Instituto Ricardo Brennand é uma viagem aos tempos medievais
Misteriosa e sombria, a era medieval estimula o imaginário coletivo e instiga mentes curiosas. Tanto que ainda hoje inspira muitas histórias e sagas retratadas em livros e filmes, que conquistam legiões de fãs em todo o mundo. Ver de perto objetos genuínos desse período é como estar diante de um tesouro. E o empresário Ricardo Brennand encontrou vários deles, formando uma coleção gigantesca que está aberta para exibição pública, no instituto cultural e particular que leva seu nome, no Recife.
Nada mais simbólico dessa época do que um castelo. E é esta construção exuberante que abriga as peças medievais de guerra no conjunto arquitetônico do Instituto Ricardo Brennand. No prédio levantado nas antigas terras de João Fernandes Vieira, um dos principais chefes militares portugueses nas lutas pela expulsão dos holandeses de Pernambuco, estão armas e armaduras coletadas de várias partes do mundo e também do Brasil.
Punhais de várias pontas em forma de aranha ou decorados com caveiras metálicas e de cristal, ou mesmo facas que exibem olhos que parecem reais no punho são algumas das curiosidades do acervo que também reúne armaduras de vários portes, lanças, escudos, espadas e instrumentos de corte ornamentados.
Os objetos estão organizados em salões que reproduzem a arquitetura de época. É preciso ir com tempo para apreciar cada detalhe. Porém, algumas peças não têm indicação de procedência, o que torna a experiência um pouco frustrante para os que amam história. No entanto, a riqueza e a variedade de cada item colecionado são de encher os olhos e fazem valer muito a visita.
Mas nem todas as áreas do Instituto, formado por outros três grandes prédios, são dedicadas ao período medieval. A invasão holandesa no século 17, que marcou a história e a cultura de Pernambuco, também é retratada no museu. A exposição "Frans Post e o Brasil Holandês", no prédio da Pinacoteca desde 2003, mostra tapeçarias, documentos, livros, objetos e moedas relativos ao período histórico no país, além de 15 telas de Frans Post.
No Instituto Ricardo Brennand, o visitante volta ao tempo das invasões holandesas no Brasil da forma mais ilustrada possível
Também parte do conjunto arquitetônico, a Biblioteca reúne um acervo de 20 mil livros com ênfase em história do período Brasil-holandês.
O Instituto mostra ainda em sua galeria obras de arte do século 19, além de réplicas gigantes de esculturas clássicas, como "O Pensador", de Rodin, e "David", de Michaelângelo, que recepciona os visitantes no jardim. Há ainda obras originais de Fernando Botero, Debret e Rugendas.
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