Perto de Paris, castelos revelam a face monárquica da França
Um é mais conhecido pelos visitantes estrangeiros, tem o jardim mais cobiçado e copiado; o outro é menor e mais elegante em seu interior. De qualquer maneira, tanto Versalhes quanto Fontainebleau são castelos franceses que podem ser visitados por turistas que passeiam pelos arredores de Paris.
Patrimônio Mundial da Humanidade, o castelo de Versalhes é uma das mais belas realizações da arte francesa do século 17. Até a Revolução Francesa, em 1789, o castelo foi sede do poder francês. Louis XIII o transformou e depois quem viveu por ali foi seu filho, Louis XIV, que o fez sede do governo da França, em 1682. Em seguida, os reis foram se sucedendo e cada um foi mudando um pouco o local.
Louis XIV queria um ambiente no qual pudesse organizar e controlar o governo da França. Ao longo das décadas seguintes, expandiu-o até torná-lo o maior palácio do mundo. Se o castelo perdeu sua vocação de sede oficial do poder em 1789, ele conheceu, no século 19, um novo destino: se transformar em Museu da História da França.
O Salão dos Espelhos, desenhado pelo arquiteto Jules Hardouin-Mansart, é um dos grandes destaques do castelo. Impossível não prestar atenção na grandiosidade dos 17 espelhos em forma de arco que refletem as 17 janelas no mesmo formato, com vista para os jardins.
Entrada principal do Castelo de Versalhes, atração histórica que fica perto de Paris
Se durante o reinado o salão era o local escolhido para os grandes acontecimentos, já no século 20, mais precisamente no dia 28 de junho de 1919, o estadista francês Georges Benjamin Clemenceau assinou ali o Tratado de Versalhes, responsável por colocar fim à Primeira Guerra Mundial.
Outros detalhes bem cuidados do palácio são as decorações dos ambientes, com exemplares de poltronas nos estilos Louis XV e Louis XVI. Já as salas do apartamento do rei foram decoradas por Charles Le Brun e demonstravam influências italianas.
O grande apartamento da rainha foi habitado por Maria Leszczynska. Já Maria Antonieta, quando se casou com Louis XVI, instalou residência nestas salas e ordenou redecorações, quase como podemos ver atualmente.
Jardins e trianons
Em 1661, Louis XIV encarregou André Le Nôtre da criação dos jardins que, em sua opinião, são tão importantes como o castelo. Não é à toa, aliás, que o local é um dos mais copiados no mundo todo. A cidade de São Paulo mesmo tem a sua versão do jardim no Museu do Ipiranga.
INFORMAÇÕES ÚTEIS
O modo mais barato de conhecer o castelo de Versalhes é comprando o passaporte que dá direito ao castelo, aos trianons e ao Domaine de Marie-Antoinette. As Grandes Águas Musicais e os Jardins Musicais, abertos de abril a outubro, também estão inclusos. No ingresso do castelo está incluso o Salão dos Espelhos, Grandes Apartamentos do Rei e da Rainha, quarto do rei, apartamentos do príncipe herdeiro, das senhoras (abertos apenas aos finais de semana), além das exposições temporárias. O ingresso custa 15 euros. Para visitar os castelos Trianon e o Domaine de Marie-Antoinette, jardins francês e anglo-chinês, Pavilhão Francês, Templo do Amor e Mirante a tarifa é de 6 euros.
Os jardins de Versalhes são locais disputados pelos turistas que querem descansar enquanto passeiam pelo local, admirar os desenhos formados pelas árvores estilizadas e até mesmo imaginar como era possível viver apenas uma família em uma propriedade gigante como aquela. O passeio pode ser feito a pé ou com carros elétricos, como os utilizados em campos de golfe.
O Grand Trianon, por sua vez, fica mais afastado do palácio principal e foi construído por Jules Hardouin Mansart em 1687, a mando de Louis XIV, para servir de refúgio da família real. Já o Petit Trianon foi construído por Louis XV para a sua amante, Madame de Pompadour. Mais pra frente, foi a vez de Louis XVI dar o Petit Trianon à sua esposa, Maria Antonieta.
Napoleão Bonaparte, antes de ordenar a restauração, fez muitas viagens para o lugar com a sua esposa, a imperatriz Maria Luísa. O general De Gaulle, em 1963, teve a iniciativa de reabilitar os lugares para acolher os hóspedes da República e organizar o que é chamada de Ala Norte “Trianon-sous-bois”, uma residência do presidente da República.
