Com peixes coloridos e baleias, paraíso baiano tem hotéis a partir de R$ 50
O mar oferece muitas atrações na cidade de Prado, localizada no extremo sul da Bahia. Além da beleza, quem viaja para lá tem a oportunidade de conhecer de perto as enormes baleias que, todos os anos, vêm da Antártida para procriar e amamentar seus filhotes nas águas quentes da região, especialmente entre os meses de julho e novembro.
Mesmo quando as gigantes não estão por ali, o oceano tem outra atração imperdível: na área do recife das Guaratibas, basta colocar um óculos de mergulho para observar uma infinidade de coloridos peixes, corais e tartarugas marinhas.
Prado está localizada entre duas zonas de interesse do estado da Bahia: a Costa do Descobrimento e a das Baleias. Graças ao número de atrações, a cidade concentra uma grande infraestrutura turística, disponibilizando hospedagens cujas diárias variam de R$ 50 a R$ 1.500.
No total, o município possui 84km de praias. Ao decidir se aventurar por lá, muito provavelmente você vai começar conhecendo a de Novo Prado, uma das mais movimentadas da região. Distante apenas 1km do centro da cidade, está repleta de pousadas, hotéis, restaurantes e barracas.
Além dela, a dica é seguir em direção ao norte, cujas desafiadoras estradas de terra e areia são um convite à tranquilidade. Um dos destaques é a Praia da Paixão que, no passado, servia de refúgio para casais, mas hoje atrai aventureiros que saltam de parapente das falésias, além de turistas em busca de tranquilidade e estrutura, pois o lugar também conta com barracas e opções de hospedagem.
Seguindo em frente, vale a pena conhecer praias como a do Tororão, que chama a atenção por ter uma pequena queda d'água que deságua no mar durante a temporada mais chuvosa, e das Ostras, quase sempre deserta e cercada por mata nativa e córregos que cortam a areia.
Meca de estrangeiros
Oficialmente um distrito de Prado, Cumuruxatiba é uma comunidade de pescadores que funde as culturas negra e indígena em um agradável vilarejo de cerca de quatro mil habitantes. Se o lugar é praticamente desconhecido pelo turista brasileiro, já foi descoberto pelos viajantes estrangeiros, principalmente os que fazem o estilo mochileiro - que chegam em grande número.
Segundo historiadores, foi a 15km ao norte dali que Nicolau Coelho, capitão da esquadra de Pedro Álvares Cabral, desembarcou no dia 23 de abril de 1500 em busca de água doce e teve o primeiro contato com os índios Aimorés que habitavam a região.
Além do sentido histórico, vale a pena visitar o ponto em que o rio Cahy encontra o mar, cujo visual é paradisíaco. Avermelhadas falésias acompanham o caminho até o rio, e a água possui tons que variam de verde a azul. Tudo isso tendo os coqueirais, vegetação nativa e um pequeno lago como pano de fundo.
O roteiro pelas praias termina na Ponta do Corumbau, considerada uma das mais bonitas da região. Localizada no extremo norte do município, ela fica no limite com o Parque Nacional do Monte Pascoal. Sempre repleta de pássaros, possui uma ponta de areia que é banhada por um mar de tom azul-turquesa, um dos pontos mais impressionantes da região.
A paisagem fica ainda mais bonita com seus coqueiros, rios, mangues e um recife de corais - descoberto durante a maré baixa. Atravessando o rio que dá nome à vila, o visitante pode conhecer ainda a aldeia de Barra Velha, considerada pelos próprios índios como o local de origem da etnia dos Pataxós. Para quem se animou com o passeio, vale ir até Caraíva, que fica a poucos quilômetros dali.
Vivendo a história
Outra opção é reservar um dia para subir ao topo do Monte Pascoal. Não é das mais exigentes aventuras, já que o seu cume está apenas 536m acima do nível do mar. Vale a pena por seu apelo histórico: este foi o primeiro ponto de terra avistado pelos portugueses de suas caravelas - e recebeu esse nome porque o fato ocorreu na semana da Páscoa de 1500.
Com um percurso de 1.700m, entre subidas e descidas, o passeio dura aproximadamente três horas. Como a aldeia dos Pataxós faz fronteira com o Parque Nacional do Monte Pascoal, e existe a proibição de extrair algo do local ou plantar alimentos, cabe aos índios cuidar do parque.
Eles cobram a entrada, cuidam da segurança e da manutenção das trilhas, além de levar os turistas até o topo, dando detalhes de toda a vegetação e costumes do povo durante o trajeto. No dia que a reportagem do UOL visitou o local, foi acompanhada pelo índio Putuju, que estava devidamente trajado com cocar e saiote típicos dos Pataxós.
Logo na entrada, um monumento com o formato do mapa do Brasil traz o nome de todas as aldeias que existem ou já existiram no território brasileiro. Apesar de serem reconhecidos como heróis do “descobrimento”, o contato com a civilização europeia resultou em escravização e extermínio de boa parte das culturas e povos hoje lembrados no Monte Pascoal. Estima-se que cinco milhões de indígenas viviam no país na época da chegada dos portugueses. No Censo de 2010, o IBGE apontou que existiam menos de 900 mil índios no Brasil.
* O jornalista viajou a convite da Prado Turismo, Sebrae e Aphrope (Associação Pradense de Restaurantes, Hotéis, Operadoras Pousadas)
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