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Passeie pela tranquila e bela Mariana e conheça a alma mineira

Renata Gama

Do UOL, em Mariana

05/08/2013 14h18

Como primeira vila e capital de Minas Gerais, Mariana preserva casario colonial e igrejas de importância histórica. Mas ao ter sido substituída por Ouro Preto como centro econômico e político da região, no ciclo do ouro, acabou assumindo um perfil mais pacato, leve e bucólico.

Mariana fica num vale, entre morros altos e verdes que decoram seu horizonte. Tem ruas tranquilas e planas, prazerosas de visitar. Suas praças arborizadas são cheios de bancos bons para descansar e bater papo. É um lugar para ser curtido e sentido com calma e perfeito para interagir com o povo mineiro.

Se o ponto de partida para chegar à cidade for Ouro Preto, vá de trem. O passeio de maria-fumaça sai de sexta a domingo e o percurso pelas belas serras mineiras ajuda a entrar no clima da cidade.

Chegando lá, um programa curioso e divertido é visitar a Mina da Passagem, uma das maiores minas de ouro do mundo abertas à visitação. A graça começa na descida em um túnel para dentro da terra, num carrinho aberto sobre trilhos, por 300 metros. Na escuridão da mina, iluminada por lamparinas e lanternas, a caminhada é por corredores, câmaras e salões escavados. Monitores mostram como são identificados e explorados os veios de ouro. Lá dentro, há até um lago de água transparente, onde é permitido o mergulho profissional.

Para quem busca história em Mariana, o circuito de museus, casario colonial e igrejas é rico. A Catedral da Sé ostenta altares laterais e altar-mor decorados em talha dourada, no estilo barroco. Na Praça Minas Gerais, duas igrejas ficam lado a lado. A de São Francisco representa o estilo rococó e preserva os restos mortais de Mestre Ataíde, artista nascido na cidade. São dele as pinturas da nave e da sacristia, além das três imagens da Paixão. A  de Nossa Senhora do Carmo não mantém mais as características internas originais, pois foi quase completamente destruída por um incêndio em 1999, quando sua restauração total estava prestes a ser concluída.

Entre os museus, o Arquidiocesano representa Mariana como o berço da religiosidade mineira e expõe um acervo de objetos utilizados no cerimonial religioso como esculturas, prataria, mobiliário, jóias, vestimentas, pinturas. Possui obras atribuídas a Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde.

Já o Museu da Música reúne um importante acervo de partituras manuscritas de peças musicais compostas por clérigos da cidade nos séculos 18 e 19. Gravações de músicos interpretando essas melodias podem ser ouvidas.