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De local decadente a ímã de boêmios, 8º Distrito renasce em Budapeste

Lugares como o Zappa Caffe mantêm a tradição de rock alternativo e underground em Budapeste. O Zappa foi reformado em um restaurante que serve pratos finos de bar - Tamas Dezso/The New York Times
Lugares como o Zappa Caffe mantêm a tradição de rock alternativo e underground em Budapeste. O Zappa foi reformado em um restaurante que serve pratos finos de bar Imagem: Tamas Dezso/The New York Times

ALEX CREVAR

New York Times Syndicate *

31/07/2010 11h43

Por anos, o Oitavo Distrito era considerado um dos piores em Budapeste. Dizimado durante a Segunda Guerra Mundial e ainda marcado pelas balas da revolução húngara de 1956, o distrito - também conhecido como Jozsefvaros - era sinônimo de roubo e prostituição.

Mas as coisas começaram a mudar. Em 2000, após a instalação de câmeras de segurança, os furtos e outros crimes caíram significativamente. Logo as galerias, cafés e a vida noturna chegaram, atraídos pela grande arquitetura do século 19 do distrito e pelos aluguéis baratos.

Hoje o local - no lado Peste do Danúbio e um dos 23 distritos da cidade - se tornou um ímã para os boêmios na moda de Budapeste, misturando o chique cheio de vida com o burguês decadente, apesar de nem todo o comportamento nefasto ter desaparecido, principalmente no bolsão ao leste do distrito.

‘Os turistas sempre foram informados a manterem distância’, disse Gyuri Baglyas, que opera a Beyond Budapest Sightseeing (011-36-20-332-5489; beyondbudapest.hu), uma agência de turismo que oferece visitas de três horas pela área, por 4 mil florins (cerca de US$ 20, com o dólar cotado a 201 florins).

Um ponto cultural central é o Museu Nacional Húngaro (Muzeum korut 14-16; 011-36-1-327-77-73; hnm.hu). O prédio neoclássico abriga obras de arte e artefatos que celebram a herança da Hungria.

Dobrando a esquina fica o Budapest Jazz Club (Muzeum utca 7; 011-36-1-267-2610; bjc.hu), uma sala de música que abriu em 2008 e é supostamente o único lugar na cidade dedicado ao jazz doméstico e internacional.

A música não é algo novo em Jozsefvaros. Durante o início dos anos 90, as ruas miseráveis do distrito eram lar de uma cena de rock alternativo, underground. Lugares como o Zappa Caffe (Mikszath Kalman ter 2; 011-36-20-972-1711; zappacaffe.hu) mantêm a tradição.

O Zappa foi reformado em um restaurante que serve pratos finos de bar, como burritos de frango com alho, e chopes húngaros como o Dreher Classic. No porão, bandas como Belmondo tocam uma mistura de rock and roll, jazz e blues, enquanto os fãs sentam em pufes, fumando cigarros e cantando junto.

Os artistas também chegaram ao Oitavo. Ao lado do Zappa fica a Lumen Gallery and Café (Mikszath Kalman ter 2; 011-36-20-496-8317; photolumen.hu) uma galeria toda branca, quadrada, que os irmãos Gergely e Peter Laszlo e a Fundação de Fotografia Lumen abriram em 2008 para promover os fotógrafos húngaros e estrangeiros.

Uma quadra ao leste, em uma fábrica de artefatos cerâmicos convertida, fica o Ateliers Pro Arts (Horanszky utca 5; 011-36-1-486-2378; ateliers.hu), que conta com estúdios de artistas, uma galeria arejada e utilitária e um bar e restaurante alegre, o APA Cuka (011-36-20-938-2677; apacuka.com), que serve pratos caseiros como coxa de pato assada e purê de batata (2.380 florins).

E até mesmo a metade leste do Oitavo Distrito está vendo vida nova. Seu porta-estandarte é o Café Csiga (Vasar utca 2; 011-36-1-210-0885; cafecsiga.org), um oásis elegante com pisos de tábuas de madeira e obras de arte de parede a parede que atraem um público de arte, que rapidamente esquece que este já foi o outro lado dos trilhos.

* Matéria publicada originalmente em abril de 2010