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Catetinho e Alvorada: o contraste entre as duas moradas dos presidentes

Renata Gama

Do UOL, em Brasília

27/07/2013 19h50

Uma vez mergulhado no turismo cívico em Brasília, as comparações são inevitáveis. Os vitrais da Catedral Metropolitana ou os da Igreja Dom Bosco? A vista da Torre de TV ou a beleza da Torre de TV Digital? O plenário da Câmara ou o do Senado? Mas nenhuma comparação é tão curiosa quanto a das moradas oficiais da presidência.

  • Bruno Pinheiro/Setur-DF

    O Palácio da Alvorada foi inaugurado em 1958, quase 2 anos antes da inauguração de Brasília

O contraste entre a simplicidade do Catetinho, levantado às pressas na ocasião da construção de Brasília, e a exuberância do Palácio da Alvorada, ambos projetos de Oscar Niemeyer, vale ser conferido de perto e absorvido em cada detalhe.

Construído em apenas dez dias, o prédio branco de madeira, de dois andares, foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek em Brasília. E funcionou como morada provisória. O nome Catetinho é uma referência ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, sede do governo federal até a inauguração da nova capital federal. Hoje, funciona como museu. Os cômodos foram preservados e exibem mobílias e objetos pessoais de JK.

O lugar surpreende pelo despojamento. Parece a morada de pessoas comuns, não de um presidente. A sensação é quase a de visitar a casa dos avós, com itens de época, mas sem luxo, principalmente quando se chega à cozinha. O local reproduz os pratos preferidos de JK. E estão lá muitos bolos e geléias e delícias da comida mineira de fazenda, num ambiente bucólico com panelas e utensílios pendurados nas paredes.

Além do presidente, o Catetinho abrigou diretores e engenheiros que participaram da construção de Brasília, e hoje exibe um memorial em homenagem aos nomes que fizeram parte dessa história.

O Palácio da Alvorada, a residência oficial definitiva, por sua vez, exala arte dentro e fora. Em todos os espaços sociais, há pinturas, esculturas e tapeçarias assinadas por artistas brasileiros. No espelho d’água, a escultura “As Iaras”, de Alfredo Ceschiatti, recepciona os visitantes.

No salão de Estado, destaca-se a tapeçaria de Kennedy Bahia, com o título Flora e Fauna da Bahia. A biblioteca, local onde a presidência despacha, é decorada com uma tapeçaria de Di Cavalcanti. E a escultura Rito dos Ritmos – obra de Maria Martins, em bronze – marca o início dos jardins posteriores do Palácio da Alvorada.

A Capela de Nossa Senhora da Conceição, cuja decoração interna é assinada por Athos Bulcão, com paredes internas são folheadas a ouro

É permitida a entrada apenas na área social do prédio, que fica no térreo. O primeiro andar, reservado aos quartos, fica mantido em privacidade. As visitas, no entanto, somente ocorrem às quartas-feiras, a partir das 15h. Como a entrada é limitada a 300 turistas por dia de visitação, senhas são distribuídas a partir das 14h. Os visitantes são divididos em grupos, por ordem de chegada, e entram no palácio dentro de uma van oficial.