O som de uma típica flauta andina tocada por um dos guias do caminho acrescentou a pitada de magia que faltava ao cenário da misteriosa cidade inca de Machu Picchu, depois de meus sete dias caminhando pela Trilha de Salkantay.
Eram pouco mais de sete horas de uma manhã do outono de 2019, e as nuvens se dissipando combinavam com a música peruana ecoando nas pedras. Que felicidade estar de volta àquela obra-prima da engenharia pré-colombiana rodeada por abismos e florestas em montanhas monumentais.
Pela quinta vez eu colocava os pés na cidade sagrada inca, e aquele fundo musical me remeteu à minha primeira experiência, no ano 2000. Foi também uma flauta-pan que encantou, à época, minha longa subida no segundo - e o mais puxado - dos quatro dias de caminhada na chamada Trilha Inca Clássica. O resgate dessa memória afetiva me fez lembrar o desejo despertado duas décadas atrás: de voltar quantas vezes eu pudesse. E assim tem sido.