Imposto zero e glamour? Saiba por que Mônaco atrai de Galvão Bueno a Jay Z
Com praias de águas claras, onde é possível ver as pedras ao fundo, Mônaco exibe seus iates no horizonte. Entre eles, já foram vistos com certa frequência as embarcações do ator Leonardo DiCaprio e do rapper Jay Z. Pequenos navios de luxo lançam âncora e parecem observar as Ferraris e carros conversíveis que passam pela orla. E não são poucos: o principado faz jus à fama e expira glamour, elegância, riqueza.
O destino também já foi a casa do locutor global Galvão Bueno, que morou lá por quatro anos com sua esposa, realizando, segundo ele, um sonho antigo. O beatle Ringo Starr e o piloto britânico Lewis Hamilton também são conhecidos por ter uma casa e andar pela região, entre outras celebridades.
Com um território de somente 2 km² (pouco maior que o paulistano parque do Ibirapuera, de 1,6 km²), não é só o belo mar e as montanhas de Mônaco que atraem endinheirados para residirem ali. No segundo menor país do mundo, atrás apenas do Vaticano, seus moradores não pagam imposto de renda. Zero euro mesmo. A exceção se aplica para franceses que vivem por lá, que são taxados diretamente ao governo da França.
Cassinos e lojas de grife como Gucci, Hermès, Christian Dior, Céline, Louis Vuitton, Chanel, Ichthys e Prada estão entre os lugares em que senhoras desfilam com seus colares de diamante, seja noite ou dia. Aliás, a questão da segurança é outro mote do país. Há um policial para cada cem residentes, um sistema de vídeo que cobre todo seu território durante as 24 horas do dia e, ainda, a possibilidade de bloquear todos os acessos de entrada e saída do principado em poucos minutos.
Altíssima gastronomia
Gastronomia também é levada bem a sério no destino. Seis restaurantes são premiados no famoso guia “Michelin”, com um total de nove estrelas - 4,5 por quilômetro quadrado, uma brincadeira que os monegascos costumam fazer.
Dentro do tradicionalíssimo e icônico Hôtel de Paris, fundado em 1864 na Place du Casino, um restaurante eleva ao máximo o lado glamuroso de Mônaco. O Le Louis XV - Alain Ducasse tem três estrelas “Michelin” (pontuação máxima) e recebe os convidados devidamente em trajes formais em um ambiente à la Belle Époque (período histórico entre 1871 e 1914). No centro do restaurante, um lustre de sete metros de diâmetro contém 700 peças de vidro colocadas à mão, uma a uma. Na adega, há mais de 400 mil garrafas. Pratos e acessórios, como o porta-guardanapos, foram feitos exclusivamente para lá.
Já o jantar em si tem serviço ultradetalhista e atencioso, bastante formal, mas sem deixar de lado um ar simpático. Com um menu reformulado no ano passado, busca contar a história da Riviera, usando produtos locais e priorizando o sabor, frescor e a cozimento no ponto exato.
Pequenos pedaços de peixes e frutos do mar chegam à mesa crus, sob pedras quentíssimas, momento em que um caldo é jogado sobre elas. O prato é tampado e o cozimento é rápido, à vapor. Na hora da sobremesa, não terá arrependimento quem optar pelo bolo macio de chocolate com sorvete e nibs de cacau, feitos com ingredientes da fábrica de chocolate do chef em Paris.
O menu de quatro pratos, queijos e sobremesa custa 330 euros (cerca de R$ 1.216**), vinhos à parte. Há também opção à la carte, com entradas a partir de 84 euros (cerca de R$ 310**), pratos principais na casa dos 110 euros (cerca de R$ 405**) e sobremesas a 36 euros (cerca de R$ 133**).
Próximo dali, outro hotel remete à atmosfera Belle Époque, com suas paredes luxuosas e vista para o mar Mediterrâneo. O Hôtel Hermitage possui uma ala bastante clássica, construída no início dos anos 1900, e uma parte moderna, incorporada ao edifício mais recentemente.
