Pistas radicais e belas paisagens atraem turistas para as montanhas nevadas italianas na Settimana Bianca
Antes da chegada das tão esperadas férias de verão, durante o mês de agosto, muitos italianos concedem-se uma “settimana bianca” (semana branca), ou seja, alguns dias que mesclam lazer e adrenalina nas principais montanhas nevadas do país.
A preferência por destinos de inverno aumenta significativamente durante fevereiro e março. Isso acontece porque, antes do início da primavera europeia, os preços mais acessíveis dos pacotes turísticos tornam as montanhas nevadas uma meta atraente para praticantes de esportes radicais e amantes da natureza.
A Itália oferece opções para todos os gostos e bolsos e orgulha-se de possuir algumas das mais belas e seguras pistas de esqui do mundo.
Para os esquiadores radicais, a vontade de praticar o esporte preferido admirando paisagens únicas é uma boa desculpa para conhecer lugares como Cortina d’Ampezzo, que em 1956 foi sede das Olimpíadas de Inverno; Bormio, detentora da pista chamada Stelvio e considerada a mais difícil do circuito mundial, e Madonna di Campiglio – utilizada frequentemente para os treinamentos de slalom (modalidade em que os esquiadores têm que passar por uma série de pórticos durante a descida) da Copa do Mundo de esqui alpino.
Já quem procura atrações menos populares, mas não menos atraentes, encontra em algumas pistas italianas espaços reservados aos praticantes do slow ski, uma forma de esquiar mais lenta, menos radical e que oferece pausas gastronômicas- ou os chamados snow parks, áreas reservadas aos malabarismos aéreos dos praticantes de snowboard e free style.
Sem dúvida alguma, no imáginário coletivo os alpes italianos estão associados com as Dolomitas (Dolomiti), um dos cartões postais mais famosos do país. Declarados patrimônio mundial pela Unesco, os alpes dolomíticos emolduram a paisagem da região Trentino-Alto Adige, e, além de hospedar turistas de ar blasé, em Cortina d’Ampezzo receberam a inauguração da pista de San Zen a Socrepes. Em pouco tempo, além de Livigno, próxima de Milão e da fronteira com a Suiça, a localidade tornou-se uma dos destinos preferidos dos snowboarders italianos, que atualmente são mais de 461 mil, segundo dados AC Nielsen.
Madonna di Campiglio, na Itália, localiza-se entre os alpes dolomíticos de Brenta e Adamello e, da cidade, os teleféricos garantem fácil acesso aos picos das montanhas nevadas
A pista de San Zen, já considerada uma espécie de santuário pelos snowboarders, foi dividida em duas áreas distintas; a Easy Line, reservada à crianças e principiantes, e a Media Line, palco de verdadeiros malabarismos aéreos.
Para quem prefere ritmos mais lentos, uma boa pedida é praticar o slow ski na zona chamada “Città delle Pietre” (Cidade das Pedras), em Breuil-Cervinia, na região Valle d’Aosta. Ali, manobras frenéticas e vertiginosas cedem espaço a esquiadores pacatos, mais interessados em apreciar o panorama.
Essa mesma filosofia também conquistou os turistas que passam pela Val Badia, na provincía de Bolzano, onde o “combo” esqui e gastronomia tornou-se um programa imperdível. Enquanto praticam o esporte, os visitantes podem fazer uma pausa em um dos inúmeros chalés-restaurantes das montanhas da Val Badia e saborear pratos de alta gastronomia preparados por premiados chefs como Holger Stromberg, que cozinha para a seleção de futebol alemã, ou Norbert Niederkofler, premiado com duas estrelas Michelin.
Os praticantes de snowboard encontram em Pila, na Itália, duas linhas de diferentes dificuldades
Quem estiver de passagem por Milão e não quiser perder a chance de passar um final de semana nos alpes italianos, pode usufruir do serviço Ferrovie Nord que, em pouco menos de duas horas e meia, transporta turistas até as estações de esqui mais famosas da Valtellina, como Aprica e Bormio, dividida entre a Itália e a Suiça.
Mais próxima à Roma, mas não menos fascinante, é Ovindoli, localizada na região Abruzzo. Situada a cerca de uma hora e meia de carro da capital italiana, a cidade oferece opções de lazer para quem deseja aprender disciplinas como o esqui, snowboard ou, simplesmente, respirar ar puro e admirar paisagens nevadas.
Ainda nessa época do ano, muitas famílias romanas acompanham os próprios filhos até Ovindoli para que possam frequentar cursos de esportes de inverno e divertir-se em pistas ideais para esquiadores mirins, como aquela chamada Topolino ou Dolce Vita.
Já quem procura conveniência, mas não quer renunciar ao sonho de conhecer as montanhas do norte da Itália pode avaliar a possibilidade de conhecer Pila, na região vale d’Aosta. Ali, por exemplo, de 11 a 18 de março, o pacote de estadia de sete noites mais um ski pass válido para seis dias custa a partir de 205 euros por pessoa. Para verificar a disponibilidade da oferta, basta consultar a seção Pacchetti e Offerte do site do Consorzio l’Espace de Pila no site www.pilaturismo.it ou telefonar para o número 390165521055.
Enfim, se as férias nas montanhas italianas não são um programa iminente, mas um projeto futuro, vale a pena considerer a hipótese de sonhar com o primeiro hotel sete estrelas dos alpes da Val Gardena, na pista de Saslong, na região Alto Adige. Projetada por Norman Foster, que desenhou a Millennium Bridge, de Londres, a estrutura contará com suítes de 360 metros quadrados e um lago salgado sobre o teto. As previsões indicam que o hotel será inaugurado em 2013 e que a diária custará, em média, 5.500 euros.
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