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Brooklyn, opção de hospedagem pra quem vai para Nova York, tem novos hotéis; conheça seis deles

Miki Meek

New York Times Syndicate

24/02/2013 08h00

Uma de duas coisas geralmente acontece quando juntamos as palavras "Brooklyn" e "hotel": ou ficamos com cara de dúvida, ou imaginamos insossos hotéis de duas estrelas em grandes prédios de concreto. Até mesmo para velhos habitantes do bairro, é difícil recomendar um bom lugar para parentes e amigos que desejem visitar a região.

Entretanto, uma safra de hotéis butique floresceu desde 2011, aproveitando a crescente reputação do bairro, que se transformou em vitrine para produtos modernos, artesanais e descolados. As áreas mais responsáveis pela nova reputação (onde se pode comprar uma barra de chocolate por oito dólares e meio quilo de café por 20) estão ficando disputadas, à medida que um número cada vez maior de turistas deseja comer nos restaurantes, conhecer os mercados de pulgas dos fins de semana e passar a noite no bairro. A demanda por hotéis na região aumentou mais de 20 por cento desde o ano passado, de acordo com a Smith Travel Research, e o número de quartos aumentou 14 por cento durante o mesmo período. Com mais locais sendo construídos, acredita-se que os números vão continuar a crescer.

Fui conhecer seis novos hotéis e descobri que alguns deles fazem jus ao bairro onde foram construídos, enquanto outros são um pouco mais genéricos, com preços pouco diferentes dos de Manhattan.


Aloft Hotel (216 Duffield St.; 718-256-3833; alofthotels.com/brooklyn)
Brooklyn de verdade?: O hotel é a opção "butique" da rede Starwood, voltada para pessoas na casa dos 20 ou 30 e poucos anos no centro do Brooklyn. Até onde vi, os únicos itens que realmente lembram o bairro eram as obras de artistas locais no lobby e o chope de Brooklyn Summer Ale no bar. Mas para os turistas que quiserem se integrar, há bastante disso do lado de fora. O hotel fica a pouco mais de um quilômetro da Brooklyn Academy of Music e do Barclays Center, sede do time de basquete Brooklyn Nets e, a partir de 2015, dos Islanders.

Do lado de dentro: O gerente do hotel me mostrou a suíte king, que exibia uma temática dos anos 1970, com carpete azul, cabeceira verde-cáqui e travesseiros de listras coloridas. Em uma das paredes havia uma foto panorâmica da ponte do Brooklyn e em outra uma TV LCD de 42 polegadas; em frente à janela havia uma mesa simples de madeira. O hotel possui um lounge com pista de dança no mezanino.

Em resumo: O Aloft exagera ao tentar criar uma atmosfera descolada – e isso inclui até iluminar os elevadores com luz negra. Porém, os quartos são espaçosos e quase todas as linhas de metrô importantes ficam a poucos quarteirões de distância, fazendo com que seja fácil ir até Manhattan (caso o turista queira se aventurar por aqueles lados). Preços: de 199 a 499 dólares.

The Box House Hotel (77 Box St.; 718-383-3800; theboxhousehotel.com)
Brooklyn de verdade?: Foi difícil encontrar esse hotel de 32 quartos num prédio que já abrigou uma fábrica de portas no bairro polonês de Greenpoint, no norte do Brooklyn. O Box House se integra perfeitamente àquela rua de casas pequenas e prédios industriais.

Do lado de dentro: Visitei um amigo que estava passando a noite em um loft arejado e bem iluminado no segundo andar, de 50 metros quadrados. Fizemos o jantar na cozinha do quarto e preparamos uma pequena festa. Em seguida, comemos no terraço privativo que me fez esquecer que estávamos em um hotel, não em um apartamento bem decorado. A porta e os closets eram pintados de vermelho, com lâmpadas incandescentes que davam um brilho quente ao lugar. O local era aberto e organizado com bom gosto, exibindo móveis antigos que criavam espaços separados para a sala e o quarto. Além disso havia uma sauna, uma academia, um banho turco e menus de restaurantes da região.

Em resumo: Apesar de o hotel ficar meio escondido, os porteiros estão preparados para dar caronas aos hóspedes que queiram ir a algum bar ou ao metrô. O hotel é uma ótima opção para famílias e para pessoas que queiram um lugar calmo para esfriar a cabeça. Preços: de 199 a 499 dólares.

Hotel BPM (139 33rd St.; 718-305-4182; hotelbpmbrooklyn.com)
Brooklyn de verdade?: Confesso que a vizinhança desse hotel musical em Sunset Park, cujo nome faz referência a "batidas por minuto", me deixou pouco confuso – oficinas mecânicas e o Gowanus Expressway. "Esse é o tipo de lugar que as pessoas esquecem com facilidade", afirmou o DJ Bijal Panwala, dono do hotel, que toca hip hop à noite no lobby. "Todo mundo acha que Williamsburg está em alta. Que o centro está em alta. Por isso, estou tentando criar alguma coisa por aqui."

