Topo

Tema de filme com Cameron Diaz, troca de casas entre turistas ganha adeptos no Brasil e no mundo

MARCEL VINCENTI

Da Redação

29/11/2011 07h00

Em julho de 2005, o engenheiro mineiro Carlos César de Lima, então com 57 anos, decidiu tirar férias de um jeito diferente. Dono de uma casa em Armação dos Búzios, no Rio de Janeiro, ele se cadastrou no site HomeExchange.com e começou a buscar estrangeiros que estivessem dispostos a trocar temporariamente de imóvel com ele. Candidatos não faltaram.

Em poucos meses, Carlos já estava com passagens compradas para Paris, onde se hospedaria, durante 20 dias, e sem pagar um tostão, em uma cobertura ao lado da elegante rua La Fayette, a dez minutos de caminhada do rio Sena. Sua propriedade no litoral fluminense, por sua vez, estava aberta para receber o casal de donos do apartamento parisiense.

“Qualquer hotel em Paris não custa menos de 100 euros por noite. Agora, multiplique isso por 20 dias e você vai ver consegui economizar milhares de reais nesta viagem”, calcula Carlos. “E há outras vantagens. Trocando de casa, eu me senti um verdadeiro morador da cidade, pois consegui adotar uma rotina típica de um habitante da capital francesa”.

Carlos é um dos milhares de turistas que, todos os anos, realizam troca de casas para viajar de um modo mais barato e diferente. Desde que o filme “O Amor Não Tira Férias” foi lançado em 2006 (na história, a americana Cameron Diaz troca de casa com a inglesa Kate Winslet), a prática não parou de se disseminar pelo mundo.

O HomeExchange, por exemplo, que tem páginas traduzidas para 14 idiomas (inclusive o português), calcula que seus usuários cresceram de dez mil para cerca de 40 mil nos últimos cinco anos. E uma pesquisa no site reforça a estatística: na ferramenta há casas e apartamentos disponíveis para troca em todas as partes do mundo, do Rio de Janeiro a Dar es Salaam, de Nova York a Nova Caledônia.

O continente com mais ofertas é a Europa, com cerca de 17 mil residências disponíveis, seguido pela América do Norte, com 14.500 imóveis à disposição. A América do Sul, por outro lado, tinha no HomeExchange, na época em que a reportagem foi escrita, apenas 585 casas e apartamentos abertos para a troca.

A baixa adesão dos brasileiros à prática, porém, não quer dizer que os estrangeiros não tenham interesse em visitar o país. Pelo contrário. Carlos conta que recebe pelos menos duas propostas de troca por semana: “os estrangeiros têm muita vontade de fazer esse intercâmbio com brasileiros, principalmente se a residência for na praia. De 2005 até hoje, eu já troquei de casa mais de 20 vezes, e inclusive assisti à última Copa do Mundo trocando de casa com sul-africanos. Não paguei nada para me hospedar em um dos eventos mais concorridos do mundo”.

Modo de usar  

Além do HomeExchange, há outros sites que facilitam a troca de casas entre viajantes. Apesar de possuírem um número menor de residências cadastradas, o Quickhome.com, o Intervac.com e o Homelink.org também são boas opções para quem quiser entrar nesse mundo.

Usá-los é simples: para se candidatar à troca de casas, o interessado tem que cadastrar um perfil completo de sua residência em um dos sites (muitos deles cobram mensalidade, que, em média, custam a partir de três euros). Deve, então, colocar fotografias, fazer uma descrição do imóvel (e também de seu bairro) e especificar as datas em que o lugar está disponível para a troca. Há também campos para o proprietário informar se aceita receber crianças e animais de estimação na propriedade.

A partir daí, é só buscar casas e apartamentos que estejam disponíveis em uma cidade de preferência e enviar a seus proprietários, via e-mail, uma proposta de intercâmbio.

A troca não tem que necessariamente ocorrer de maneira simultânea e alguns sites oferecem a opção “troca de hospitalidade”, em que o dono da casa recebe o hóspede pessoalmente e depois é recebido por ele em sua residência.

Há, além disso, um site exclusivo para a troca de casas de luxo (o HomeExchangegold.com), que, com suas 900 propriedades luxuosas em 60 países, irá seguramente agradar os mais abastados.

Seja para ficar em uma mansão em Malibu ou em uma casa simples na Índia, o segredo é não deixar de seguir um dos lemas guiam os viajantes adeptos da prática: “férias em qualquer lugar do mundo não têm que custar mais do que ficar em casa”.

MAIS INFORMAÇÕES

HomeExchange: www.trocacasa.com

QuickHomewww.quickhome.com/br

Intervac: www.intervac-homeexchange.com

Homelink: www.homelink.org