mas uma viagem a Nova York mudou os rumos do negócio. Por lá, já bombavam as pizzas neonapolitanas — individiduais e com bordas generosas, como as napolitanas, mas com coberturas mais diferentonas, livres das regras de Nápoles.

Verna achou que a novidade, um sucesso nas casas moderninhas nova-iorquinas, tinha tudo para emplacar na Vila Madalena. Acertou em cheio.

Cabe ao sócio argentino Luciano Nardelli, o Lucho, comandar o forno da Carlos Pizza, eleita a Melhor Pizzaria de São Paulo pelo Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes, que já ganhou uma filial no Jardim Paulista.

Subverter regras é com ele mesmo. Vale misturar farinhas de trigo nacionais e importadas, preparar o molho com tomates assados na lenha e inventar coberturas sem amarras — já teve até de frango com Catupiry, um clássico paulistano de todos os tempos.

As pizzas do festival Queijos do Brasil, que foi lançado em 2023 e volta em meia entra em cartaz, ajudam a clientela a descobrir produtos artesanais de pequenos produtores. E algumas das suas receitas, de tão queridas, não podem sair do menu. É o caso da pizza de berinjela, que leva muçarela, queijo de cabra, parmesão e orégano (R$ 60), e da amatriciana, com pancetta artesanal, queijo de ovelha e cebola roxa (R$ 68).

Carlos Pizza
R. Harmonia, 501, Vila Madalena
Al. Tietê, 658, Jardim Paulista
carlospizza.com.br

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Não espere encontrar, na cozinha, um chef de origem árabe e com sotaque. Fred Caffarena é especialista em cozinha do Oriente Médio, mas nasceu em Araraquara (SP).

Depois de mergulhar no receituário tradicional de países como Síria, Líbano, Turquia e Marrocos, Caffarena abriu casas que ajudaram o paulistano a conhecer novas facetas da cozinha árabe, como o Kebab Salonu e o premiado Firin Salonu.

Sua mais recente empreitada, o Make Hommus, Not War, nasceu em 2020, em plena pandemia, como um despretensioso serviço de delivery. Em pouco tempo, ganhou mais fãs, tanto que foi eleito o Melhor Restaurante Árabe de São Paulo pelo Prêmio Nossa.

No menu, a tradicional pasta de grão-de-bico, quase sempre servida como entrada ou petisco, ganhou status de prato principal e já aparecia em diferentes preparos e combinações. Deu tão certo que, desde 2022, virou restaurante no bairro de Pinheiros.

O menu lista alguns clássicos da cozinha árabe, como quibe, falafel e arais, mas é o hommus a estrela do pedaço. Sozinho, temperado com tahine artesanal, limão, alho e sal, é servido com azeite, ervas e grãos (R$ 28).

Como prato principal, aparece em oito versões substanciosas. Preferido da clientela, o vegano Hommus Karnabahar vem com couve-flor assada, azeite, limão e coentro (R$ 43), mas pode receber o reforço do ovo, por R$ 5 a mais.

Make Hommus, Not War
R. Oscar Freire, 2270, Pinheiros
@makehommus

Filhote do restaurante judaico Z Deli, a Z Deli Sandwiches, inaugurada em 2014, não é somente hamburgueria. Como entrega o nome, a casa do chef Julio Raw segue a tradição de sua avó, Rosa Raw, e passeia pelos pães e recheios típicos da cozinha judaica.

Mas seu menu de hambúrgueres, impossível negar, é um dos grandes atrativos — e garantiu à casa o título de Melhor Hamburgueria de São Paulo pelo Prêmio Nossa.

A introdução do cardápio vai logo avisando: todos os burgers têm 165 gramas e são feitos com carne fresca, livre de hormônios. Congelados não entram ali. O pão macio e amanteigado, Raw copiou das hamburguerias de Nova York — e acabou lançando a moda dos hambúrgueres em pão de brioche.

O burger Joint (R$ 45), segundo o próprio Raw, best seller absoluto, é a versão clássica americana, executada sem invencionices. Leva american cheese, alface, tomate, cebola roxa, picles e molho.

Seu maior concorrente é o Black Burger (R$ 58), receita autoral preparada somente na unidade de Pinheiros, que leva tutano e jus, molho denso da cozinha clássica francesa, bastante reduzido e muito aromático.

As outras lojas também têm seus burgers exclusivos. Só quem vai ao Centro, por exemplo, pode provar o Chilli Burger (R$ 54), com chilli de feijões com carne, queijo fundido, cebola roxa e sour cream.

Z Deli Sandwiches
R. Bento Freitas, 314, Centro; R. Francisco Leitão, 16, Pinheiros; R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr., 785, Itaim Bibi; R. Oscar Freire, 164, Jardim Paulista
zdeli.com.br

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Peças de carne escolhidas com cuidado maturadas por pelo menos 30 dias a fim de concentrar o sabor e enfatizar a maciez. Essa é a descrição do dry aged, técnica que é a base do trabalho de Renzo Garibaldi, peruano que trouxe ao Brasil a filial do bem-sucedido restaurante de Lima. Deu certo. A casa é a grande vencedora do Prêmio Nossa na categoria Melhor Restaurante de Carnes.

