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Fuja de armadilhas e saiba o que fazer no centro de Nova York sem gastar muito

SETH KUGEL

New York Times Syndicate

24/12/2011 07h00

A melhor forma de economizar dinheiro no centro de Nova York é passando mais tempo no centro – um conselho dado por muitos nova-iorquinos para amigos em visita. Mas eu já passei tempo suficiente nas cidades dos outros para saber que há um motivo para certas zonas serem rotuladas como armadilhas para turistas: elas têm atrações que valem a pena ser vistas. Esse é o caso no coração de Manhattan.

O centro é cheio de chamarizes de marketing e suvenires caros que muitos nova-iorquinos tentam evitar totalmente. (Sim, eu gosto de humor, mas não, não preciso ser perguntado a respeito disso por até oito sujeitos promovendo clubes.) Ser frugal no centro exige mais do que uma lista de refeições por US$ 10, estratégias para ingressos baratos de teatro, truques para encontrar hotéis baratos e conselhos sobre passes com desconto (apesar de tudo isso ser de ajuda). Isso exige uma estratégia.

Esta é a minha: pague caro pelo que estiver realmente a fim de fazer, procure por pechinchas em outros lugares e não faça nada que pudesse fazer em outros lugares no mundo, especialmente na sua cidade natal. (Eu estou olhando para você, McDonald’s.) Vamos dividir por áreas de interesse.

Teatro

Primeiro, o muito cobiçado ingresso de teatro. Assentos nas primeiras fileiras para “Book of Mormon” ou “O Rei Leão” podem custar centenas de dólares. Não há problema nisso, desde que seja o motivo para ter vindo a Nova York. Mas é uma extorsão se você ficasse quase tão feliz pagando menos da metade por lugares com desconto para assistir, digamos, “Anything Goes”.

Para aqueles abertos a uma variedade de espetáculos, descontos estão por toda parte. Há o quiosque da TKTS na Times Square para descontos para apresentações no mesmo dia, e o Centro de Informações Oficial de Nova York (810, 7th Avenue), onde você pode pegar um folheto com códigos de desconto para 20 espetáculos. Um conjunto completo de instruções sobre onde encontrar os códigos online está em talkinbroadway.com. (O site também tem murais com as notícias mais recentes sobre ingressos disponíveis na bilheteria, uma hora ou mais antes da cortina abrir, e nas lotéricas.) Há informação sobre descontos para estudantes e idosos em nytheatre.com, assim como descontos seletos disponíveis para todos.

E, se suas datas forem flexíveis e o timing for oportuno, também é possível obter dois ingressos pelo preço de um durante a Semana da Broadway (17 de janeiro a 4 de fevereiro) e a Semana Off Broadway (30 de janeiro a 12 de fevereiro). Os ingressos começam a ser vendidos em 4 de janeiro; há mais informações em www.nycgo.com/getmorenyc.

Comes e bebes

Os nova-iorquinos frequentemente enfrentam o impulso de combater fisicamente a entrada de turistas em pontos de Times Square como o Hard Rock Cafe e o Bubba Gump Shrimp Company, que não são baratos e são tão de Nova York como uma batata de Idaho. Isso é óbvio para muitos turistas. Mas mesmo os conhecedores podem ficar confusos com as delicatessens genéricas que lotam o bairro. E qualquer um pode ficar tão sobrecarregado de opções a ponto do Subway e McDonald’s acabarem parecendo oásis. Mas lembra da estratégia frugal: você não deve pagar por algo que poderia fazer em qualquer outra parte do mundo, e certamente não deve comer em um restaurante comum em qualquer parada de estrada.

  • Ruth Fremson/The New York Times

    Um dos sanduíches oferecidos no Margon, restaurante cubano em Nova York

Mas é tão barato, você pode dizer! Mas um almoço por menos de US$ 10 em um ponto típico de Nova York está a poucas quadras de qualquer lugar no centro. Meu endereço favorito há muito é o Margon (136 West 46th Street), um restaurante cubano barato e simples ao lado da Times Square. Quase tudo – do sanduíche cubano ao prato repleto de arroz, feijão e carne – custa menos de US$ 10.

Ainda caro demais? Que tal o Ming Du (273 West 38th Street), um minúsculo restaurante chinês que dificilmente poderia ser menor, que oferece três pratos ao vapor com arroz por US$ 5. Ele pode não ser o endereço mais bonito, mas um prato de pato assado, carne de porco com legumes e bok choy, servido com arroz, parece muito semelhante ao que a família do proprietário está comendo no restaurante chinês do seu bairro (sempre um bom sinal). Precisa que seja ainda mais barato? Prepare uma refeição com bolinhos de carne de porco por US$ 0,80 ou pães frescos por US$ 0,70.

Para algo um pouco mais luxuoso, experimente o Bann Next Door (350 West 50th Street), um endereço de almoço barato em Bann, um elegante ponto coreano, para tacos bulgogi com arroz cinco grãos e molho de guacamole por US$ 9. Los Angeles demais? Que tal o Vic’s Bagel Bar (544 Third Avenue, entre a 35th Street e 36th) para um Tokyo Tel Aviv Express (cream cheese, wasabi, filé de salmão, cebolinhas e edamame em um bagel; US$ 7,50). Se isso parece muito com café da manhã para um almoço, há um frango peruano especial no Pio Pio por US$ 9,50, que é vizinho do Talent Thai Kitchen e seus almoços por US$ 7,95 (aperitivos; entrada, como a deliciosa sopa condimentada com macarrão noodle e carne; água mineral), ambos na 34th Street, ao leste da Third Avenue.

