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Conheça Colônia do Sacramento, no Uruguai, pertinho de Buenos Aires

Marina Gomes

Do UOL, em Colônia do Sacramento

02/04/2014 18h19

Você não precisa de mais de cinco minutos para se apaixonar por Colônia do Sacramento, no Uruguai, e entender porque o local é um dos Patrimônios Culturais da Humanidade, título concedido pela Unesco em 1995. A cidade é detentora de uma história não só intrigante como muito bem preservada. 

Fundada pelo português Manoel Lobo em 1680, o local passou de domínio português ao domínio espanhol várias vezes até a Declaração de Independência em 1825. E desse passado, em que consta mais de um século de brigas entre os dois povos para sua ocupação, o que restou é encantador.

A colonização da área teve início quando os navegadores procuravam rotas para o oceano Pacifico e a disputa por ela era mais do que justificada: um ponto estratégico no Rio da Prata, o mais largo do mundo e que recebe águas dos rios Uruguai e Paraná.

Todos esses conflitos colaboraram para que a cidade abrigasse diversos estilos arquitetônicos em seu centro histórico. O slogan não poderia ser mais apropriado: "encontro mágico". Afinal, a cidade é o resultado não só da união da diversidade cultural de povos diferentes como da harmonia entre passado e presente.

Um passeio pelas ruas de pedras que compõem o centro histórico dá a sensação de voltar no tempo, com todos os detalhes compondo um cenário romântico e charmoso: carros antigos circulando, casas bem conservadas, lamparinas, bicicletas antigas e muitas lendas.

O contraste dos muros e das construções de pedras com as flores exuberantes em tonalidades de roxo, rosa e vermelho cria uma empatia imediata com a cidade, que atrai muitos turistas. Eles chegam principalmente por Buenos Aires, já que a capital argentina está a apenas uma hora de barco dali, em um passeio agradável pelo Rio da Prata. Muitos aproveitam essa proximidade para passar o dia em Colônia, chegando nos barcos que partem de Puerto Madero pela manhã e retornam ao fim do dia.

Apesar de um dia ser suficiente para conhecer o pequeno centro, o melhor é realmente ficar e aproveitar a atmosfera romântica. Iluminado por tochas, a noite o lugar ganha outra roupagem, perfeita para tomar um belo vinho e admirar a paisagem em uma caminhada pelo pier.

A cidade está também a apenas duas horas de Montevidéu, com fácil acesso de ônibus.

Atrações

Uma visita guiada ao centro histórico é uma verdadeira aula. São pouquíssimas ruas, mas lá estão alguns museus e galerias que você não pode deixar de conhecer. Peça informações no centro de turismo ao lado do Portão de Campo. O tour guiado é pago e é realizado todos os dias.

  • Marina Gomes/UOL

    Antigo portão e ponte levadiça de Colônia do Sacramento

É interessante também comprar o ticket que dá direito à entrada em todos os museus. Você pode escolher o Português e o Indígena, ambos com peças e histórias do período colonial, ou ainda o Museu Municipal ou o do Azulejo. Este último fica em uma construção portuguesa de 1740 e abriga uma interessante coleção de itens portugueses, franceses e catalães desde 1849. Há ainda o Museu Espanhol. Fique atento aos dias de funcionamento de todos, pois há dias da semana em que um ou outro está fechado.

Outro local importante é o Arquivo Histórico Regional, onde estão guardados documentos importantíssimos (fecha aos sábados e domingos). Para quem estiver sem tempo de entrar nos museus, não há problema, já que a maioria das construções de interesse histórico podem ser vistas durante uma caminhada.

Entre os principais monumentos da cidade está o Portão de Campo, antiga muralha e ponte levadiça recuperadas em 1971. Na Praça Maior há os vestígios arqueológicos da casa do governador. Lá estão as bases da residência do político português que cuidava da cidade, destruída pelos espanhóis em 1777 em uma das muitas batalhas travadas. Logo em frente fica a Basílica do Santíssimo Sacramento, obra típica da época, com uma só nave e muros portugueses de pedra.

Aproveite para apreciar as lojinhas de artesanato da redondeza e também alguns dos melhores restaurantes. Um dos principais pontos turísticos é o Farol, construído em 1845. Suba para ter uma vista incrível da cidade. A entrada é paga e a subida exige um certo fôlego para vencer os lances de escada que parecem intermináveis.

Andando um pouco além chega-se à área do pier, onde fica o Centro Cultural Bastion del Carmen, uma imponente construção de 1880 que já foi fábrica de sabão, lavanderia e armazém no passado. O pier é um ótimo local para ficar simplesmente admirando a beleza e tranquilidade do lugar e relaxar um pouco.

Depois de apreciar o centro histórico, a dica é alugar uma bicicleta, moto ou um dos charmosos carrinhos e passear pela avenida Beira-Mar. É um passeio fácil e gostoso para fazer de bicicleta, pois ela tem só 5 km. Se preferir ir para o outro lado, em apenas 2 km chega-se a Praia de Ferrando, também ótima para descansar. E apesar de ser uma praia de rio, com água doce, o visual é de "praia" mesmo.

Se optar seguir pela Beira-Mar, o turista terá acesso a diversas praias. A mais distante está há 5 km, em Real de San Carlos. Foi um antigo enclave militar espanhol de 1910. Ali se encontra a igreja de San Benito, com uma imagem de santo negro, e a imponente Plaza de Toros, que formava parte de um empreendimento turístico hoje desativado. Voltando à Colônia ao fim do dia, não deixe de apreciar o belíssimo pôr-do-sol do farol ou do pier.

Com mais dias para desfrutar na cidade, o ideal é seguir para as fazendas de turismo rural e curtir a infinidade de opções que oferecem. A 30 km de Colônia fica o Anchorena, um parque e residência de descanso de presidentes.

  • Marina Gomes/UOL

    Moradores e turistas aproveitam as praias de rio em Colônia do Sacramento

SERVIÇO

Como chegar

O Aeroporto Internacional de Carrasco (Montevidéu) está há 180km da cidade. Se estiver de carro, as estradas de acesso são as nacionais 1 e 21, em bom estado de conservação. Vindo de Montevidéu há um pedágio.

A viagem de ônibus de Montevidéu para Colônia tem duração de duas horas. O ônibus sai do terminal Três Cruces. Há linhas de ônibus que saem do aeroporto para o terminal. Se preferir táxi, custa mais ou menos R$ 30 e leva por volta de meia hora.

Para quem vem de Buenos Aires:

Três companhias fazem o trajeto, que dura uma hora no caso dos barcos (buques) rápidos. São elas: Buquebus, Seacat e Colonia Express. Geralmente há três horários: pela manhã, começo da tarde e fim da tarde, nos dois sentidos. É possível comprar os bilhetes com antecedência pela internet pelos sites:

www.buquebus.com
www.seacatcolonia.com
www.coloniaexpress.com

Fique atento, pois em Buenos Aires os barcos das companhias saem de pontos diferentes do porto. A Buquebus e a Seacat ficam próximas à Puente Mujer no Puerto Madero, mas a Colonia Express fica um pouco distante. A chegada a Colônia é feita no mesmo local. Chegue com antecedência para embarcar pois é preciso passar pela imigração e carimbar o passaporte, uma vez que a travessia é internacional. Por conta disso, há até um pequeno free shop dentro do barco.

Hospedagem:

Radisson
www.radisson.com/coloniauy

Sheraton
www.sheraton.com/colonia

Posada Manuel de Lobo
www.posadamanueldelobo.com

Posada del Gobernador 
www.delgobernador.com

Hostel El Viajero
www.elviajerocolonia.com