Cidade-fantasma e inscrições rupestres são opções diferentes no Atacama
Quem tem por destino o deserto do Atacama, no norte do Chile, mesmo sem sair de casa, tem uma ideia do que vai encontrar: lindas paisagens naturais em tons de marrom, que ficam ainda mais bonitas quando o sol se põe; gêiseres que impressionam o visitante com seu fluxo de vapor; salares e lagoas habitadas pela fauna local.
Mas a região oferece muito mais a quem se interessa por conhecer as origens do povo atacamenho. Pequenos vilarejos próximos às grandes atrações são opções interessantes para “entrar” na cultura dos habitantes dessas terras a mais de 2.500 metros do nível do mar.
Entre os passeios conhecidos, o UOL Viagem apresenta opções de turismo étnico e rural menos convencionais para entender os atacamenhos e sua região.
Mina de Chuquicamata
Maior mina de extração de cobre a céu aberto do mundo, Chuquicamata está nos arredores do aeroporto de Calama – destino aéreo mais próximo do deserto do Atacama. Com 4,3km de comprimento, 3km de largura e 800m de profundidade, a jazida de propriedade da empresa de mineração do governo, a Codelco, impressiona muito quando, da área de observação, o turista se dá conta de que as “formiguinhas” andando lá no centro do buraco são na verdade caminhões imensos fazendo o transporte do material.
Um pequeno vilarejo foi construído para os funcionários na época do auge da indústria, nas primeiras décadas do século 20, mas a proximidade com o local de extração do minério fez com que fosse abandonado, criando uma pequena cidade-fantasma no Chile. As construções foram preservadas e ainda podem ser vistas (apenas pelo lado de fora).
O tour pela mina é gratuito, mas é necessário fazer uma inscrição prévia pelo e-mail visitas@codelco.cl. O ônibus parte da Oficina de Visitas de Codelco Norte, no centro de Calama, às 14h dos dias de semana, e volta ao mesmo local, às 15h30. É obrigatório o uso de roupas que cubram completamente braços e pernas, assim como sapatos fechados.
Toconao
O tranquilo povoado de Toconao fica a apenas 38km de San Pedro de Atacama, mas, apesar da proximidade, ambos apresentam interessantes diferenças arquitetônicas. A igreja de San Lucas, ponto alto da visita, é um belo retrato das culturas que povoaram a região, tanto indígena quanto europeia: as imagens de uma lhama e de um burrinho estão cravadas em sua entrada, numa representação dos importantes animais da agricultura local.
Caspana
A pouco mais de 80km de Calama, e 3.300 metros acima do nível do mar, o vilarejo de Caspana tem na agricultura não apenas sua forma de subsistência, mas também sua principal característica. A irrigação proveniente do rio Caspana, que corre pela região, faz da localidade um oásis verde no cenário desértico, com plantações em diferentes níveis. Ruazinhas estreitas e religiosidade mesclando a cultura católica e atacamenha também identificam o povoado, que conta com um pequeno museu. Infelizmente, há pouquíssima estrutura para receber turistas por mais do que algumas horas – não há hotéis e nem mesmo restaurantes no local.
Chiu Chiu
Há indícios de que a história do vilarejo de San Francisco de Chiu Chiu, que fica a pouco mais de 30km de Calama, comece há mais de 3.000 anos, mas foi em 1.557 que Francisco de Aguirre fundou a localidade, que se tornaria um importante centro de comércio entre a costa e as regiões mais altas do Atacama. Ali, a Igreja de San Francisco, datada de 1.611, é considerada como a mais antiga (e ainda conservada) do Chile. Feita de adobe e madeira de cacto, seu terreno abriga também um pequeno cemitério.
Lasana
Pertinho de Chiu Chiu, a 40km de Calama, fica o vilarejo de Lasana, que já mostra seus atrativos em sua entrada, onde pedras com inscrições rupestres podem ser observadas. Construída no século 12, a fortaleza de Pukará de Lasana ainda hoje mantém parte de sua estrutura de pé, mostrando as técnicas de construção do povo atacamenho. O local foi declarado Monumento Nacional em 1982.
* A jornalista viajou a convite do Turismo do Chile
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