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Stand up paddle e kite surfe viram moda na Argentina

Ezequiel Viéltez

Do Clarín, em Buenos Aires

30/06/2014 10h25

Parecia uma moda das praias famosas do verão. Mas o stand up paddle (navegar em cima da prancha de surfe com a ajuda de um remo) está crescendo na costa norte do Grande Buenos Aires, junto ao kite surfe (surfar impulsionado por uma poderosa pipa). Esses esportes irmãos do surfe praticados em Punta del Este, Pinamar e no Brasil já se instalaram no Rio da Prata. Na alta temporada, que ocorre entre setembro e março, um fim de semana de calor pode levar cerca de 100 kites às praias de San Isidro.

Durante o ano inteiro mais de 10 escolas náuticas dão aulas desses esportes. Na última sexta-feira, 20 praticantes do stand up paddle (SUP, como é conhecido) saíram de Punta Chica para navegar pelos canais do Delta, em uma travessia organizada por um instrutor do baixo de San Isidro. De traje de neoprene ajustado, eles não se importaram com a temperatura em torno de 10 graus. No final de abril, mais de 500 fãs do esporte estiveram no Primeiro Encontro de SUP do Rio da Prata, que contou com passeios pelo rio, aulas de ioga e bandas ao vivo.

“Muita gente foi de férias para o Brasil, viu kite ou SUP lá e quando voltou quis fazer aqui também”, conta Gabriel Herskovits, professor em Acassuso. Cristóbal “Tobal” Saubidet, dono de Tobal Kites, escola que tem filial em Punta del Este e trabalha com cerca de 200 alunos por ano, diz: “Os que aprendem no Uruguai compram o equipamento e continuam praticando aqui, os que não têm dinheiro nas férias aproveitam em Buenos Aires”. A novidade também atrai surfistas que moram longe das ondas e tentam aproveitar o rio com outras modalidade.

Os clubes de San Isidro oferecem aulas de esportes náuticos e concentram a maior parte dos praticantes de kite surfe e SUP. Lá os surfistas alugam uma cabine com vestiários, por cerca de 350 pesos por mês, para guardar as pranchas. Nos fins de semana de sol, aparecem remos e pipas em clubes como El Molino, El Ombú e Club Siete. Isso também acontece na costa de Vicente López e em alguns bairros fechados com lagos do Tigre.

“Agora, em um fim de semana com vento você vai para Chascomús e vê um monte de gente fazendo kite na lagoa. Isso não acontecia antes”, diz Conrado Zuberbuhler, um engenheiro de 33 anos que neste verão fez aulas em Punta del Este.

As pranchas custam a partir de 9.000 pesos, mas dá para conseguir materiais usados a partir de 1.300 pesos. A pipa e os mosquetões de segurança para praticar kite podem aumentar os custos em mais 10 mil pesos.

As aulas são mais acessíveis e incluem o empréstimo de equipamentos: as de SUP custam por volta de 150 pesos e as de kite custam entre 200 e 400 pesos, conforme a escola.