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Nas Bahamas, Nassau tem praias ensolaradas e passeio entre flamingos

Brendan Spiegel

New York Times Syndicate

02/09/2014 06h00

A primeira coisa que a grande maioria dos turistas que chega à capital das Bahamas faz é atravessar a ponte rumo a Paradise Island, onde ficam os hotéis de luxo e cujo grande destaque é o Atlantis, megacomplexo conhecido pelo parque aquático, cassino e restaurantes sofisticados. Embora o apelo sensorial do lugar seja inegável, quem procura uma veia cultural mais sutil que um tobogã de 60 m de altura deve sair dos resorts porque além de servir de escala para cruzeiros (e ser destino para universitários durante a "semana do saco cheio"), no fundo Nassau é uma cidade pacata, onde a influência europeia se mistura com as tradições locais e ainda é possível encontrar um cenário gastronômico arrojado, hotéis pequenos e sossegados e, é claro, quilômetros e quilômetros de praias belíssimas.

SEXTA-FEIRA

16h - Começando pelo essencial
Entre Paradise Island e as ilhotas externas e mais isoladas, o título de melhor praia do país é objeto de discussões infinitas. Mas se o objetivo é chegar às águas marinhas mais limpas e intocadas no menor tempo possível, é difícil superar Cable Beach. A apenas três horas do JFK e a dez minutos de táxi do Aeroporto de Nassau, a praia mais popular da ilha principal tem areia branca fininha, água transparente e todo o espaço do mundo (se os universitários não estiverem por perto). Aproveite o espaço praticamente vazio o máximo que puder porque o resort Baha Mar será inaugurado aí até o final do ano.

18h - Peixe frito
Os taxistas e concièrges são unânimes em recomendar Arawak Cay para quem quiser jantar como o pessoal local -- o que, é claro, agora significa que as barraquinhas de lá estão lotadas de turistas. Ignore os quiosques todos pintados da mesma cor e vá até o extremo oeste; ali fica o minúsculo King Restaurant & Bar, onde os nativos bebericam cerveja Sands (US$3) jogando gamão e dominó. Não há cardápio impresso, só travessas de isopor lotadas com o peixe do dia (geralmente caranho frito) e montanhas de arroz e feijão, banana-da-terra e porções (muito) grandes de macarrão com queijo (US$12). (O valor do dólar norte-americano e o das Bahamas é o mesmo e ambos podem ser usados em qualquer lugar.)

20h - Atrás de um bom rum
A única destilaria local, a John Watling's, abriu o ano passado em uma propriedade imponente, de 1789, no centro de Nassau. Nas noites de sexta o movimento é intenso, com a preferência do público para o Bahama Mamas (US$10,35) ou o precioso rum envelhecido Buena Vista (US$10,80). Leve uma garrafa para casa por US$55 porque ele não está disponível em nenhum outro lugar do país.

SÁBADO

8h - Ioga à beira-mar
Dê as boas-vindas ao sol com uma aula de ioga matinal no Sivananda Ashram Yoga Retreat, visão no mínimo incongruente com Paradise Island, ao lado do resort Atlantis. Pegue a balsa gratuita que sai de Nassau para uma sessão de duas horas para principiantes (US$10), seguida de um café da manhã substancioso com vários tipos de curry, saladas, pães e iogurte (US$10). Depois da refeição, saia por trás do ashram e vá direto para o mar, aproveitando o mergulho e a beleza de Paradise Beach.

11h - Pausa para a arte
Agora que sua consciência está desperta e centrada, já pode se concentrar no maior passatempo local: fazer compras. Situado em uma casa de madeira colorida projetada pelo artista Jackson Burnside, a Craft Cottage vende artesanato de qualidade bem superior a dos souvenires das barraquinhas espalhadas pela ilha. A diversidade vai de um par de abotoaduras feito de moedas locais (US$20) a pulseiras de vinil de disco (US$15) e bolsas de palha trançadas à mão (US$50). A viúva de Burnside, Pam, vende obras de arte na Doongalik Studios & Art Gallery, ali ao lado, em um complexo que inclui a feirinha que funciona quase todos os sábados e onde se pode degustar uma cerveja de tamarindo bem gelada (US$3).

