Quem passa nos finais de semana pela rua Amaral Gurgel, na região central de São Paulo, percebe uma intensa movimentação na altura do número 344, próximo à esquina com a rua General Jardim.
Pessoas entram e saem da livraria Gato Sem Rabo, especializada em livros escritos por mulheres; comem e bebem na pizzaria vizinha, Divina Encrenca; e sobem as escadas em direção à galeria de arte contemporânea HOA ou ao restaurante Cora, na cobertura com vista para o Minhocão.
Em comum, os quatro estabelecimentos estão localizados no FSMJ, edifício dos anos 1970 que pertenceu à Santa Casa, ficou abandonado durante décadas até ser vendido, recuperado e colocado para locação.
Trata-se de um exemplo vibrante de retrofit, reforma de prédio antigo com preservação da estrutura e modernização das instalações, no Centro de São Paulo.
Se alguns apontam que a prática traz o risco de gentrificação — quando áreas antes desvalorizadas têm o custo de vida elevado, expulsando antigos moradores —, outros a veem com bons olhos pelo potencial de revitalização.