Seus corredores parecem um labirinto, com vários elevadores em diferentes localizações. Logo na entrada, um amplo salão com lustres clássicos, pilares, obras de arte e sofás. Em seguida, há um ambiente para chá -tão elegante quanto- onde também são servidos bolos de “comer com os olhos”.
A área do spa reserva um tratamento peculiar: a crioterapia. São duas câmeras conectadas, uma a -60°C e outra a -110°C. O congelante processo dura cerca de três minutos e custa 55 euros (R$ 203**) cada sessão. Conhecido no meio esportivo, diz-se que entre os benefícios estão melhora do sono, relaxamento e alívio de stress.
O hotel tem 278 quartos e, claro, tamanhos e valores aumentam proporcionalmente, mas mesmo a menor delas se mostra bem aconchegante. Os preços começam em 455 euros (aproximadamente R$ 1.677**) o quarto para até duas pessoas. Um pouco mais barato que o Hôtel de Paris (a partir de 512 euros; R$ 1.887).
Duas recepções
O Fairmont Monte Carlo fica em frente a uma das famosas curvas do circuito de Fórmula 1. Para se ter uma ideia, a suíte Stirling Moss, com vista tanto para a pista quanto para o Mediterrâneo, custa 65.990 euros (R$ 243.207**) no pacote de quatro diárias para as datas da corrida. Conseguir uma reserva não é nada fácil: ela é disputada com mais de um ano de antecedência.
O hotel, de quatro estrelas, reúne luxo a um clima contemporâneo, com diárias a partir de 299 euros (R$ 1.102**) para até duas pessoas. Possui duas áreas de check-in, uma para turistas e outra para aqueles que estão no principado a negócios, e um sistema ecológico de aquecimento e resfriamento que utiliza o oceano, desde 1975. Ao contrário de outros hotéis, academia e spa de 900m² ficam no último andar. É também na cobertura onde está localizado o restaurante L'Horizon e Champagne Bar, com vista de 360o de Mônaco. De lá, podem ser avistados a Casa da Ópera, o palácio e o cassino. No almoço, o ambiente é mais informal, com bufê e também pratos à la carte. No dia da visita, a reportagem provou o refrescante gaspacho com queijo de cabra fresco (25 euros; R$ 92**) e o fresco robalo servido em uma pedra de sal com vegetais (48 euros; R$ 177**).
Mais nova estrela “Michelin” queridinha local, o Blue Bay Restaurant fica no interior do Monte-Carlo Bay Hotel & Resort, um quatro-estrelas de ambiente luxo-informal, com suítes amplas que podem ter vista para o mar ou para as montanhas (diárias a partir de 380 euros para até duas pessoas; R$ 1.400**), spa com saunas seca e a vapor e piscinas interna e externa.
No restaurante, o chef Marcel Ravin une influências caribenhas a técnicas locais, em uma apresentação trabalhada e criativa, como foi o caso do ovo trufado servido dentro da própria casca, com maracujá e creme de mandioca. Outra surpresa da noite: cabaça de camarões ao risoto cremoso de quinoa ao saquê, com amêndoas e baunilha. O menu de quatro pratos custa 88 euros (R$ 325**).
Ainda no quesito comilança, o Maya Bay, próximo dali, une o Japão e a Tailândia e é bastante procurado por moradores locais no horário do almoço. Percebe-se que muitos clientes são frequentes e chegam para uma refeição rápida, sem muitas firulas, escolhendo o menu fixo com entrada, prato principal e sobremesa a 18 euros (R$ 67**). Mas, sem pressa, vá nas opções à la carte, dispostas em um livro com fotos e explicações detalhadas de cada prato. Não deixe de pedir um dos sashimis (a partir de 25 euros; R$ 92**) e passear pelas opções de curries (a partir de 21 euros; R$ 78**).
*O jornalista viajou com o apoio do Turismo do Governo de Mônaco.
**Preços consultados em outubro de 2016 e valores convertidos em 12/11/2016
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