Veja o que você precisa saber para aproveitar a viagem a uma vinícola
Você já pensou em visitar uma vinícola e descobrir como os vinhos são feitos? O chamado enoturismo faz brilhar os olhos diante das paisagens belíssimas dos vinhedos e possibilita conhecer mais sobre cultura e gastronomia. “O vinho está sempre associado ao entorno. Há uma cultura familiar relacionada, assim como manifestações culturais, gastronomia e paisagens exclusivas”, diz a enóloga Maria Amélia Duarte Flores, especialista em turismo do vinho.
Só no Brasil há cerca de 80 mil hectares de vinhedos, de acordo com o estudo “Diagnóstico do Enoturismo Brasileiro”, feito por Maria Amélia e Andiara Flores, em parceria com o Ibravin (Instituto Brasileiro de Vinho). As áreas mais representativas são a do Vale dos Vinhedos e da Campanha Gaúcha, ambas no Rio Grande do Sul, as do Vale do São Francisco, em Pernambuco e a de São Joaquim, em Santa Catarina.
Ao abrirem a porta para visitantes (sejam especialistas ou curiosos que apreciam a bebida), as vinícolas passaram a ser mais do que produtoras e se tornaram cartões-postais de suas regiões, pontos de encontro onde se pode conhecer o método de elaboração dos vinhos e até adquirir conhecimentos sobre a melhor maneira de consumi-los.
Primeiros passos em uma vinícola
Para desfrutar do enoturismo, não é preciso ser um profundo conhecedor do tema, muito pelo contrário. Para muitas pessoas, esse é o primeiro contato com o processo de produção do vinho e, não raro, ele desperta a vontade de pesquisar mais sobre a bebida.
No geral, o passeio pelas vinícolas começa no vinhedo, com a explicação de todos os tipos de uvas que são plantadas ali. Por isso, é importante estar com roupas e calçados confortáveis, para percorrer áreas rurais. Nesse cenário, os monitores técnicos em enologia vão começar a contar a história daquela produção, abrangendo não só o histórico da propriedade, mas a origem do vinho no país. “A época da colheita da uva na região visitada é a mais interessante para essas visitas, porque o turista pode ver a pisa da uva”, diz Cláudio Góes, diretor da Vinícola Góes, em São Roque, no interior de São Paulo.
Ao sair da área do plantio, o visitante passa pelos tanques onde o vinho é fermentado. E também conhece a sala com barricas que amadurecem a bebida. O tour geralmente é finalizado, após cerca de uma hora, com uma degustação de rótulos daquela propriedade. Não é hora de consumir a bebida, mas sim de conhecê-la. “Recomendamos que o vinho seja apenas colocado na boca e depois descartado, sem engolir”, diz Gabriela Jornada, gerente de marcas da Miolo Wine Group.
De acordo com Maria Amélia, é preciso ter em mente que o vinho, diferente da cerveja e da cachaça, é uma bebida gastronômica, para ser consumida à mesa, acompanhando alimentos. “Vale a pena deixar para beber o vinho no almoço ou jantar, marcados para o fim da visita. Os melhores horários para fazer degustação são os próximos às refeições, no fim da manhã e da tarde, quando as papilas gustativas estão mais aguçadas”, sugere a enóloga.
O momento da degustação é ideal para tirar dúvidas sobre a bebida e receber dicas dos monitores que serão úteis no dia a dia. Como harmonizar o vinho com a comida, em qual temperatura servi-lo, como armazenar e diferenciar uvas são tópicos frequentemente abordados nesse momento.
Ao fim da visita, também é comum que as vinícolas reembolsem 50% do pagamento da entrada para o visitante gastar na loja local. A oportunidade também é boa para adquirir garrafas exclusivas, que só são vendidas na localidade.
Caso todas as pessoas aptas a dirigir decidam participar da degustação, é aconselhável programar a contratação de um guia para dirigir o veículo ou, então, utilizar um transporte alternativo. O agendamento prévio da visita não é essencial, mas recomendado, especialmente no caso de grupos grandes.
E para quem quer praticar o enoturismo, mas não sabe por onde começar, Maria Amélia dá a dica: “O Vale do Vinhedo, em Bento Gonçalves, e a Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, são ótimos para famílias e casais que querem fazer uma primeira imersão nesse mundo. Tendo um pouco mais de conhecimento sobre o assunto, recomendo a ida à Campanha Gaúcha, na fronteira com o Uruguai”.
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