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Serra do Cipó (MG) tem natureza e aventura perto da cidade grande

Renata Gama

Do UOL, na Serra do Cipó

02/08/2013 15h59

A Serra do Cipó é para quem quer imersão na natureza. Tanto os que desejam apenas relaxar sentindo cheiro de mato quanto os que têm perfil aventureiro encontram contato intenso com o verde, com a água e com a terra, mesmo estando muito perto da cidade.

A apenas 111 km de Belo Horizonte, a Serra do Cipó é irrigada pelo rio Cipó e seus afluentes, que formam divertidos e belos remansos, corredeiras e quedas d’água, que recortam o relevo montanhoso por onde passam. É o paraíso para quem curte rafting, boia-cross ou mesmo andar de canoa.

Se a curtição for fazer caminhada, as trilhas no meio da mata levam a belíssimos mirantes e cachoeiras, passando por pedras e rios. Vencer alguns desses caminhos, muitas vezes íngremes, pode ser uma tarefa árdua. Porém, sempre compensadora.

A região está localizada na porção sul da Serra do Espinhaço -- cadeia de montanhas ricas em minérios que rasga o estado de Minas Gerais e parte da Bahia. A Serra do Cipó abrange várias cidades, sendo Santana do Riacho a mais estruturada para receber turistas. É onde fica a maioria das pousadas, restaurantes e bares, além do centrinho comercial. Na vizinha Jaboticatubas, fica a entrada para o Parque Estadual da Serra do Cipó. E Conceição do Mato Dentro abriga belezas mais selvagens, fora do circuito tradicional.

As principais paisagens da região estão dentro e fora do parque. Dentro, fica uma das cachoeiras mais belas e conhecidas da região: a cachoeira da Farofa. Os seis quilômetros de trilha para chegar até ela são planos na maior parte do tempo, sendo um trajeto fácil de vencer, embora possa ser cansativo.

Alguns turistas preferem chegar até ela a cavalo, o que rende um passeio duplamente interessante. O parque, no entanto, estuda proibir a cavalgada na área protegida, para reduzir o impacto nas trilhas. Para quem vai caminhando, é importante saber que no percurso há duas travessias de riacho. Portanto, é importante calçar algo que possa molhar.

No fim do trajeto, a bela e alta queda d’água da Farofa encanta. Sua água é gelada, mas seu lago é tão convidativo que a temperatura pode ser ignorada diante do esforço para chegar até ela. E as grandes pedras que cercam a cachoeira formam esteiras naturais para se secar e descansar ao sol.

Outro atrativo do parque é o cânion das Bandeirinhas, um corredor de paredões rochosos que acompanham as corredeiras do rio. Porém, se a ideia é ver os dois atrativos no mesmo dia, chegue bem cedo, pois a caminhada será longa e demorada.

  • Leo Drummond/UOL

    Navegar nas águas tranquilas do rio Cipó é passeio para contemplar a natureza

Fora do parque, uma das quedas d’água mais visitadas é a da Cachoeira Grande, formada por uma larga ferradura que toma toda a extensão do rio. Sua entrada é feita por uma área privada e a caminhada também é tranquila e plana, podendo ser vencida em poucos minutos. Ao seu redor, há vários pontos onde se pode descansar nas pedras assistindo ao espetáculo da natureza. Antes da queda, o rio forma um remanso onde se pode andar de canoa.

Para os aventureiros que curtem trilhas desafiadoras, a pedida é ir até Conceição do Mato Dentro e conhecer a bela Cachoeira do Tabuleiro. São sete quilômetros de vegetação rasteira, com descidas fortes por entre as pedras. Em alguns trechos é necessário usar o apoio das mãos para ultrapassar os obstáculos. Na chegada, a trajetória deixa de ser demarcada, pois segue de pedra em pedra dentro do leito do rio. Em vários momentos, é preciso saltar entre elas. E o caminho segue assim até que se alcance o lago. Ir de calçado com solado antiderrapante é primordial.

No fim do percurso, um lago de água límpida e fria é a recompensa. A queda da água é tão alta, que, conforme a vazão do rio, o vento pulveriza as gotas pelo ar, antes que repousem no lago. É um cenário lindo, raro e selvagem. As grandes pedras no entorno da cachoeira criam plataformas ideais para descansar e tomar fôlego para o retorno.