A história da canoa havaiana, dos polinésios a esporte da vez no verão do Rio de Janeiro
Por muito tempo, canoas asseguraram ao povo polinésio o acesso a alimentos e a conquista de novos territórios. A polinésia é uma região do Pacífico que abrange áreas entre Nova Zelândia, Ilha de Páscoa e Havaí
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Foi ali que surgiu a chamada canoa havaiana, uma embarcação que se distingue de outros tipos por ter um estabilizador lateral, o que lhe permite ter estabilidade e velocidade
Há diferentes formas de se referir a ela: canoa havaiana (o nome mais pop no Brasil), canoa polinésia, canoa oceânica, wa’a, va’a e outrigger. Va’a, aliás, significa canoa na maioria das línguas polinésias
A primeira canoa a navegar no Rio também foi a pioneira do Brasil e da América Latina. Batizada de Lanakila, foi trazida pelo carioca Ronald Willians em parceria com o santista Fábio Paiva
Ela desembarcou no porto de Santos em agosto de 2000 e, em seguida, foi para o Rio de Janeiro. Fábio foi então o responsável pela fabricação dos primeiros moldes de canoa no país
A chegada da canoa deu origem ao primeiro clube do tipo, o Outrigger Rio Clube (também chamado de Rio Va'a Nui Roe). De lá para cá, foi um boom de agremiações, atraindo adeptos de todas as idades
O esporte ajudou a mudar a paisagem do litoral do Rio e, na pandemia, também teve alta procura, na onda de privilegiar atividades ao ar livre – ainda mais nos verões
Assim, clubes continuaram abrindo. No fim de 2020, o Tropicália Clube, da coach Karine Aragão, aportou na Enseada de Botafogo e ajudou no processo de revitalização da Baía de Guanabara
Além da localização privilegiada, Karine apostou na arte: artistas plásticos foram convidados a pintar as embarcações – e hoje o clube possui as primeiras canoas customizadas do Rio
Mais de 40 alunos participam do clube. Remar é ver a cidade por outro ângulo, embrenhado na natureza e entre cartões-postais do Rio, como o Cristo Redentor
Nos treinos mais longos, remadores vão até a Ilha Fiscal, a Ilha Cotunduba e a praia de Jurujuba, em Niterói, passando pelo Forte de Santa Cruz
Em cada embarcação, em geral há seis remadores. E, esporte democrático que é, não raro pratica-se a atividade com pessoas de diferentes biótipos, idades e vivências. Literalmente, remando juntos
Edição: Juliana Sayuri e Eduardo Burckhardt
Reportagem: Carolina Vaisman
Imagens: Carolina Vaisman, Bruno Bezerra (@bezerra), outrigger.com.br, @tropicaliaclube e Getty Images