Queridinho dos brasileiros, Los Roques preserva clima de paraíso intocado
O coração parte apertado do aeroporto de Caracas, na Venezuela. Ainda que haja alguns aviões maiores, com 40 lugares, a maioria faz o trajeto até o arquipélago de Los Roques em bimotores com 10 lugares. É preciso um pouco de fé para encarar a viagem, mas não se preocupe. O voo de meia hora é muito tranquilo. E nem pense em fechar os olhos, pois o cenário que se descortina é deslumbrante.
Ao se aproximar das ilhas pelo ar, o turista realmente percebe que está no Caribe. Lá embaixo, tons de azul claríssimo e verdes vão se mesclando e mostrando uma cartela de cores inimagináveis. O mar cristalino, barquinhos ao léu e bancos de areia montam uma visão perfeita do paraíso.
Apesar de usar uma pista minúscula cercada de água por todos os lados, o pouso é absolutamente tranquilo e, a partir de então, prepare-se para relaxar e acostumar seus olhos com a beleza de cada canto. Logo na chegada também é preciso pagar a taxa de preservação, já que se trata de uma área de reserva ambiental. Depois, é se entregar ao relaxamento.
Los Roques é um arquipélago venezuelano com 47 ilhas que tem recebido muitos turistas brasileiros no últimos anos. A maior de suas ilhas, Gran Roque, é onde estão a maioria dos 1.200 habitantes do local e a que oferece mais infraestrutura de pousadas e restaurantes. Mas não espere muita coisa. A vila é bastante simples e rústica e as opções de lazer restringem-se aos passeios de barco sobre a água transparente.
Por essa razão todos os dias a rotina é a mesma. Pela manhã o turista acerta o passeio com os barqueiros e segue rumo a uma ilha escolhida. As decisões são sempre muito difíceis. Ver milhares de estrelas do mar, corais exuberantes ou mergulhar com as tartarugas?
Cada ilha tem seu encanto e é impossível dizer que "quem viu uma, viu todas". Em comum, água transparente de tons maravilhosos, areia branquíssima e os pelicanos e gaivotas que serão seus companheiros de viagem. Na maior parte do ano, as ilhas ficam desertas, já que o arquipélago tem capacidade para receber poucos visitantes e ainda não está totalmente assimilado pelo turismo de massa mundial, ainda que um ou outro cruzeiro passe por lá.
Grupo de turistas se diverte ao lado do mar cristalino de Los Roques, na Venezuela
Após deixar os turistas nas praias, os barqueiros voltam para alto-mar. Por isso, é necessário ser autossuficiente: água, bebidas, protetor solar, repelente e alimento. Ir para lá sem comprar um snorkel e máscara é quase um crime, já que a melhor parte de Los Roques está embaixo d´água. É possível também alugar o equipamento no próprio arquipélago, embora os especialistas recomendem que cada um tenha seu próprio kit.
Sai ganhando quem já é mergulhador ou pretende fazer o curso por lá. Para se ter uma ideia, em Los Roques são encontradas 97% das espécies de corais existentes no mundo. É ou não é motivo mais que de sobra para convencer qualquer um a colocar a cabeça debaixo d´água?
Rusticidade
Apesar do cenário paradisíaco, não é uma viagem para quem procura conforto e luxo. Raríssimas pousadas oferecem banho quente (não que isso seja necessário) e muitos viajantes carregam seus almoços em um cooler (as chamadas "cavas", inclusas no regime de pensão completa das pousadas). Uma espécie de boia-fria chique, já que você não encontrará nada na maior parte das ilhas que não seja areia, mar e peixes coloridos.
Vista aérea de parte do arquipélago de Los Roques
Quem estiver em pousadas que não oferecem a "cava" do almoço precisa antes passar na padaria e garantir o “lanche”.
Ao retornar ao hotel no fim do dia não se preocupe com o jantar, pois a maior parte das pousadas oferece meia pensão, uma vez que não há muitas opções para comer fora.
Pizza e lanches começam a despontar na pracinha central de Gran Roque e três bares pé na areia garantem um pouco de agito noturno.
Nas pousadas mais caras (e geralmente de donos italianos) a variedade do cardápio é grande, enquanto nas médias geralmente o menu não muda: é pescado local, frito, assado ou cozido.
O horário do jantar é pontual: às 19h30, seja em qual pousada estiver, e os venezuelanos não gostam de atrasos.
Antes do jantar a melhor pedida é subir ao farol antigo para apreciar um lindo pôr do sol.
A caminhada é curta, menos de 10 minutos. Para quem pretende ter uma experiência diferente, outra opção é ficar hospedado em um veleiro.
Passeios
Os nomes de boa parte das ilhas de Los Roques vieram da adaptação do inglês para o espanhol. “French Cay”, por exemplo, virou Francisquí, enquanto “Northeast Cay”, é hoje Nordisquí, e assim por diante. Conheça, abaixo, algumas das principais ilhas do local:
Passear de barco é uma das principais atividades do arquipélago venezuelano de Los Roques
- Rabusquí: Local preferido de parada dos barcos para ver estrelas mar.
- Cayo de Agua e Dos Mosquices: Cayo de Agua tem a fama de ser a ilha mais bonita (e é também uma das mais distantes de Gran Roque, cerca de 1h30 de barco). Difícil escolher entre a mais bonita de todas as ilhas, mas ao redor dessa pequena faixa de areia o mar toma cores impressionantes. Na ida para lá o barco faz uma parada em Dos Mosquices, onde fica a Fundação Científica de Los Roques, local de estudos de biologia e arqueologia, com destaque para o tanque das tartarugas.
- Boca de Cote: Um dos melhores lugares para snorquel e mergulho, com variedade impressionante de peixes e corais.
- Sebastopol: Outro ponto muito procurado para snorquel.
- Boca del Bobo: Los Roques abriga 90 espécies de pássaros, sendo 47 migratórias, e a maioria fica nesse local. Também é um bom ponto para encontrar estrelas do mar.
Serviço
Como chegar: Voos diretos da Gol e TAM para Caracas, aeroporto de Maiquetia. De lá é preciso pegar avião no terminal nacional (fica ao lado do internacional) paga ir a Los Roques. Quem chega pela TAM precisa dormir em Caracas pois à noite não há voos para Los Roques. A viagem dura em média 30 minutos. Há limite de bagagem de 10kg e o excesso é pago. Uma das companhias que operam voos para Los Riques é a Aerotuy (www.tuy.com). A taxa de preservação para o ingresso no arquipélago custa 132,50 bolívar forte (cerca de R$ 50).
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