Uma lojinha pequena, acanhada, com um único balcão e o forno ao fundo, que só alguns poucos clientes visitavam pessoalmente, porque a grande maioria recebia os pães na porta de casa, junto com a garrafa de leite — esse era o modelo das primeiras padarias que funcionaram no país.
Elas começaram a aparecer no Rio de Janeiro de 1808, assim que a corte portuguesa fugiu da Europa para viver na colônia, e demoraram um bocado para mudar de cara.
Durante muito tempo, padaria era a lojinha que vendia pão, manteiga em latões, biscoitos e bolachas de fabricação própria", conta Augusto Cezar de Almeida Neto, autor de "A história da panificação brasileira".
O sotaque estrangeiro sempre foi uma das marcas registradas das nossas padarias — na São Paulo que se tornou metrópole entre o fim do século 19 e o começo do 20, portugueses e italianos disputaram o mercado pãozinho a pãozinho. E essa forte ligação cultural talvez explique outro traço importante: no Brasil, e em São Paulo particularmente, padaria é negócio que passa de pai para filho.
Comandando seus fornos e balcões com a dedicação de quem cuida de um bem precioso, gerações de padeiros e comerciantes têm mantido seus sobrenomes à frente de padarias que se confundem com a história da cidade. Conheça três delas.