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Mercado Ver-o-Peso, em Belém, ganha vida de madrugada

Daniel Ribeiro

Do UOL, em Belém (PA)

27/08/2013 07h55

O mercado Ver-o-Peso é uma das atrações mais interessantes da cidade de Belém, no Pará. Considerado a maior feira livre da América Latina, o local ferve com o comércio de peixes amazônicos, cestos de açaí, ervas medicinais, artesanatos e artigos religiosos.

Essa dinâmica pode ser apreciada por turistas a partir das duas da madrugada, quando os barcos começam a chegar e atraem centenas de clientes para o Ver-o-Peso. Na multidão, há de tudo: pescadores, vendedores de peixes, donas de casa e cozinheiros de alguns dos melhores restaurantes da região de Belém. Para o turista, ir de táxi é obrigatório, já que o trajeto pode ser um pouco perigoso.

Se o visitante parar para conversar com os pescadores, porém, rapidamente se frustrará com o mito do “peixe fresco”. Os barcos ficam pelo menos 20 dias no rio ou no mar, o que significa que muito do que chega ao mercado já foi pescado há mais de duas semanas. Tudo fica congelado em grandes caixas de isopor até ser vendido no Ver-o-Peso.

O clima de negociações é frenético e o cenário, único. Camarões e peixes filhotes, que chegam a ter 1,60m de comprimento, são comprados e limpos ali mesmo. Algumas mesas são montadas para limpar e cortar todo o material em filés. Não há muito tempo para conversa: clientes e pescadores são rápidos e objetivos e, como os barcos não param de chegar a noite toda, a concorrência entre os vendedores é alta.

Na área do Ver-o-Peso também é possível ver negociações envolvendo um dos mais emblemáticos produtos da região: o açaí. O fruto chega em enormes baldes de palha e logo se esgota. Ao amanhecer, os baldes já estão todos vazios e empilhados.

Os barcos vêm de várias regiões para vender as frutas em Belém. Muito desse açaí ainda segue viagem para outras regiões de caminhão e uma outra parte ainda será processada antes de seguir congelado para o sul e sudeste.  No norte, ele será processado e comido puro, junto com peixe frito ou assado.

* O jornalista Daniel Ribeiro viajou à Belém a convite da TAM