Ao lado do sócio Guilherme Mora, o chef oferece aos paulistanos cortes como o assado de tira e o chorizo, extraídos de diferentes raças, do britânico Angus ao valorizado Wagyu. No cardápio, há também o ancho de vaca velha, inspirado na cultura espanhola de consumir animais de mais idade.

A melhor forma de aproveitar esse trabalho intenso de pesquisa e curadoria é compartilhando com quem está à mesa um pouquinho de cada carne assada na brasa. Na seleção, só não pode deixar faltar o arroz de tutano. O prato que se tornou um clássico da casa leva um caldo que apura o sabor por 48 horas e acompanha bacon, cogumelos e cebolinha.

Osso
Rua Bandeira Paulista, 520, Itaim Bibi
@ossosaopaulo

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"A mão da mulher é mais quente e, por isso, ela não pode fazer sushi". Você já ouviu essa frase? Agora imagine que, elegantemente, a chef Telma Shiraishi apanhou a crença popular com uma dupla de hashis e a soltou direto no lixo.

Metáforas à parte, a neta de imigrantes conquistou espaço e respeito no setor dominado por homens e, há 5 anos, recebeu o título de Embaixadora para Difusão da Cultura e Culinária Japonesa, concedido pelo governo japonês. Isso se deve ao trabalho executado à frente do Aizomê, o Melhor Restaurante Japonês no Prêmio Nossa de Bares e Restaurantes.

A casa, que foi inaugurada para receber executivos japoneses com comidinhas de izakaya, não tinha nem nome na porta. Com o tempo, a alma de boteco japonês foi dando lugar a um restaurante de culinária variada, que coloca a sustentabilidade e a sazonalidade como pilares.

No almoço, o público prova massas tradicionais, como o udon e o soba, e os settos, refeições completas que podem ser compostas por gohan, missoshiru, saladinha e legumes em conserva e peixe grelhado. À noite, brilha o omakase. É a sequência de degustação, com pratos quentes e sushis, servida no balcão. O cliente opta entre os pescados mais frescos do dia ou a versão vegetariana.

Além de operar a matriz, nos Jardins, Telma mantém uma segunda unidade do restaurante mais uma cafeteria com doces de produção própria dentro da Japan House, na Avenida Paulista.

Aizomê
Alameda Fernão Cardim, 39, Jardim Paulista.
@aizomerestaurante

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Uma chef que todos os cozinheiros admiram: Mara Salles. O motivo? Sua irreverência ao defender a comida brasileira numa época em que falar de ingredientes e preparos regionais ainda não era moda.

Foi em 1985 que ela deixou a carreira de secretária. Inspirada pela mãe, dona Dega (1929-2020), e pela infância que viveu na roça, resolveu se dedicar a preparos comuns por aqui, como o diário arroz e feijão. Pouco depois, em 1990, inaugurou o Tordesilhas — o grande vencedor do Prêmio Nossa na categoria Melhor Restaurante Brasileiro.

O nome homenageia o tratado que faz do Brasil o único país da América a falar português. É um indício de que o cardápio também exalta as nossas particularidades, como o que é cultivado na terra ou pescado nos rios.

É o caso do pirarucu. O maior peixe de água doce aparece como entrada, no bolinho com pimenta cumari, e como prato principal. Nesse caso, vai à mesa com molho de hortaliças e purê de banana-da-terra.

Receita típica do litoral paranaense, o barreado é o clássico da casa. Servida à vontade por preço fechado, a carne bovina, cozida na panela de barro vedada durante 10 horas ou mais, acompanha farinha fina de mandioca e banana-da-terra grelhada.

Quem não acha que fruta configura sobremesa deve preferir o pavê de chocolate com cupuaçu ou o creme inglês de pequi com compota de maracujá e suspiro de jatobá.

Tordesilhas
Alameda Tietê, 489, Jardins.
@tordesilhas

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Quatro funcionários mais o casal de proprietários: o chef romano Marco Renzetti e a sommelière, Erika Andrade. Essa é a micro equipe que faz do Fame o Melhor Restaurante Italiano de São Paulo no Prêmio Nossa.

Discreto, o estabelecimento fica num sobrado da Rua Oscar Freire. Uma vez por noite, 25 pessoas — no máximo — passam pela portinha de ferro, sobem as escadas e chegam ao salão para provar o menu degustação de onze fases.

Cada prato é desenhado no dia, de acordo não só com o frescor dos ingredientes, mas também com a vontade do chef ? algo que só quem comandou por treze anos outra casa que marcou a história da cidade, a Osteria Del Petirosso, pode bancar.

Agora livre das amarras do serviço à la carte, Marco cria receitas que extrapolam os limites da escola italiana e divide as etapas entre produtos que vêm do mar e da terra.

Preparos como o cavatelli com ragu de garoupa e o tonnarelli com ovas e anchova vão a todas as mesas simultaneamente. Assim, a brigada pode se concentrar em expedi-los com o máximo de cuidado.

Tal zelo, aliás, chega à seleção de vinhos, cujos rótulos poucos comerciais, produzidos em número limitado por pequenos produtores, são raridade até para os mais viajados e aficionados.

Fame
Rua Oscar Freire, 216, Jardim Paulista.
@fame_osteria

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