Do lado de dentro: A suíte king é moderna, mas um pouco genérica, com paredes brancas e móveis quadrados. O único detalhe que se destaca é o aparelho de som do banheiro, que toca músicas dançantes escolhidas por Panwala. A cama é macia e os lençóis italianos. Há um dock para iPod no criado mudo, internet grátis e revistas. Enquanto o hotel aguarda para receber a licença para vender bebidas alcoólicas, o frigobar fica cheio de refrigerantes Boylan. O serviço de quarto 24 horas inclui refeições simples, como asinhas de frango apimentadas, feitas e entregues por um restaurante da região.

Em resumo: Se você gosta de música dançante desde a hora do check-in, esse é o seu lugar. Preços: de 209 a 409 dólares.

  • Katie Orlinsky/The New York Times

    Interior do Hotel BPM, uma hospedagem musical em Sunset Park, cujo nome faz referência a "batidas por minuto"


Hotel Indigo Brooklyn (229 Duffield St.; 718-254-7800; hotelindigo.com)
Brooklyn de verdade?: Esse hotel de 128 quartos fica em frente ao Aloft em um quarteirão levemente degradado, onde já viveram abolicionistas e que está se transformando em um corredor para redes de hotéis como o Indigo. O hotel no centro do Brooklyn é o 47º endereço da rede e, de acordo com o site da empresa, a ideia por trás da marca é evocar "gostos e culturas individuais" da comunidade. Mas não foi isso que vi em uma recente visita que fiz após a inauguração do Indigo em agosto, ainda que o hotel tenha prometido incluir um mural com temas do Brooklyn em breve.

Do lado de dentro: Visitei a suíte queen, com pé direito alto, decoração branca e muita luz natural entrando pelas janelas. Toques interessantes incluíam piso de madeira, cabeceira de couro e um espelho em estilo vitoriano sobre uma mesa que servia como penteadeira ou local de trabalho.

Em resumo: O Indigo Brooklyn ainda não estava totalmente pronto na época da visita da reportagem, entretanto, a equipe é extremamente amigável e os charmosos Fort Greene e Cobble Hill ficam logo ao lado. Preços: de 150 a 800 dólares.

King & Grove (160 N. 12th St.; 718-218-7500; williamsburg.kingandgrove.com)
Brooklyn de verdade?: A duas quadras do Wythe, esse hotel butique de 64 quartos fica em um novo prédio envidraçado, típico do novo bairro de Williamsburg, onde está acontecendo um verdadeiro boom imobiliário. O frigobar está repleto de produtos da vizinhança, incluindo os amendoins torrados em gordura de bacon da Ovenly. Vale a pena alugar uma bicicleta e ir para alguma das diversas pistas da região. O hóspede pode visitar a feira dos fazendeiros aos finais de semana, ou conhecer a Bedford Avenue, que fica a poucos metros do hotel e é o centro comercial e da vida noturna no bairro.

Do lado de dentro: com 25 metros quadrados, as suítes reais são pequenas, mas apresentam uma atmosfera natural e moderna, com piso de bambu, lençóis brancos uma cadeira de balanço Eames. Pode-se escolher entre a vista para a piscina ou para o McCarren Park. Quartos mais caros são um pouco maiores e oferecem uma varanda com grama artificial. Todos os quartos têm chuveiros cercados de mármore e com box de vidro, além de produtos Malin+Goetz. O bar no mezanino e o restaurante do hotel só abrirão no começo do ano que vem. Por enquanto, a opção é experimentar o coquetel feito com mel no aconchegante bar do lobby, ou pedir o café na cama.

Em resumo: O King & Grove ainda é uma obra inacabada. Preços: de 295 a 595 dólares.

Wythe Hotel (80 Wythe Ave.; 718-460-8000; wythehotel.com)
Brooklyn de verdade?: Desde que abriu as portas em Williamsburg no mês de maio, o Wythe se transformou no queridinho da cena hoteleira do Brooklyn, pois literalmente adotou a "alma" do bairro. Absolutamente tudo, do papel de parede feito à mão ao shampoo, é fabricado por empresas do bairro. Além disso, detalhes originais como teto de madeira e colunas de ferro fundido acenam a o passado do prédio, que já funcionou como uma fábrica de barris de açúcar. O bar no mezanino tem vista livre para Manhattan e se transformou em ponto de encontro para a galera jovem e descolada.

Do lado de dentro: Os lofts são espaçosos e irradiam um ar industrial chique, com piso de concreto, detalhes em madeira escura e mesinhas de ferro. Tomei um banho quente na banheira, pulei na confortável cama king-size feita de madeira de demolição e fiquei olhando para o East River e para o Empire State Building pela janela que vai do chão ao teto. O Wythe não tem serviço de quarto, mas oferece pratos do Reynards, um restaurante com excelentes pratos sazonais.

Em resumo: O Wythe oferece uma boa relação de custo-benefício, e está localizado em meio a bares, restaurantes e baladas estilosas. Preços: de 179 a 799 dólares.