No tempo confinado em seu apartamento em São Paulo, o blogueiro Ricardo Freire olhou com nostalgia para as estatísticas do Google Analytics da era pré-pandemia.
Em janeiro, pouco antes do coronavírus fechar fronteiras e congelar o turismo mundial, seu site teve quase 4 milhões de page views — bem distante dos números que computou no auge da quarentena. "Viagem virou algo politicamente incorreto nesse período", diz o ex-publicitário, considerado o fundador (e o papa) dos blogs sobre o assunto no Brasil.
Há mais de 16 anos no timão da sua boia, ícone absoluto e "capitão" do Viaje na Viagem, o turista profissional arrasta um séquito de seguidores fidelíssimos desde os tempos analógicos (quando escrevia para revistas como Viagem e Turismo e VIP), que chegaram a formar uma comunidade e se encontram além do mundo virtual.
Pioneiro na internet, ele se mantém alheio aos modismos, usando as redes sociais com moderação e nadando na contramão dos influencers, mantendo o blog como seu principal veículo de comunicação. Sempre antenado às tendências do universo do viajante, Ricardo Freire conversou com Nossa sobre o futuro do turismo e os impactos da pandemia na vida de quem ama estar com o pé na estrada.