Com luxo e arte, palácio da embaixada do Brasil em Roma recebe turistas
No meio de obras como o Coliseu, a Fontana di Trevi e o Castelo Sant`Angelo, a sede da embaixada do Brasil na Itália não faz feio. Pelo contrário: destaca-se como um dos edifícios mais chamativos da cidade de Roma.
Localizado na Piazza Navona, um badalado ponto turístico da capital italiana, o local é visitado atualmente por viajantes do mundo inteiro, todos interessados nas diversas expressões artísticas exibidas por este pedaço brasileiro no coração da Europa.
A embaixada fica dentro do Palácio Pamphilj, que começou a ser construído em 1630 pela poderosa família Pamphilj, à qual pertenceu o papa Inocêncio 10º.
A partir de 1644, com Inocêncio 10º no topo da Igreja Católica, o edifício adquiriu status de obra de arte: ganhou novas estruturas projetadas pelos geniais arquitetos Girolamo Rainaldi e Francesco Borromini (que trabalhou na construção da Basílica de São Pedro, no Vaticano) e afrescos feitos por artistas como Pietro da Cortona.
O governo brasileiro, que tinha uma representação diplomática no palácio desde os anos 1920, resolveu comprá-lo em 1960, durante o mandato de Juscelino Kubitschek, quando o lugar foi colocado à venda: pagou um total de 1,4 bilhão de liras (na conversão da época, 231 milhões de cruzeiros ou 900 mil dólares) pela aquisição e reforma do imóvel. Hoje, parte do edifício é aberta a forasteiros.
Na visita, o turista conhece pelo menos sete ambientes da embaixada, onde é possível admirar um espaço que, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, "constitui obra emblemática da transição entre o renascentismo tardio e o barroco".
"Estudo arquitetura aqui na cidade e este é um dos edifícios que sempre quis conhecer", conta a romena Dana Abalaru, que veio de Bucareste para Roma com o programa de intercâmbio Erasmus e caminhava pelo Palácio Pamphilj quando o UOL visitou o local. "É um passeio que muitos professores me aconselham a fazer".
Dentro da embaixada
O Palácio Pamphilj tem 16.700 m² de área construída e, logo no começo do tour, o visitante se vê cercado por bustos de imperadores romanos, afrescos decorando o teto e as paredes e um piano Steinway & Sons 1960, que embala receptivos organizados pelo Itamaraty no local.
Além de passar por espaços destinados a receber grandes eventos (como um salão de concertos com capacidade para 300 pessoas e uma acústica perfeita), o tour visita lugares mais "íntimos" da missão diplomática brasileira em Roma, como a sala de banquetes e a sala de estar onde o embaixador recebe altos representantes de outros países -- ali, é possível ver móveis franceses do século 19, um quadro do pintor Manabu Mabe (que nasceu no Japão, mas passou a vida no Brasil) e um cocar ianomâmi pendurado na parede (a decoração deste espaço, entretanto, muda constantemente).
O ponto alto da visita, porém, é a Galeria Cortona, com 12 portas de acesso e coberta por um afresco de 33m x 7m de Pietro Cortona, finalizado em 1654 e inspirado no poema épico "Eneida", de Virgílio. O local oferece vista para a Piazza Navona e a linda Fontana del Moro.
Além da embaixada, o Palácio Pamphilj abriga o consulado-geral do Brasil em Roma, a representação brasileira junto à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a Galeria Cândido Portinari (onde são realizadas exposições artísticas), a biblioteca Tullio Ascarelli e o Centro Cultural Brasil-Itália, que dá aulas de português para centenas de alunos.
Apesar de ser um espaço extremamente belo, fotos dentro da embaixada são terminantemente proibidas: um guarda local irá seguir os turistas para se certificar de que ninguém irá quebrar a regra.
COMO VISITAR
A embaixada do Brasil em Roma fica localizada na Piazza Navona, no centro histórico da capital italiana. As visitas são gratuitas e realizadas às terças e quintas, às 15h30. Para participar, é necessário fazer um agendamento no site: www.roma.itamaraty.gov.br
*O repórter Marcel Vincenti viajou a Roma a convite da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura.
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