Le Domaine de Marie-Antoinette
Do Petit Trianon aos jardins da rainha, passando pela aldeia, a propriedade de Maria Antonieta, aberta ao público em 2006, revela toda a intimidade da famosa figura histórica. A esposa de Louis XVI gostava de encontrar nestes locais os prazeres de uma vida simples e rural, longe do esplendor de Versalhes e, na propriedade que Louis XVI lhe deu em 1774, fez seu refúgio de intimidade.
Lá é possível ver diferentes tipos de animais, como cisnes e coelhos. É ali também que estão os jardins e o pavilhão francês onde ela costumava dar festas exclusivas e onde ninguém, nem mesmo o seu marido, podia entrar sem a sua permissão. Ao visitante, além de precisar andar muito, o conselho: cuidado para não se perder e não deixar escurecer para deixar o local, já que é realmente bem afastado do palácio e a sinalização, precária.
Fontainebleau
A menos de 70 quilômetros de Paris, Fontainebleau é menos lotado que Versalhes. Isso, porém, não quer dizer que ele seja menos esplendoroso que o primeiro. Para se ter uma ideia, Fontainebleau é uma das maiores residências reais francesas, com 1.900 salas, todas com mobiliários originais e decoração do período da Renascença. Ao todo, são 11 hectares, incluindo parque e jardins, e é o único castelo real e imperial habitado durante sete séculos.
Foi sob o comando de François I, no século 16, que Fontainebleau conheceu seu desenvolvimento, incluindo a galeria que liga seu quarto à tribuna alta da capela do convento dos Trinitaires (atual capela da Trinité). Durante o seu reinado e a Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte usou Fontainbleau como alternativa à Versalhes.
O pátio da fonte tem uma das melhores paisagens da área do Castelo de Fontainebleau
Ainda hoje, as fachadas do pátio da fonte e do pátio oval constituem grupos de edifícios emblemáticos da Renascença com grandes cenários da galeria de François I, da sala de baile e do quarto da duquesa de Etampes.
Era em Fontainebleau que a realeza francesa se casava, dava à luz seus filhos e os batizava. Entre os casamentos, estão: em 12 de junho de 1601, de Concini e Leonora Dori Galigaï; 7 de julho de 1609, de César, duque de Vendôme, filho de Henri IV, e de Gabrielle d’Estrées com Henriette de Lorraine, filha do duque de Mercoeur. Em 27 de setembro de 1601, nasceu o futuro Louis XIII; em 22 de novembro de 1602, Elisabeth, futura rainha da Espanha. O pátio oval, em 14 de setembro de 1606, foi o local escolhido para o batismo do futuro rei Louis XIII.
Jardins
No verão, o visitante de Fontainebleau pode admirar os lagos cheios de cisnes e passear pelo parque onde é possível, no silêncio, escutar o canto dos passarinhos. Os jardins inspiram o estilo que hoje leva o nome do castelo, ou seja, estilo Fontainebleau, que combina escultura, trabalhos em metal, pintura, estuque e madeira. A princípio, o estilo do jardim é renascentista italiano. No entanto, na adaptação, o projeto combina com o gótico francês, de modo que foi criado um estilo completamente único de jardim na França.
No centro está a praça rodeada por uma galeria. Um canal corta o Grande Jardim, criando duas grandes áreas: uma com 12 ilhas separadas e a segunda com dois espaços principais.
Ao final, que tal um tour de barco pelo lago? Hora de pegar os remos e passear. Ou simplesmente fazer um piquenique enquanto se assiste às outras pessoas se divertindo sobre a água.
Como chegar
Castelo de Versalhes: A partir de Paris, o caminho mais simples é ir de metrô e trem. Da Gare Montmarnasse, o trem SNCF leva menos de 20 minutos para chegar a Versailles Rive Gauche Château de Versailles. E da estação, ainda há um pequeno trajeto feito a pé. De carro, a estrada é a Autoroute A13, saída Versailles, centro. Mais informações: www.chateauversailles.fr
Fontainebleau: A melhor maneira de ir a Fontainebleau é de trem. Partindo de Paris, sai diariamente, várias vezes por dia, da Gare de Lyon, o trem que termina na estação Fontainebleau-Avon. Lá, basta pegar a linha A do ônibus “Les Lilas”, até a parada “Château”. A viagem de trem leva menos de uma hora. A parte do ônibus é a mais chatinha, pois ele demora um pouco mais para chegar e vai lotado. A volta é mais cheia.
De carro, são 67 quilômetros e, para chegar, basta pegar a A6 de Paris (saída d’Orléans ou d’Italie), no sentido Lyon, até a saída Fontainebleau. Mais informações: www.musee-chateau-fontainebleau.fr
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