Todos esses são pontos para almoço, mas se você quiser quebrar (sem exagero) a regra dos US$ 10 para jantar, experimente o minúsculo e agradável endereço de massas Radicchio Pasta & Risotto Company (253 East 53rd Street), com várias entradas por US$ 11. Eu levei alguns amigos sem dinheiro lá para uma pré-maratona de ingestão de carboidratos quando outros pontos mais habituais estavam lotados, e nós adoramos o serviço caseiro e as massas frescas.

E se precisar de uma bebida após ver os itens que não pode comprar na Bloomingdale’s ou na Williams-Sonoma, há o recém-reformado bar Subway Inn (143 East 60th Street), onde uma garrafa de cerveja custa apenas US$ 4.

Vamos até mesmo adicionar uma recomendação de jantar próxima do Javits Convention Center, para que você possa evitar a comida horrível lá dentro: Bis.Co.Latte (667 10th Avenue), um café aconchegante com risotos por US$ 8,75 e biscoitos por US$ 1,10, em sabores como triplo gengibre e lascas de chocolate com coco. Ele também fica a uma distância de caminhada do Hard Rock, de modo que não há desculpa, ok?

Hotéis

Há, entretanto, desculpas semiválidas para gastar muito em um hotel. Aqui estão duas: você não gosta de albergues e da Associação Cristã de Moços, e não sabe como usar o Hotwire e o Priceline. A primeira é compreensível. Mas Nova York é o lugar ideal para usar esses sites, cuja principal fraqueza (se você não estiver atado a uma rede internacional de hotéis ou insistir apenas em hotéis-butique) é não poder escolher a localização exata. Esta é Nova York: caminhe ou tome o metrô! Nós estamos falando de um hotel de três estrelas e meia por US$ 135 ao leste do centro, ou de quatro estrelas por US$ 168 bem no centro, incluindo impostos. (Esses foram os preços que o Hotwire me deu quando chequei recentemente para um fim de semana em janeiro.)

A pegadinha: ambos os sites obrigam você a escolher o número de estrelas do hotel e bairro(s) aproximado(s), com você se comprometendo antes de saber o hotel exato em que se hospedará. (Mas você não se hospedará em um pulgueiro, especialmente se optar por duas estrelas ou mais.)

  • Ruth Fremson/The New York Times

    Um passe que custa US$ 75 te dá o direito de patinar no gelo sem ter que ficar na fila

A diferença: o Hotwire lhe dá um preço baseado no que um hotel em particular concordou em aceitar; o Priceline permite que você faça uma oferta e ver se alguém aceita. É possível aprender muito mais sobre o processo nos próprios sites e em outros como betterbidding.com; eu garanto que vale a pena dedicar algum tempo para ler sobre eles. Mas esta é a minha estratégia: checar os preços no Hotwire, oferecer 20% a menos no Priceline por um hotel com perfil semelhante e então voltar ao Hotwire se não conseguir nada.

Atrações

Primeiro, faça todas as coisas gratuitas ou próximas de gratuitas. Veja a árvore no Rockefeller Center e admire as vitrines de Natal das grandes lojas de departamentos. Caminhe pelo Grand Central Terminal (com ou sem o novo guia de áudio por US$ 6) e patine no Bryant Park (você terá que pagar pelo aluguel dos patins). Aproveite a sempre popular entrada franca das noites de sexta-feira do Museu de Arte Moderna.

Não quer enfrentar multidões? Eu aposto que você ainda não esteve no Museu de Artes e Design, que abriu em 2008 bem no Columbus Circle. Pague o que quiser e não perca um dos artistas residentes trabalhando no sexto andar – atualmente Don Porcella, que faz mágica com desentupidores de canos.

Mas se você quiser os grandes nomes com preços altos, calcule se vale a pena comprar o City PASS por US$ 79, que permite a entrada em seis deles por aproximadamente a metade do preço e, em uma oferta especial de Natal, vale até fevereiro em vez de por apenas nove dias a partir da compra. (Você pode ter que voltar.) Eu evito esses passes na maioria das cidades, porque me sinto tanto restringido a uma lista e estressado até obter o retorno do dinheiro que gastei, mas poderia fazer uma exceção neste caso.

As coisas pequenas

Eu aconselharia relaxar a respeito de pequenas coisas. Sim, os pretzels de rua geralmente custam US$ 2, mas alguns exploradores no centro podem tentar fazer você pagar US$ 3. Ei, é apenas um dólar. Deseja levar para casa uma cara camiseta dos New York Yankees? Vá em frente. E se precisar parar em uma farmácia ou mercado, não caminhe sete quadras para economizar US$ 0,50 em goma de mascar.

De fato, suspeitando que a rede mais ubíqua de Nova York, a Duane Reade, também estava se juntando à exploração no centro, eu chequei os preços de itens como Advil, chocolates Snickers e água mineral em endereços no centro e os comparei aos do Duane Reade próximos do meu apartamento, no Queens. O resultado: os mesmos preços. (Provavelmente mais do que você pagaria em casa, mas pelo menos você está acompanhado de cerca de 9 milhões de outros otários.) E aqueles sanduíches e iogurtes para viagem que eles agora vendem? Nós não temos isso no Queens.