Turistas se divertem em Cable Beach, uma das praias mais lindas das Bahamas - Damon Winte­r/The New York ­Times­ - Damon Winte­r/The New York ­Times­
Turistas se divertem em Cable Beach, uma das praias mais lindas das Bahamas
Imagem: Damon Winte­r/The New York ­Times­

13h - Debaixo da ponte
Primeiro, dê uma conferida nos moluscos com suas conchas semiabertas em Potter's Cay, um mercado de peixes na Ponte de Paradise Island (do lado de Nassau); depois, deguste-os à moda "crack conch" (empanados e fritos, US$12) no Moby Dick Restaurant, um lugarzinho minúsculo dentro do mercado, bem embaixo da ponte. Para apreciar uma paisagem mais interessante, pegue uma mesa externa no Twin Brothers, que serve uma salada espetacular com um tipo de ceviche, cebola, pepino, tomate, pimentão e limão (US$10). Para ajudar a descer, nada melhor que um "sky juice", que mistura água de coco, gim e gelo (US$6).

16h - De olho nos peixes
De caiaques com fundo de vidro ao mergulho, snorkel e caminhadas subaquáticas, o que não falta são opções para quem quiser explorar ou conhecer melhor a vida marinha local. Uma das mais simples e interessantes é a bordo do Seaworld Explorer (ingresso US$45; US$25 para crianças), que sai do centro de Nassau e leva os passageiros para uma viagem submarina em um verdadeiro observatório de paredes de vidro que passa sobre os recifes de coral ao redor da ilha enquanto tubarões, arraias e peixes tropicais dançam à sua volta.

20h - Sabor europeu
Experimente o gostinho do lado europeu de Nassau no Van Breugel's, restaurante holandês que fica em uma casa histórica reformada e inteirinha decorada com obras de arte de nomes locais. O chef e dono, Freddy van Breugel, anda por entre as mesas do pátio, onde casais românticos degustam camarões gorduchos grelhados, enquanto lá dentro rola jazz ao vivo e rodadas e mais rodadas de mojito. O jantar para duas pessoas sai por volta de US$100. Os fãs de cerveja devem guardar um espacinho para a coleção especial de lambics (a partir de US$16,50) no Brussels Bistro, que também serve jantar completo e sobremesas tentadoras como o cheesecake com goiabada (US$6,95).

DOMINGO

9h - Para entortar a língua
Localizado em uma avenida sem graça acima do principal trecho turístico, o Shoal oferece o climão de um Denny's de subúrbio, mas é famoso por servir a cozinha local mais autêntica -- tanto que, no café da manhã, serve caldo de língua de carneiro (US$8), uma sopa apimentada e escaldante servida com uma generosa porção de língua de carneiro e um pãozinho de milho. Quem não tiver tanto espírito de aventura pode ficar com o caranho ensopado com canjiquinha (US$11) ou os pratos de ovos.

10h - Andando com os pássaros
Conheça melhor a vida dos pássaros locais no Jardim, Zoológico e Centro de Conservação Ardastra (ingresso a US$16; crianças, US$8), cujo diferencial é o fato de todas as aves se movimentarem livremente, incluindo flamingos, pavões e papagaios (as gaiolas são reservadas só para as espécies mais exóticas). Planeje a visita perto do horário de uma das três caminhadas diárias dos flamingos que mais parecem uma nuvem cor-de-rosa se movimentando em sincronia.

13h - Gostinho da fazenda
Saboreie o último gostinho das ilhas na Goodfellow Farms, situada em uma estrada tranquila perto do aeroporto, onde é possível desfrutar do almoço em um jardim frondoso com vista para as plantações. O cardápio muda todo dia e oferece pratos como costeletas de carneiro grelhadas e sopa de abóbora com curry; o almoço para duas pessoas sai em média US$30. Depois, compre lembrancinhas artísticas/caseiras como o molho de manga (US$6) ou o peeling de sal marinho (US$25) na lojinha da sede.