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Passeie pelo círculo da nobreza imperial em Petrópolis (RJ)

Renata Gama

Do UOL, em Petrópolis

02/08/2013 20h27

Em meio à Serra do Mar, Petrópolis se difere das demais cidades históricas brasileiras. No lugar do singelo casario colonial, suntuosos palacetes formam o conjunto arquitetônico da chamada Cidade Imperial. O luxo na arquitetura das residências tem uma razão: por sua altitude e pelo clima ameno, Petrópolis foi a cidade escolhida para sediar a residência oficial de verão da família real portuguesa, quando transferiu temporariamente seu trono para o Brasil e sua capital para o Rio de Janeiro.

  • Renata Gama/UOL

    Palácio de Cristal, presente do Conde d'Eu para a Princesa Isabel, é símbolo de Petrópolis

Andar pelo centro histórico de Petrópolis é como circular pelos caminhos da nobreza. A avenida Koeller é um corredor de exuberantes casarões à beira de um trecho do rio Quitandinha canalizado. Na sua margem, ficam o palacete de verão da Princesa D. Isabel (onde hoje funciona uma imobiliária que abre apenas os jardins ao público) e o Palácio Rio Negro, costumeira residência de verão da presidência da República até a década de 1970 que hoje dá lugar a um museu. A avenida termina diante da elegante Catedral de São Pedro de Alcântara, de estilo neogótico, inspirado especialmente nas antigas catedrais do norte da França.

A visita ao circuito de museus da cidade amplia o contato com o mundo da corte. O Museu Imperial é uma das paradas obrigatórias nesse sentido. Além de preservar em seus ambientes o mobiliário real e objetos pessoais de D. Pedro II, da imperatriz Teresa Cristina e das princesas Leopoldina e Isabel, o lugar expõe a coroa e o trono do imperador. Fotos, no entanto, não são permitidas em momento algum.

O império marca também passeios por museus inusitados de Petrópolis. A curiosa casa de Santos Dumont é outro ponto turístico clássico da cidade. Ali estão expostos objetos pessoais e domésticos que mostram toda a engenhosidade do aviador brasileiro que, a convite de princesa Isabel, construiu sua residência de veraneio na Cidade Imperial.

Já o moderno e atual Museu de Cera, mantido pelos produtores culturais Renato Bomtempo e Bruno Villas Bôas, promove uma viagem no tempo imperial, com estátuas de Dom Pedro II, Princesa Isabel e Santos Dumont, mas também no mundo do cinema mundial, da ciência e das artes.

Até a fábrica da cerveja Bohemia, a primeira cervejaria do Brasil, inaugurada no período imperial, recorre à viagem no tempo em sua exposição interativa para entreter os visitantes. Nas telas touchscreen e guias virtuais movidos a sensores, a história da cerveja no mundo e no Brasil é contada de forma divertida. A visita passa pelos tonéis da fábrica artesanal, onde o visitante visualiza o processo de produção da cerveja, até chegar à degustação.